quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Pesadelo!

 

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Os pesadelos são manifestações do inconsciente que têm intrigado a humanidade ao longo da história. Esses sonhos perturbadores têm sido estudados por psicólogos, religiosos e filósofos em várias culturas, sendo descritos como fenômenos humanos universais, aparecendo inclusive em textos sagrados. Quem nunca?


1. Perspectiva Psicológica: O Pesadelo na Visão Freudiana

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, explorou extensivamente o significado dos sonhos em seu livro A Interpretação dos Sonhos (1899). Para ele, os pesadelos eram manifestações do inconsciente, uma maneira pela qual os desejos reprimidos e os traumas não resolvidos vinham à tona. Freud sugeria que, ao analisar pesadelos, podia-se desvendar ansiedades profundas ou medos associados a experiências passadas. No contexto freudiano, o pesadelo tem uma função quase protetora: ele permite que a mente processe emoções reprimidas sem que o ego seja totalmente sobrecarregado pela realidade dessas emoções.

Frustrações acumuladas – sejam de natureza sexual, social ou psicológica – frequentemente aparecem nos pesadelos como uma forma de lidar com a pressão. Na teoria freudiana, frustrações não resolvidas geram ansiedade, que muitas vezes se reflete simbolicamente nos sonhos como cenários caóticos ou figuras ameaçadoras.


2. Ansiedade, Medo e Stress: O Inconsciente em Crise

Pesadelos são particularmente comuns em momentos de alto estresse. Estudos contemporâneos indicam que pessoas submetidas a períodos de forte tensão emocional, como luto, mudanças de vida ou conflitos pessoais, têm uma maior propensão a experimentar pesadelos frequentes. A ansiedade, por sua vez, gera imagens simbólicas nos sonhos que representam medos de falha, perda de controle ou vulnerabilidade.


3. Religiões e Filosofias: O Pesadelo Como Sinal de Obsessão

Para além da psicologia, pesadelos sempre foram interpretados em várias tradições religiosas e filosóficas como sinais de obsessão ou possessão espiritual. No cristianismo, há referências a sonhos perturbadores que trazem mensagens ou avisos, como no caso do rei Nabucodonosor na Bíblia (Daniel 2), que teve pesadelos que só foram compreendidos com intervenção divina. A Bíblia, de modo geral, vê os sonhos como potenciais comunicações de Deus ou influências malignas, dependendo de sua natureza.


No espiritismo, pesadelos podem ser interpretados como sinais de influências espirituais negativas. Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, sugere que espíritos desencarnados podem influenciar os sonhos das pessoas, especialmente as que estão mais fragilizadas espiritualmente. Outras tradições esotéricas, como o hinduísmo, acreditam que os pesadelos podem ser manifestações de karmas passados ou influências de energias negativas acumuladas.


4. Antiguidade e a Bíblia: A Longevidade do Pesadelo

Os pesadelos são conhecidos desde os tempos mais remotos. No antigo Egito e na Grécia, acreditava-se que os sonhos, bons ou maus, eram comunicações divinas. Em muitas civilizações antigas, pesadelos eram vistos como presságios ou visitas de entidades sobrenaturais. Na Grécia Antiga, Hipnos, o deus do sono, e seus filhos, os Oneiros (representantes dos sonhos), eram cultuados, e pesadelos frequentemente tinham interpretações proféticas.


Na Bíblia, sonhos que causam temor são citados em várias passagens. Além do sonho de Nabucodonosor, o pesadelo de Jó (Jó 7:14) expressa seu sofrimento: "então me assustas com sonhos, e me aterrorizas com visões". Isso mostra que a experiência de pesadelos já era comum e atribuída tanto à ansiedade humana quanto à intervenção divina.


5. Pesadelos e Conspirações: Uma Visão Moderna

Em tempos mais recentes, teorias conspiratórias também tentaram explicar os pesadelos. Em alguns círculos, acredita-se que as experiências de pesadelos podem estar ligadas a manipulações governamentais, como o controle da mente. Esses teóricos alegam que o uso de tecnologias como frequências sonoras e interferências eletromagnéticas poderiam induzir sonhos perturbadores, parte de um plano maior de controle social.

Embora essas teorias não possuam embasamento científico sólido, elas ecoam a crença de que pesadelos são experiências mais profundas do que simples criações da mente humana, sendo moldados por forças externas.


