ratatouile / feijão com arroz - imagens Google free pic |
Existe uma febre atualmente em
muitos canais, abertos e pagos, de programas e realities shows de culinária. De
modelos enlatados, repetidos em vários países, a programas originais assim como os mais
antigos com os mestres primeiros da gastronomia. Isso vem de longe. Desde Etty
Fraser, Silvio Lancelotti, Palmirinha, chegando até Ana Maria Braga, Claudete
Troiano, Ione Borges, Catia Fonseca, Edu Guedes e mais recentemente em
programas com dicas de Alex Atala, Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique
Fogaça, entre outros Ainda batalhas de confeiteiros, criadores de bolos
(sucesso com Buddy Valastro), comidas práticas com Carolina Ferraz e Rita Lobo,
comida saudável com Bela Gil e propostas veganas, alimentos sem glúten e lactose, releituras de receitas populares e de família com Rodrigo Hilbert e
Olivier Anquier, programas que reeducam pais e filhos quanto à alimentação,
outros que fazem chatos comerem dirigido por Claude Troisgois e o fiel
escudeiro Batista e uma sucessão de apresentadores e caçadores de novidades
pelo mundo afora, explorando a comida típica de cada canto do mundo, seja em restaurantes tradicionais, casas de famílias ou food trucks, comidinhas de rua, bares e feiras. Comidinhas diferentes.
Parece que o mundo acordou para a necessidade de se alimentar para se manter vivo.
Até mesmo os programas de viagens, entrevistas e documentários têm a alimentação típica como pauta. Tudo isso com sua versão infantil para alavancar audiência. Sem contar nos abomináveis programas em que o chef de cozinha é “respeitado” por seus gritos, comentários deselegantes e insultos aos participantes.
Parece que o mundo acordou para a necessidade de se alimentar para se manter vivo.
Até mesmo os programas de viagens, entrevistas e documentários têm a alimentação típica como pauta. Tudo isso com sua versão infantil para alavancar audiência. Sem contar nos abomináveis programas em que o chef de cozinha é “respeitado” por seus gritos, comentários deselegantes e insultos aos participantes.
A gourmetização está em um novo vocabulário
adotado, algumas orientações e comentários, digamos, mais blasé que reais. A
fervura de molhos e caldos vira redução outras novas nomenclaturas que
ganharam público como: confit (do francês cristalizado, usado para manter o
alimento conservado por mais tempo), espuma, texturização, deglaciar, marinadas, selar, corte a juliana, al dente, entre muitos outros e uns que eu já conhecia com
outro nome mais ordinário. Até mesmo a opinião sobre um prato muda com essa
invasão de técnica gastronômica televisa. Comidas com aspectos estranhos, pouco sal, muita gordura, excesso ou falta de cozimento. Enaltecimento dos modismos gastronômicos. Pratos em que os elementos
não se harmonizam, outros onde existem muita informação e pouco sabor,
texturas insossas, todas resultados das provas feitas sob a tensão da eliminação e a crueldade do curto tempo sob o tic-tac implacável do cronômetro. Apresentações que não enchem os
olhos. Ao contrário de grandes surpresas e inovações que surgem!
Existe o lado em que muito se ensina para o cozinheiro do dia-a-dia
ganhar tempo, valorizar mais a comida que é feita e a mais valiosa informação
que é a utilização integral de alguns alimentos, evitando o desperdício, além de
apresentar combinações que podem parecer impossíveis até que alguém teve a
ideia de experimentá-las e provar que tudo não passava de lenda ou medo.
Ainda assim, há um excesso de programas culinários e batalhas que tem o alimento como foco principal. O mesmo alimento que é fartura e desperdiçado em muitos lugares e que faltam nas regiões mais pobres do planeta.
Comer é necessário, é básico, é fundamental! A gourmetização pode ser vista como moda, comida de vitrine, de prêmio, diante dos extremos vividos no mundo, mas ainda é a velha e boa comida que é traço cultural, que une famílias, que traz memórias olfativas, memórias de paladares, sabores regionais e a memória afetiva daquela comidinha, que por mais simples que seja, somente a pessoa querida da família sabe fazer. O verdadeiro alimento, o food sem ser fast!
Queria ter feito um ratatouile, mas saiu esse arroz com feijão (que é tão bom quanto).
É o prato do dia, o que tem prá hoje! Boa desgustação!
Queria ter feito um ratatouile, mas saiu esse arroz com feijão (que é tão bom quanto).
É o prato do dia, o que tem prá hoje! Boa desgustação!
Nos vemos, nos lemos, com um bom lanche, almoço e jantar no meio!