Numa conversa com um amigo,
profissional da área de tecnologia da informática, me falando sobre suas
experiências nas mais diversas e grandes empresas desse ramo ou que se utilizam
dessa ferramenta (quem não utiliza informática hoje em dia?), fiquei sabendo de
uma guinada que ele mesmo se deu de presente.
Isolou-se, desplugou-se do mundo!
Não pirou não, creio que tenha feito isso
para não pirar! Durante um ano, abriu mão do trabalho, da tecnologia, de
ficar preso ao relógio. Permitiu-se ver o pôr do sol, andar descalço na grama,
tirar uma soneca após almoço, caminhar sem destino, sentir o vento na cara, chupar
uma mexerica sentado na porta da cozinha. Desintoxicou-se dos desmandos, das
carteiradas, da pressa, do “prá ontem”, do crachá, do login, da senha. Se
permitiu a dar um tempo, de maneira planejada, claro, e poder ver algum
sentido. Leu, rezou, curtiu família, amigos e percebeu que muita coisa tinha
deixado de lado em função do excesso de trabalho. Muito pouca gente tem essa possibilidade de
desprendimento, de saber ver e dosar os dois lados para chegar num equilíbrio pessoal,
religioso, profissional, amoroso, de achar um ponto de equilíbrio.
Fundamental,
pois um desequilíbrio em qualquer esfera pode desencadear um efeito dominó com
consequências nada agradáveis. O mundo é feroz e já sabemos. Se correr o bicho
pega e se ficar o bicho come! Come, arrota, cospe e diz que não está bom!!
Dentro de um ambiente empresarial
sério, onde metas, ações, programações e resultados são divididos, onde há
colaboração e cooperação de todos, os resultados e o ambiente são saudáveis. Se
a escala hierárquica souber respeitar a linguagem de cada setor, se o superior
imediato souber o trabalho da posição anterior à sua e a sequência do
andamento, torna o trabalho mais fácil. Saber enxergar como a engrenagem roda é
fundamental para um bom desempenho. Isso gera resultados mais rápidos, maior
colaboração, maior força e consequentemente maiores e melhores resultados.
Fala-se tanto em “vestir a camisa”
e “mais um prá somar” e se esquece que a elegância e o conforto estão numa “camisa”
sob medida, nem larga, nem apertada. Se esquece que para somar são necessários
outros elementos e que a soma desses gera o resultado. Não existe construção
sem alicerce. Pilar único não contribui em nada! É preciso pôr a mão na massa.
Receita no papel é uma coisa, na prática é outra. Intenção sem ação é igual a
nada.
As batalhas aumentam e o número
de soldados no front diminui. Assim com também diminuem as armas, as munições num ritmo inversamente proporcional às cobranças.
E prá que se deixar envenenar
quando o trabalho não permite a isso? Quando o ambiente é hostil, quando não há
comprometimento, não há respeito pelo o que o outro faz? Engrenagem banguela
não roda! Tem que partir prá outra. Tem que se sentir útil, ver resultados,
investir em novas possibilidades, em se sentir crescendo!
Talvez muitos outros setores (de
todas as áreas e segmentos) do mundo, desse mesmo mundo de come e cospe,
precisam se permitir a um break. Uma pausa programada. Levantar a cabeça e
olhar ao redor, abrir uma janela, se permitir a possibilidades.
Que sorte saber que alguém já fez isso, ou teríamos um profissional a menos nessa frieza que o mundo
se impôs e se impõe. Uma andorinha só não faz verão, mas se não houvessem os
verões, não haveria nada, quem dirá andorinha?
Nos vemos, nos lemos!
*imagem Google: Cena do filme "Tempos Modernos" de Charles Chaplin
*imagem Google: Cena do filme "Tempos Modernos" de Charles Chaplin