6. Conclusão

O pesadelo é um fenômeno universal, que atravessa fronteiras culturais e temporais, e nos lembra da complexidade da mente humana. Ele revela não apenas nossas lutas psicológicas, mas também as crenças espirituais que moldam nossa visão do mundo. Sejam os pesadelos o reflexo de ansiedades cotidianas ou manifestações de forças maiores, eles continuarão a desafiar nossa compreensão da realidade e do próprio inconsciente.


Fontes psychology today/neurolaunch/ oup/chatgpt na organização do texto.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Civilizações Antigas, Conhecimento e James Webb


Gerado por IA

As civilizações antigas, como os sumérios, egípcios, incas e tiwanacos (Tiahuanacos), deixaram um legado que moldou a humanidade em várias áreas: arquitetura, astronomia, matemática e engenharia. Esses povos dominaram técnicas avançadas, que até hoje surpreendem e são estudadas. Contudo, há quem defenda que o homem moderno sofreu um declínio na sua capacidade cognitiva ao longo dos milênios, sugerindo que parte do conhecimento sofisticado dessas civilizações se perdeu com o tempo.

Esse debate vai além do passado. Muitos dos conhecimentos antigos continuam a ser utilizados e servem como base para a ciência moderna. As estruturas monumentais, como as pirâmides do Egito e Machu Picchu, são exemplos de tecnologias que até hoje desafiam explicações simples e despertam admiração, com muitas dessas construções ainda envoltas em mistérios.

Recentemente, a suposta imagem capturada pelo Telescópio James Webb de uma gigantesca espaçonave no sistema solar reacendeu teorias de que a humanidade não está sozinha no universo.

A curiosidade sobre civilizações alienígenas que poderiam ter visitado a Terra em tempos remotos continua a fascinar, especialmente quando conectada aos legados das antigas civilizações.

Para os entusiastas, isso sugere que esses povos avançados poderiam ter tido contato com seres extraterrestres, o que explicaria parte de seu profundo conhecimento tecnológico e astronômico.

Apesar de tais especulações incitarem a imaginação e o desejo de explorar o desconhecido, é fundamental lembrar que toda teoria deve ser sustentada por evidências científicas e registros acadêmicos. O estudo do passado humano e das novas descobertas espaciais só ganha validade quando embasado em fatos verificáveis.


fontes: livescience, blogspot, ufo, google, quanta magazine.

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Antártida ou Antártica ??

foto: UOL


Eis a questão!

Antes de mais nada, ambas as grafias estão corretas e seguem a origem das palavras, cada qual em épocas e contextos diferentes. Elas se referem às regiões mais frias do planeta, onde, numa delas, já se chegou aos extremos -89°C  (oitenta e nove graus Celsius negativos), continentes quase que totalmente inabitados (seco, frio e com ventos incessantes), palco de extremos da natureza.

Voltando a falar da origem da palavra, devemos voltar ao tempo em que as civilizações dominantes da Terra eram os gregos, egípcios, sumérios, ceutas, vikings, entre tantas outras orientais, povos conhecedores das navegações e da astronomia, quando o Novo Mundo (continente Americano) não era conhecido. Onde se encontra o Pólo Norte e o Círculo Polar Ártico já era conhecido como uma região inóspita, gelada e terra do temível urso branco.

Urso, do grego "artikos" , que deriva do latim "arcticus". Daí já se sabia que lá era o habitat natural desse temível mamífero e também uma terra onde era possível avistar a constelação da Ursa Maior o ano inteiro (lembrando que em determinados meses do ano, no verão, o sol não se põe nessa região polar). A constelação da Ursa Maior era a guia das muitas embarcações dessas civilizações, pois indicavam o norte e visível o ano todo no céu noturno. Era também um símbolo espiritual. É formada por sete estrelas principais, conhecida desde o período Paleolítico que também seria como referência para conhecer outras constelações.

No século XIX, dessa vez com mais conhecimento de Astronomia, guiando-se por bússolas e pelo Cruzeiro do Sul, constelação que servia de guia aos navegadores, expedições chegaram ao extremo sul do planeta em outra região gelada e inóspita, avistada em 1821, sendo mapeada e pisada por diferentes navegadores a partir daí. Porém, esse novo continente gelado era habitado por pinguins, simpáticos nativos dessa região.

O cartógrafo escocês John George Bartholomew foi o responsável por nomear o continente nos anos 1880. O nome vem da palavra "antártico",  que significa "anti-ártico", o lado oposto do ártico. Outros textos aceitam também o anti-ártico,  como local sem urso (arcticus) e sem a visualização da constelação de Ursa Maior.

