Olá. Há muito não venho publicar aqui. Isso
não quer dizer que eu tenha parado de pensar, apenas algumas coisas aconteceram
e a gente acaba se envolvendo em outra, que puxa outra e termina por não dar
continuidade a algo iniciado. Desde a última postagem muita coisa boa e ruim
aconteceu. Muita mesmo!
Os
noticiários continuam cada vez mais intragáveis em todas as notícias, seja de
roubo, violência, corrupção, acidentes, miséria, ataques. Falo de todas as
formas dessas ações citadas. Parece que o ser humano gosta mesmo de engradecer
o errado, o feio, o inculto. Ainda mais que a velocidade das informações
aumentou vertiginosamente nos últimos anos. Somos monitorados cada vez mais e
muitas notícias são apenas imagens: acidentes espetaculares e inacreditáveis,
acidentes naturais, eventos nunca antes filmados, cenas captadas de ângulos
diferentes, situações nunca antes mostradas em público e, claro, sempre com uma
preferência pelo que não é belo, pelo aterrorizador, pelo constrangedor.
O
ser humano virou um expectador de si próprio, como se estivesse num gigantesco
cinema 3D com tela de 360 graus, som surround e hi-fi e com uma preferência aos
filmes catástrofes. Vimos a Terra ser destruída centenas de vezes e das mais
criativas formas, fugas, aventuras, tiroteios, manobras de carros, barcos,
trens e aviões impensadas ou mesmo impossíveis de serem executadas, mutações do
ser “humano” com características e habilidades fantásticas, entre tantas
outras. Alguns desses filmes sempre na confiança de uma ajuda externa. Seria fé
ou crença? Ciência?
Às
vezes penso que o medo coletivo da Humanidade seja o combustível que direciona
a esse formato. O Homem se sente (e é)
capaz de fazer grandes mudanças para o bem geral, mas se coloca à prova diante
de situações completamente complexas inclinadas para a destruição, a dor, o mal
e sempre entrando em campo aos 45 do segundo tempo. Pra que? Expõe a
fragilidade do ser humano, esse complexo físico inimitável. Um organismo vivo,
parte de outro organismo tão complexo e frágil quanto: o planeta. É sim, o
grande e frágil planeta Terra, um ser com seus 4 bilhões de anos (de acordo com
a contagem estabelecida pelo ser humano). Um ser vivo em transformação
contínua, uma panela de pressão, um organismo ainda desconhecido em sua totalidade,
uma força descomunal proporcional à sua beleza, um caldeirão de acontecimentos
químicos e físicos capazes de proporcionar à vida em suas diversas formas e
tamanhos; a verdadeira diversidade. Força essa transformadora que também é
capaz de acabar com umas formas de vida (inclusive a nossa) e proporcionar o
surgimento de outras.
A
Terra, um ser pequeno diante a universidade do espaço, sujeito à ação
cooperativa de outros sistemas conhecidos ou não, para manter sua estabilidade
enquanto seu ciclo de transformação ocorre por si só, sem interferências
externas. Somos um que fazemos parte de um todo e, para continuarmos sendo esse
um, o todo tem que se manter estável, garantindo a gangorra equacional de
outras forças. Mais uma vez complexo!
É
o conhecimento dessa fragilidade que nos faz ter medo coletivamente. Enquanto
uma revolução explode em outro continente com centenas de problemas
decorrentes, há milhares de quilômetros de nós, parece tudo bem, mas quando a
ameaça pode nos atingir em cheio, ficamos ressabiados. Muita gente pode até
achar isso normal.
Nesse
tempo fora daqui o que se viu noticiado de possíveis e reais ameaças vindas do
desconhecido espaço foi uma overdose de informações não muito palatáveis. O
cruzamento da órbita da Terra com a de corpos celestes com poderes de
destruição ganhou popularidade, deixando de ser apenas um fato da esfera da
ciência e tornando-se algo público, de massa. Algumas dessas formas de poder
foram captadas pelas câmeras monitoradoras que eu citei acima, gerando um belo
espetáculo, porém com uma dose de medo. Por outro lado, e também falando de um
outro ser gigantesco e vivo, o Sol, teve suas explosões e manifestações
bastante comentadas e difundidas pelo Homem. Essas explosões agem diretamente
sobre nós e muitos dos seus efeitos são desconhecidos, mas é a ordem natural
desses seres que, não nos esqueçamos, estão vivos!
Que
saibamos viver e conviver com isso tudo. Fazemos parte um grande todo. Um todo
em transformação contínua, numa lenta mutação!
* foto Google / Nasa