Tenho visto, principalmente em publicações
compartilhadas no facebook, muitas surpresas boas provocadas com o uso da
música. Também tenho visto na TV, as dezenas de manifestações musicais que são
tocantes.
São muitos os programas de auditório realizados pelo mundo,
como o The Voice, The X Factor, Britain´s Got Talent, entre tantos outras e suas
versões que circulam o mundo através das tvs e redes sociais e que podem ser vistas
aos milhares no youtube.
Incrível o empoderamento que a música
dá, o que traz, o que provoca de emoção. Quem canta seus males espanta, quem
canta reza o equivalente a 300 vezes. Parece sim ser a comprovação que a voz
dos anjos (enquanto perfeição ) é musical. Como disse o músico Carlinhos Brown,
é indiscutível o resultado que a educação musical proporciona às pessoas,
principalmente às crianças (no caso em uma declaração no The Voice Kids Brasil).
Parece que algumas vozes ecoam do passado como disse o técnico musical do BGT e
parece que isso quer dizer algo.
Outros canais apontam algumas
apresentações únicas como sendo manifestações espirituais, como a pequena
holandesa que cantou sozinha uma canção gravada por nada menos que Maria
Callas, ou atos de superação como a moça que não cabia em si de tanta vergonha
e timidez e que soltou a voz numa interpretação de My Sweet Valentine ou mesmo
a pequena e carismática menina que cantou graciosamente uma música de Chico Buarque e demais apresentações
surpreendentes já viralizadas. Garotos pré-adolescentes que modulam e seguram o
tom numa fase de mudança de voz e alcançam notas estratosféricas sem sair de
suas zonas de conforto. Parece haver uma mudança na interpretação, na maneira
de cantar. Vozes agudas, metálicas e alcances inimagináveis e vozes fortes, potentes e graves.
Não vou falar aqui do comércio,
de pop stars, mercado fonográfico, música de massa ou hits sazonais sem
conteúdo.
Falo da emoção natural do dom de
cantar, do entender a musicalidade, de moldar aos limites naturais e fazer
disso uma arte, de entender que voz tem poder, que se pode cantar bem
sem ter uma extensão vocal como a de um tenor, barítono, soprano ou contralto
clássicos. Falo de criar a própria técnica, criar possibilidades próprias. Falo
da emoção e arrepio que essas interpretações provocam. Fico pensando que quando
o ser humano, lá nos primórdios da civilização, começou a entoar algo, a imitar
os sons melódicos da natureza, fico imaginando como foi essa descoberta, o
assombro que isso deve ter causado. De como foi a evolução até surgir o cantar,
uma manifestação que vem se transformando tempo após tempo. A mescla desses sons com a criação de instrumentos e o casamento perfeito entre eles.
A música reverbera no cérebro da
gente, parece coçar a garganta, o ouvido, atrás dos olhos, lá dentro na região
do Tálamo, região Pineal, que mexe com a gente. Eu sinto isso, parece que,
causa um curto, uma elevação química, eletromagnética, que franze a testa,
provoca contorções, arrepios e caretas como se o músculo quisesse alcançar as notas (por
isso entendo as caretas de músicos solista quando de apresentações). Como se o
corpo quisesse desenhar a linha melódica. Quando se canta ou acompanha uma
dessas apresentações emocionantes, parece que se desliza numa estrada fictícia
e que ali estão seus limites de altos e baixos de onde pode ser livre e
brincar sem erros. Sei que é uma figura de linguagem usar isso, mas é
como percebo a música, por isso que uma bela canção nos faz “viajar”. Que nós possamos espantar nossos males sempre mais.
*imagem: Google free pic