Convencionalmente, adotou-se a forma Antártida, tanto em Portugal como no Brasil, mesmo que contraditória quanto à origem etimológica do topônimo. Uma explicação possível seria a analogia com a mítica Atlântida (ilha fictícia, império naval que governava todas as terras ocidentais, mencionada por Platão na obra Timeu e Crítias). No Brasil, era preferida a forma Antártida até meados da década de 1970,  quando a forma Antártica passou a ganhar força após ser usada em obras acadêmicas sobre o continente.

O continente possui uma população sazonal que varia entre 1000 pessoas, nos meses de inverno, e 4000 pessoas, no verão. Essa população é formada, em sua maioria, por pesquisadores e equipes que atuam na exploração científica da região.  A atividade de pesquisa e a gestão do espaço do continente são feitas mediante o Sistema do Tratado da Antártida, criado em 1959 e que conta, atualmente, com 56 países signatários. O cumprimento dos acordos é de fundamental importância para a manutenção do continente, atualmente ameaçado por problemas ambientais, como o aquecimento global. Problemas esses que vêm sendo alardeados insistentemente após o esverdeamento da planície Antárctica, como resultado do aquecimento global e que não se sabe ainda quais transformações isso possa acarretar.

Antes de terminar, é preciso dizer que o entendimento mais tradicional é considerar Antártida como substantivo e Antártica como  adjetivo embora, como já dito no início, as duas formas estão corretas.

 

fontes: Wikipedia/Metrópolis/Brasil Escola/Mega Curioso/UOL/Ign Brasil

domingo, 29 de setembro de 2024




A Formação das Práticas Religiosas no Brasil Colonial: Influências Orientais, Africanas e Católicas


1. A Colonização Portuguesa na Índia e o Contato com Rituais Hindus (1500–1700)


Com a chegada dos portugueses à Índia em 1498, iniciava-se uma nova era de expansão marítima e religiosa que traria profundas transformações para os domínios coloniais lusos. Estabelecendo feitorias e colônias em Goa, Damão e Diu, os portugueses entraram em contato direto com as complexas tradições religiosas hindus, que se manifestavam através de rituais exuberantes de oferendas de imagens, adornos e pedras preciosas lançadas em rios e lagos como forma de agradecimento ou pedido de bênçãos às divindades.


O festival de Ganesh Chaturthi e os rituais em honra à deusa Ganga, por exemplo, envolviam o lançamento de estátuas sagradas decoradas com joias e objetos valiosos nas águas dos rios como forma de entrega e sacrifício simbólico. Esses rituais, que impressionaram os colonizadores, simbolizavam uma devoção onde a água atuava como meio de purificação e intercessão espiritual.


2. A Chegada ao Brasil e a Influência do Catolicismo Português (1500–1700)


Com o descobrimento do Brasil em 1500, os portugueses trouxeram não apenas a cruz e a catequese católica, mas também elementos culturais e religiosos assimilados em suas possessões orientais. O catolicismo popular português já carregava consigo práticas de veneração a imagens e a crença em milagres atribuídos a estátuas e relicários. Em Portugal e em outras colônias, era comum realizar procissões e oferendas a santos, muitas vezes em águas, como forma de garantir proteção em viagens marítimas ou alcançar graças em momentos de perigo.


Os registros mostram que em situações de tempestade, por exemplo, marinheiros portugueses lançavam ao mar imagens de santos como Nossa Senhora e Santo Antônio, acreditando que essas estátuas poderiam aplacar a ira das águas e guiar o barco em segurança. Essa prática de “entrega temporária” da imagem ao mar, embora não envolvesse adornos valiosos, carregava um simbolismo de confiança e pacto espiritual que ecoaria posteriormente em costumes adaptados nas terras brasileiras.


3. A Convergência de Tradições no Brasil Colonial: Rituais Africanos e Catolicismo Popular (1600–1700)


Ao longo do século XVII, com a chegada massiva de africanos escravizados ao Brasil, um processo profundo de sincretismo começou a se desenrolar. As tradições religiosas afro-brasileiras valorizavam os rios e as águas como domínios de orixás (divindades afro-religiosas), especialmente Oxum, a senhora das águas doces, e Iemanjá, a rainha dos mares. Rituais de oferendas envolvendo joias, alimentos e até pequenas imagens nas águas tornaram-se parte das celebrações, estabelecendo uma nova relação simbólica entre a água, a devoção e a intermediação espiritual.


