Pode parecer implicação, mas tenho
percebido o quanto a prestação de serviços no Brasil tem deixado a desejar.
Falo dos serviços simples, cotidianos.
Tenho observado e até mesmo
experimentado desserviços em todas as áreas. Sei de casos estapafúrdios e
outros dignos de não sei qual pensamento de tão inútil que se torna. Exceções
feitas a poucos profissionais.
Exemplos: Orçamento de cortina.
Uma das firmas especializadas nem se dá ao trabalho de ir no local medir e ver
o ambiente. Pede que a metragem das janelas seja enviada por e-mail e que se
escolha o tipo e a cor do material. Se dão ao luxo de emprestar um catálogo de
amostras de tecidos e cores.
Mudança: O caminhoneiro, dono de
um caminhão baú, chama 3 ajudantes sendo que um deles já é bem de idade, outro
é jovem e um terceiro que faz esse “bico” após o horário de serviço normal
dele, ou seja, não está disponível o tempo todo. Isso sem contar a falta de
cuidados com os objetos da casa. Resultado: Serviço lento, com algumas coisas
quebradas ou levemente avariadas, armários mal colocados, gambiarras de todas
as formas.
Serviço de telefonia fixa e
internet: Se você tem telefone fixo, internet, serviço de redirecionamento de
chamada ou caixa postal, saiba que numa provável transferência de endereço, esses
elementos irão em partes, pois o pacote não é transferido por completo e ainda,
no caso da internet, eles pedem longos 30 dias para verificar se o novo
endereço suporta o serviço solicitado. Deveria ser unificado. Resultado:
insatisfação, serviço pela metade, mas devidamente cobrado tudo junto na
próxima fatura.
Serviço de Tv a Cabo: Fui protagonista
de um lento e chato processo de desvinculação de uma determinada operadora em
que além de ser cobrado indevidamente por um período que já estava sem sinal,
ainda tive que aguentar dezenas de chamadas da tal central de relacionamento me
oferecendo a cada momento uma promoção diferente para que eu continuasse
cliente. Chegaram a oferecer 4 meses de pacote gratuito. Não quero! Quero apenas exercer o meu DIREITO de não
querer mais um produto. Graças a um site
de ajuda ao consumidor, o processo foi acelerado, mas ainda sem finalização.
Serviços de pedreiro, encanador, jardineiro,
costureira, eletricista. Os de boa qualidade atendem por preços mais salgados,
os medianos (que são maioria) somente trabalham dentro de horários estipulados por
eles próprios. Isso quando faltam um ou outro agendamento deixando o cliente na
mão.
Empresas especializadas em
serviços chamados domésticos cobram valores totalmente fora de mercado, muitas
vezes feitos pelos mesmos profissionais acima.
Instalador de antena: são
pouquíssimos aqueles que fazem um serviço bem feito com a fixação certa da sua
antena, distribuição da fiação por dentro da casa com um mínimo bagunça.
São muitos e ainda há o pior. “Profissionais”,
isso mesmo entre parênteses, que se julgam a fina flor da expertise e vêm com ideias
mirabolantes e absurdas (tipo repimboca da parafuseta), outros que não acatam o
que é pedido e fazem o serviço como querem e ainda aqueles que enfrentam, que
discutem um pedido solicitado. Em alguns casos até com discussão entre
contratante e contratado.
Lamentável que isso aconteça e podemos
imaginar, pelo tamanho do Brasil, a diversidade de prestação de serviços que acontecem
em nosso país. Diante desses exemplos percebe-se que não há qualquer preparação
ou motivação para o trabalho. Não há preparação básica de educação, de bons modos,
de entendimento do serviço, de respeito ao consumidor, de conhecimento técnico.
O que esperar de um futuro econômico onde somente o lucro é visado e o relacionamento
humano é descartado? O que falar de atendentes de grandes magazines que não
sabem o que estão vendendo e passam qualquer informação sobre determinado
produto como se fossem papagaios ou gravações automáticas, onde fica nítido a despreparação.
Não há crescimento sem investimento. É lamentável! O descaso é total.
Gosto de falar de coisas boas,
mas elas precisam acontecer mais!
Nos vemos, nos lemos!
*imagem: Google Imagem free pic