Fim das eleições para grande
maioria dos municípios do Brasil. Candidatos reeleitos, surpresas, acusações de
fraude e a apresentação do maior vencedor dessas eleições e que, seguramente,
darão as caras no segundo turno, o grande número de abstenções, nulos e
brancos. Chegaram a 53 milhões em todo o Brasil.
Abstenções são aqueles que
faltaram ao cumprimento do dever obrigatório do voto e deverão, de
alguma, forma justificar sua ausência e pagar a sua multa a fim de quitar sua
situação com a justiça eleitoral.
Votos nulos e brancos, ao
contrário de que muita gente pensa, valem apenas para dados estatísticos e não representam
uma forma de protesto.
Votos nulos são contabilizados em caso
de suspeita de fraude ou para impugnar aquele candidato que, por ventura, tiver
qualquer contratempo quanto sua candidatura em andamento. Nesse caso, se a
nulidade for maior que 50%, novas eleições são marcadas e isto está
previsto em lei.
O voto branco não ajuda ninguém, ainda é resquício
da época em que se votava em cédulas e a preocupação de que esses votos fossem indevidamente marcados fraudulentamente favorecendo um ou outro
candidato. Hoje em dia, o sistema eletrônico, dificulta e muito esse tipo de fraude. Achar que voto em branco ajuda em alguma coisa é pura
falácia.
O voto em branco é um elemento do
processo democrático, é a liberdade que o eleitor tem de não escolher nenhum dos
candidatos concorrentes caso nenhum deles atendam seus
anseios de mudança política.
De qualquer forma, mesmo que
estatisticamente não oficial, esse grande número de votos nulos, brancos e
abstenções refletem uma insatisfação generalizada. O processo político está
ultrapassado. A descrença na classe política está em alta devido aos
infindáveis casos de corrupção que mostram o desvio descabido de dinheiro
público que são roubados indiscriminadamente para atender necessidades
particulares ou de patrocinar outras fraudes e esquemas de corrupção, como se
fosse uma corrente ininterrupta e isso independe de partido e sim da ação humana.
A obrigatoriedade do voto e do
horário político soam impositivas para um processo que se diz democrático, de
livre escolha, mas que se mostra corrompido, fraudulento por parte de seus
integrantes. Uma vez fosse o processo mais
moderno, de reais punições às corrupções e todos os corruptos envolvidos, talvez haveria uma mudança nesse quadro global.
Se os postulantes são cidadãos
que querem ser representantes da população em uma casa legislativa ou executiva,
que os sejam em grau de igualdade, com a mesma proporcionalidade salarial, de
regalias, obrigações, direitos e deveres para com os cidadãos comuns votantes.
Essa sim seria uma ideal forma de fazer política, sem fosso, sem distanciamento
entre pessoas da população e pessoas que fazem o processo todo. Os candidatos concorrem
às vagas e não são convocados para assumí-las, daí penso no critério de não
regalias, no critério de igualdade e os atos ilícitos praticados por esses devem ser julgados
e punidos sem quaisquer proteções ou diferenças. Muitos outros países já
demonstram isso.
Verdade também, que em outros locais,
apenas a título de comparação, existe uma maior participação popular no envolvimento
com a política, de entendimento da mesma, de cobrança e de participação nos
processos legais que regem a vida dos cidadãos. A política não pode ser tratada
na terceira pessoa, como se não fosse problema de cada um. Ela é !!
Se os números
apontados nessas últimas eleições demonstram isso, está mais que provado que há
necessidade urgente de uma reforma política e da maneira de fazer política.
Uma mudança na forma de pensar e de agir de cada um de nós, cidadãos, eleitores
ou candidatos. Algumas mudanças já aconteceram nessas eleições, pseudo
celebridades não foram eleitas, candidatos corruptos, muitos, não foram eleitos
ou reeleitos, denúncias de compra de votos ou outras irregularidades foram
alardeadas, comprovou-se que rede social não elege ninguém nem serve de
parâmetro a não ser de confirmação e divulgação de pesquisas sérias realizadas
por institutos responsáveis.
é um pequeno passo para o grande avanço.
Estamos diante da necessidade de um longo processo
de mudança de uma nova forma de governo, uma nova divisão, uma nova forma de
votar.
Que venha e que transforme!
Nos vemos, nos lemos!