No Brasil colonial, o sincretismo permitiu que imagens de santos católicos, como Nossa Senhora e São Jorge, fossem associadas a orixás como Oxum e Ogum. Essa associação resultou em práticas devocionais híbridas, onde elementos católicos, africanos e indígenas se mesclavam. Era comum que devotos deixassem imagens de santos adornadas com fitas, moedas e objetos de valor nos rios, pedindo saúde, proteção e prosperidade. Muitas vezes, esses objetos eram posteriormente recuperados ou “resgatados”, simbolizando a bênção concretizada.


4. Rituais Populares e o Uso das Imagens em Rios: Influências e Práticas no Interior (1700–1800)


Nas regiões do interior brasileiro, como Minas Gerais e o Vale do Paraíba, as práticas religiosas se desenvolveram de maneira única, criando um cenário de forte devoção popular. Pequenas imagens de santos eram frequentemente lançadas em riachos e rios, amarradas com fitas e adornos, como parte de promessas ou votos. Caso o pedido fosse atendido, a imagem era resgatada e os adornos removidos como forma de agradecimento.


Esse costume de lançar e repescar imagens nos rios tinha um caráter particular: simbolizava um pacto devocional em que a água atuava como meio de renovação e cumprimento das promessas. Tais práticas podem ter uma conexão indireta com os rituais hindus observados pelos portugueses na Índia, onde o lançamento de imagens adornadas e a manipulação simbólica da estátua representavam tanto sacrifício quanto reapropriação de bênçãos.


5. A Aparição de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no Rio Paraíba do Sul (1717)


Em 1717, pescadores no Rio Paraíba do Sul encontraram a imagem de Nossa Senhora da Conceição em duas partes — primeiro o corpo e depois a cabeça. O evento foi rapidamente interpretado como um milagre, especialmente após uma pesca abundante suceder o encontro. O que talvez não fosse imediatamente percebido era que esse episódio poderia estar relacionado a um contexto cultural mais amplo.


Há uma hipótese de que a imagem de Nossa Senhora da Conceição já fizesse parte de rituais populares locais, em que era lançada ao rio adornada com fitas e joias, como parte de um costume sincrético adaptado às tradições do interior. A prática de lançar a imagem no rio e, posteriormente, retirá-la, retirando os adornos como “resgate” do pedido, sugere um paralelismo com as oferendas aquáticas hindus e com os costumes afro-brasileiros de devoção fluvial. Assim, o encontro da imagem no Rio Paraíba pode ter sido o resultado de uma adaptação desses rituais, que misturavam elementos católicos, africanos e possivelmente ecos das tradições orientais assimiladas pelos portugueses.


6. O Sincretismo e a Consolidação de uma Devoção Nacional (Século XVIII em diante)


A devoção a Nossa Senhora Aparecida cresceu rapidamente, e a imagem encontrada nas águas do Rio Paraíba tornou-se um símbolo nacional. A história de sua aparição, porém, reflete um contexto de fé popular onde práticas de manipulação de imagens em águas, oferendas e devoção sincrética já estavam profundamente enraizadas. A água, seja nos rituais hindus, afro-brasileiros ou católicos, sempre simbolizou um meio de comunicação com o divino, e o fato de a imagem ter sido encontrada no rio reforçou essa percepção de renovação e milagre.


Assim, a história de Nossa Senhora Aparecida pode ser vista como o culminar de um longo processo de confluência cultural, onde rituais de manipulação de imagens nas águas — adotados de diferentes tradições e práticas religiosas — geraram um contexto simbólico que conferiu ao encontro da imagem um significado profundamente religioso e cultural.


Conclusão: A Imagem e a Água como Símbolos de Confluência Cultural


A trajetória que levou à aparição de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba é um exemplo poderoso de como práticas rituais de diferentes culturas, transportadas e ressignificadas ao longo dos séculos, moldaram o imaginário religioso brasileiro. A mistura de rituais hindus, práticas católicas portuguesas e devoções afro-brasileiras criou um terreno fértil para o sincretismo, onde o sagrado e o profano se encontraram nas águas, gerando novas formas de expressar a fé e a devoção popular que marcaram profundamente a identidade religiosa do Brasil colonial e contemporâneo.


