tocha olímpica 2016 |
As
Olimpíadas estão aí e já temos um grande quadro de medalhas de ouro em
reclamação (eu considero errôneo serem chamados de Summer Games uma vez
que é inverno no hemisfério sul). Delegações que simplesmente atestaram
que a vila olímpica é inabitável. E não foi uma delegação apenas, foram várias,
com exceção à África do Sul que disse estar satisfeita com as instalações. Delegação Australiana começou o rebuliço, voltou atrás e as declarações de prefeito do Rio não soaram simpáticas e acabou tudo numa linda foto! Reclamações à parte, até entendo que prédios novos possam apresentar alguns
problemas. Quem nunca passou por isso? Eu já habitei um prédio novo em folha,
como primeiro locador e tive muitos problemas com vazamento, disjuntores com
amperagem errada (que me custaram uns 4 chuveiros na época), azulejos
invertidos que causariam pânico em quem sofre de TOC.
Entendo,
que no atual momento político, social, econômico e moral do nosso país, as
Olimpíadas soam como uma afronta. Mas ela não se estabeleceu aqui do dia prá
noite. Foi eleita, aceita e deram continuidade. Não voltaram atrás quando ainda
havia tempo de fazê-lo, como fez a Suécia em recusar a realizar os jogos de
2022. Agora é tarde! A soberania está em cheque, o nome da Nação. Os problemas
supracitados não são exclusividades nossas! Os Jogos de Inverno de Sochi em 2014,
os Jogos da Comunidade Britânica na Índia em 2010, as Olimpíadas de Londres em
2012 também tiveram muitos problemas apontados em suas vilas olímpicas. É
um alto custo que tem seus riscos. Por isso entendo que o custo de uma
olimpíada precisa ter um mega planejamento sério do antes, durante e principalmente
do depois. O legado é um fardo pesado, custoso.
Li outra
matéria comparando que os jogos da antiguidade tinham melhor estrutura. Mas daí
cara pálida, estamos falando de uma outra época (em que o Brasil e o Novo Mundo
nem haviam sido descobertos). Tenhamos cautela e guardemos as devidas
proporções.
Já que a
realidade está aí em nossa porta, não tem porque desfazer do evento. Há quem
não ache necessário, mas agora é tarde! Não me lembro de ter visto qualquer manifestação
contra a realização dos jogos nos últimos anos. Ou seja, a proposta foi aceita
e cabe fazermos a função de bons anfitriões. Sejamos diplomáticos. Temos
problemas econômicos sim, mazelas sociais, problemas de segurança, descasos
muitos que nos envergonham, mas a visita está na nossa sala. A educação vem
primeiro!
Os problemas do Brasil são problemas internos. Temos nossa parcela de culpa nisso pelo favoritismo, pela lei de Gerson, pelo jeitinho, pela gambiarra, pelo salve-se quem puder, por olharmos apenas o próprio umbigo, por ter que escolher votar no duvidoso ou no incerto, por aceitar pacificamente as rédeas, por não saber articular, por não se interessar em assunto que dizem respeito a nós mesmos, por achar que o governo é um mundo à parte do nosso, por não querer aprender e muitos etceteras.
Os problemas do Brasil são problemas internos. Temos nossa parcela de culpa nisso pelo favoritismo, pela lei de Gerson, pelo jeitinho, pela gambiarra, pelo salve-se quem puder, por olharmos apenas o próprio umbigo, por ter que escolher votar no duvidoso ou no incerto, por aceitar pacificamente as rédeas, por não saber articular, por não se interessar em assunto que dizem respeito a nós mesmos, por achar que o governo é um mundo à parte do nosso, por não querer aprender e muitos etceteras.
O cidadão
tem todo o direito de não prestigiar, divulgar ou ver os jogos como forma de
protesto, mas não tem o direito de interferir no direito dos outros que o
promovem. Das piores manifestações contrárias propostas, é inadmissível aquela
que sugere apagar a tocha olímpica. É a maior forma de desrespeito com o
símbolo máximo dos Jogos, é um desrespeito para com os atletas, com as
delegações, com o próprio País. Ser contra a realização dos jogos é ir contra a
preparação e formação de bons cidadãos. O esporte é uma ferramenta da educação,
preparação do indivíduo e que prega a saúde (pilares que estão corroídos na
nossa sociedade). A prática e o incentivo aos esporte tem uma função social de
tirar pessoas do caminho da marginalidade. Concordo que aqui não está nenhuma
maravilha, mas não se justifica um erro com outro. Isso mostra imaturidade,
falta de cidadania, mostra desrespeito à coletividade, à soberania nacional, à
decisão do País diante do mundo. Crise moral e ética das brabas, não? Já olhou
seu rabo hoje? Não curtir e não estar de acordo com os Jogos é um direito que
lhe é assegurado. Não assista, mas não interfira na decisão de quem optou em
curtir os jogos, em quem resolveu trabalhar por eles e com eles e assim por
diante. Cinicamente proponho aos bastiões da moralidade que, pelo bem geral da
Nação, sejam nossos ouvidos quando das mudanças que estão sendo votadas para
nosso País enquanto os olhos do mundo e da mídia estão sobre os jogos e muita
coisa tem sido feita, digamos, na surdina, sem grandes alardes. Seria uma
maneira mais civilizada e cidadã de ajudarmos uns aos outros. Chega de votar
contra. Seja aquilo que você cobra. Seja ético, correto, honesto nas pequenas
ações do seu dia a dia.
Muna-se das
"armas" adequadas para a "batalha". Pregar contra a
violência com pedras na mão mostra despreparo. Muitas delegações que estão
vindo, chegaram aos patamares invejáveis de bons resultados porque tiveram
ações políticas e sociais favoráveis ao seu desempenho e desenvolvimento.
Outras mostram que conquistaram tal espaço depois de adotar, ou mesmo copiar,
fórmulas de sucesso. Também quero um País melhor, quero ser mais
respeitado, não quero ser surrupiado de forma institucional, dolosa e impune,
quero meu direito de ir e vir, quero poder contar com as instituições. Tudo tem
que valer a pena. Eu não tenho a chave do "Vai ser fácil" nas mãos.
Mas não posso cruzar os braços ou fechar meu pensamento para isso. Que tal
fazermos esse jogo, esse exercício, que tal essa olimpíada interna? Não pelo
ouro e sim pela satisfação de dever cumprido!
Lembremos que antes da Copa do Mundo vivemos um momento de tensão frente à magnitude do evento e transcorreu satisfatoriamente, até mesmo com alguns problemas encobertos pela névoa da derrota histórica nas quartas de final! Derrotistas, aprendam com o espírito esportivo!
Nos vemos, nos lemos!