Tom & Vinicius - mascotes dos Jogos Olímpicos Rio 2016 * imagem Google |
Não estamos atravessando o melhor
momento político e econômico no País e ainda sofrendo todas as suas
consequências na vida social, mas nem por isso, podemos deixar o caldo
desandar.
Tenho visto muita desaprovação da
realização inédita e histórica das olimpíadas no Brasil. Acredito que parte do
descrédito seja em função do péssimo legado da Copa do Mundo e o nada
gratificante 4º lugar na classificação geral! Além disso, o descontentamento
com os bilhões de reais investidos em elefantes brancos defeituosos, obras
superfaturadas e outras mazelas corruptivas em decorrência da realização do
evento em nosso país e o esquecimento de outras áreas de importância na sustentação da
sociedade que são deixadas de lado. Não posso fechar os olhos para isso!
Por outro lado, não podemos
baixar a cabeça diante de alguns atropelos e, como se fosse um estímulo, a
realização dos jogos olímpicos na terra
brasilis é também uma questão de soberania para nós mesmos. Para o país,
que apesar de tudo, ainda é uma das grandes potências do mundo, tem produção de
escala mundial, avanços tecnológicos e de conhecimento entre outros fatores que
estão encobertos pela nuvem negra da vergonha da corrupção exposta, mostrando a
cara de todos os ratos envolvidos.
Mas ainda há algum domínio, algum
poder, que pode ser demonstrado na forma de conquista dos atletas envolvidos,
reforçado por outros atletas paraolímpicos em sua superação. Mostrar
que o esporte é uma forma de reeducação, de disciplina, de conquistas,
objetivos e metas. Um caminho válido a ser seguido. Apesar de alguns fortes
pesares, toda uma Nação está imbuída de um sentimento positivo único voltado
para a satisfação em massa, benéfico, mexendo com a cadeia vibratória do
pensar brasileiro. De mostrar que somos um povo que sabe passar pelas
adversidades sem deixar de ser cordial e profissional no trabalho direto ou
indiretamente com a realização do evento mundial, que tem vergonha da baía
poluída, que tem vergonha do descaso público, da falta de incentivo ao esporte,
mas que não deixa de lado a consciência que podemos ter atitude, fazer um evento
de escala mundial, fazer valer a nossa cidadania e mudar o perfil do
brasileiro. Não seria de bom tom cancelarmos o jogo em cima da hora. Não seria
educado desejar o apagamento da tocha que traz a chama, um elemento básico à
vida e um dos símbolos da superação humana desde os primórdios. Não seria
inteligente desligar-se do mundo justo num momento em que o mesmo mundo clama
por união. Os expectadores não têm nada a ver com a crise interna brasileira,
nada a ver com a sujeira da nossa lavanderia. Que saibamos ter jogo de cintura
e enfrentar esse leão. Que saibamos, como lição de cidadania, receber, fazer
bonito, participar, aplaudir quem conquistar medalhas e, ao fim do espetáculo, que voltemos
o pensamento e principalmente as ações para arrumar a casa depois da festa.
Nos vemos, nos lemos!