Esse texto nasceu de uma pesquisa feita após a fala de um músico brasileiro famoso relatando suas experiências nesses estudos sobre a formação dos costumes brasileiros e me chamou a atenção.


domingo, 6 de setembro de 2020

É assim que se fala!

Por que você fala assim?

O "R" caipira do interior de SP, MT, MG, PR e SC deve-se aos indígenas que aqui moravam não conseguiam falar o "R" dos portugueses, não havia o som dessa letra em muitos dos mais de 1200 idiomas da região.

Então na tentativa de se pronunciar o R, acabou-se criando essa jabuticaba brasileira, que não existe em Portugal. A isso também se deve o fato de muitas pessoas até hoje em dia trocarem L por R, como em farta (falta) e frecha (flecha).

Com a chegada de italianos à SP o sotaque do paulistano incorporou o R vibrante atrás dos dentes, porta como "porita", e em alguns casos até incorporando mais Rs: carro como "caRRRo", se quem fala for de Mooca, Brás e Bexiga, bairros com bastante influência italiana.

O R falado no RJ deve-se ao fato de que quando a Corte portuguesa pisou aqui, a moda era falar o R como dos franceses, saindo do fundo da garganta, como: "PaRRRRi".

A elite carioca tratou de copiar a nobreza, e assim, na contramão do R caipira e 100% brasileiro, o importou seu som de R dos franceses. Do mesmo modo a Realeza trouxe o "S" chiado dos cariocas.

As regiões Norte e Sul receberam a partir do século XVII imigrantes dos Açores e ilha da Madeira, lugares onde o S também vira SH. Viviam mais de 15 mil portugueses no Pará, 4ª maior população portuguesa no Brasil à época, o que fez os paraenses também incorporarem o chiado.

Já Porto Alegre misturava indígenas, portugueses, espanhois e depois alemães e italianos, toda essa mistura resultou num sotaque sem chiamento.

Curitiba recebeu muitos ucranianos e poloneses, a falta de vogais nos idiomas desses povos acabou estimulando uma pronúncia mais pausada de vogais como o E, para que se fizessem entender, dando origem ao folclórico "leitE quentE".

Em Cuiabá e outras cidades do interior do Mato Grosso preservou-se o sotaque de Cabral, não sendo incomum os moradores falando de um "djeito diferentE". Os portugueses que se instalaram ali vieram do norte de Portugal e inseriam T antes de CH e D antes de J. E até "hodje os cuiabanos tchamam feijão de fedjão".

Junto com os 800 mil escravos também foram trazidos seus falares, e sua influência que perdura até hoje em se comer o R no final das palavras: Salvadô, amô, calô e a destruição de vogal em ditongos: lavôra, chêro, bêjo, pôco, que aparece em muitos dialetos africanos.

A falta de plurais, o uso do gerúndio sem falar o D (andano, fazeno), a ligação de fonemas em som de z (ozóio, foi simbora) e a simplificação da terceira pessoa do plural (disséro, cantaro) também são heranças africanas.

 FONTE: "Mapa Linguístico do Brasil" 

Revista Superinteressante 

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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Crônicas do passado!

 Revendo postagens de outras redes sociais. Algumas em tom de crônica, como essa abaixo de quando atletas olímpicos  norte-americanos simularam terem sido vítimas de assalto e mentiram no depoimento à polícia.  Claro que se deram mal após a farsa ter sido descoberta. Segue o texto de 18/08/2016.

"Por acaso algum turista passa incólume passeando no Harlem ou no Bronx em Nova York? E as gangs de Los Angeles? Além da 5° distrito em Londres? Na região do Sacre Couer em Paris? Soweto ou downtown em Johannesburgo?  Ah fala sério! E só o Brasil tem violencia urbana??? Não precisamos desse tipo de turista aqui! Não somos  o país das bananas e da zona generalizada!  Não é problema brasileiro se perderão contratos e medalhas! Tio Sam que se vire e que eduque seus filhos, porque se fosse o contrário, coitado de quem mentisse para a polícia de lá! Chupa que é de manga! Quiçá sapoti"

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Corona Mundi!

Olá, pessoal! Depois de um tempo volto aqui. E qual o assunto que está em alta no momento, em todas as mídias? Claro, a pandemia da Covid-19, causada por uma cepa mutada do corona vírus. Assustou e ainda assusta; estamos ainda, nessa data, no meio de uma pandemia que fez e ainda faz muitas vítimas na Itália, