quarta-feira, 1 de abril de 2015

Somos!

Das muitas possibilidades que a vida oferece, uma delas e, com certeza, uma das mais interessantes e que mexe diretamente com a gente, é a possibilidade de relacionamento.
Se o campo é fértil e existe possibilidade de uma verdadeira conversa, sem freios, nem frases prontas, acaba acontecendo um jogo natural de conhecimento mútuo, é o que torna o primeiro contato mais instigante e assim sucessivamente mais prazeroso.
A chama imediata do primeiro encontro é algo fascinante, porém efêmero. Não efêmero por ser algo novo, objeto de conquista, algo sem valia. E sim breve pela satisfação que dá em dar e receber atenção quando se fala de coisas muito pessoais. É uma doação e somos um complexo de carências. E deve ser curtida na mesma medida que se recebe.
Estabelece-se uma via de duas mãos, sem regras ou normas, e sim resultado de uma boa química, o fôlego é melhor administrado e o dia a dia passa fluir sem atropelos. Uma vez o contato estabelecido desacelera o ímpeto inicial e o fôlego da primeira sensação é recoberto desfazendo aos poucos a efemeridade dita acima.
Gradativamente, é como se fosse um trem que vai ganhando velocidade, cotidiana, porém com um vagão novo, cheio de novas possibilidades, de novas trocas de energia, pontos de vista, modo de pensar. Dá a sensação de se corre em linhas paralelas na mesma velocidade. O tempo e a reciprocidade mútua convergem as paralelas em um trilho único, sem que se perca a individualidade. Passa-se ser uma unidade formada por elementos duplos que comungam situações cotidianas, pessoais, bem quereres, em busca de algo satisfatório, planejado ou não, à manutenção de tal união.
O permitir-se é difícil. Nossa complexidade freia alguns impulsos, porém o sabor de um mergulho às escuras pode ser inexplicavelmente compensador, isso claro, depois de avaliar o terreno, depois de encontrar uma credibilidade recíproca. Não percebemos, mas o corpo fala e dá sinais claros dessas evidências. Haja sinal!  Que estejamos verdadeiramente abertos a isso, em permitir e ser permitido e buscar sempre a satisfação no final de tudo. Temos sido envenenados diariamente com outras notícias não engrandecedoras e acabamos nos esquecendo de sensações básicas, que nos causam espanto e surpresa quando a vivenciamos. Estamos perdendo alguma naturalidade.

Nos vemos, nos lemos!


imagem: Google imagem, mãos dadas!
 

sexta-feira, 27 de março de 2015

Monumento e Arte !

As cidades brasileiras carecem de obras e monumentos em suas ruas, sejam estátuas de seus heróis, vultos nacionais, obras de arte, grandes monumentos, belas fontes. Por outro lado, nossa exuberante natureza é um belíssimo enquadramento de muitas de nossas cidades.
Há muita deterioração, desvalorização de alguns espaços.
Funciona não apenas como um artefato de embelezamento, mas também com o um elo, uma conexão entre fatos e pessoas, enaltece a história, tanto nacional quanto local, homenageia, faz menção, identifica e dá referência.
Pare e pensa em quantos poucos desses monumentos existem em sua cidade, até mesmo nas grandes capitais? Tudo muito estéril, árido, clean demais.
Gosto de grafites, verdadeiras obras de artes feitas com muita tinta e que falam muito! Falo da obra do grafite e não aquelas bobagens, mal escritas na maioria das vezes, de pichações com letras que mais parecem ideogramas que enfeiam paredes, calçadas e os poucos monumentos que temos.
O grafite torna-se uma forma mais barata de embelezar uma cidade, explorando fachadas, muros e paredes como grandes telas a céu aberto e livres para qualquer manifestação artística, mesmo considerando a pouca durabilidade da pintura ou o gasto de sua manutenção.
Vi hoje em São Paulo, num site, da inauguração de um grande grafite que homenageia do ator mexicano Roberto Bolaños, criador dos personagens Chaves, Chapolin, entre outros. Já vi também, na cidade de São Paulo, em algumas capitais e outras da minha região, alguns grafites interessantes defendendo o meio ambiente, criticando mazelas sociais, trânsito caótico, idealizando parques e praças, homenageando artistas, conquistas, comemorando datas e história, interagindo com algo do cenário como se fosse parte da pintura, outros que retratam cenas e edificações do passado da área em que está e outros temas mais gráficos que dão cor a um determinado canto.
Curioso como muitos grafiteiros tem uma predileção por nichos e outros cantinhos menos explorados e conseguem desviar o foco para algo que chama muita a atenção.

Monumentos de pedra, concreto, granito, mármore, bronze são lindíssimos; caros, porém duradouros. No meu ponto de vista fazem falta no cenário de nossas ruas.
Nada contra aos mais novos monumentos de linhas retas, simplistas, nem às tentativas de estátuas que nem de longe se parecem com os homenageados ou apresentam distorções proporcionais em suas formas, porém, tudo a favor do bom senso e bom gosto. As ruas são um enorme museu imensas telas em branco que merecem e devem ser exploradas.

Nos vemos, nos lemos!



imagem* fotos Google Imagem de monumentos famosos e grafites.