Algumas semanas atrás o mundo foi
informado que já havia usado toda a cota dos recursos naturais renováveis do
ano. O produzido daquele dia em diante estaria estourando o limite desse cheque
especial que não tem volta e ficamos com o pagamento de juros eternos, como se
o tempo fosse um agiota inescrupuloso. Engraçado que se estima uma cota anual
que ninguém respeita e assim vamos empurrando a sujeira para debaixo do tapete.
Não entendo como essa conta é feita, pois não há produção de novos recursos,
uma vez que eles são naturais. Não há renovação. Desde que o Homem aqui surgiu,
aprendeu a usar o fogo, inventou a roda, manipulou pedras e paus e fez
ferramentas, aprendeu a lidar com o frio, o calor, a chuva. Aprendeu a
selecionar o que comer, usar o solo, contaminação do ar, da água e da terra, má eliminação de resíduos líquidos, sólidos e gasosos. Inventou o processo de produção em
massa, descobriu a serventia do petróleo, criou o papel, o plástico, a
manipulação de elementos químicos. Usou muita água, queimou muita madeira,
cavou muitos poços, produziu muita coisa. Algumas delas à base do erro e
acerto. Sujou muito, lavou demais e, com isso, vieram a formas de poluição, de
envenenamento e extinção de alguns recursos. Produz-se demais se pensarmos em cada item do nosso dia-a-dia. Façamos um exercício de tentar pensar nessa produção em escala global, atendendo a cada particularidade de cada recanto ainda no descarte que tudo isso gera. A quantidade de recursos que são necessários para essa produção toda sem tempo hábil de renovação natural. Alguns deles levam dezenas,
centenas ou milhares de anos para serem recriados pela própria natureza. Outros,
se imaculados, perdem-se de vez e daí ganham uma enxurrada de produtos químicos
para se reconstruírem-se. É uma cadeia incessante onde cada “processo de
purificação” gera outra cadeia mais longa, mais cara e menos satisfatória de
voltar à originalidade de suas propriedades, quando isso é possível. Os efeitos
já conhecemos e já estamos convivendo com eles. Onde está o erro? Pagaremos
caro pelo processo de evolução de nós mesmos? Até quando? Quão longe
estamos dentro desse túnel sem volta? Sem volta mesmo? Ai ai ai....
Nos vemos, nos lemos!
Nos vemos, nos lemos!
*imagem: site ciencia hoje / água, terra, fogo e ar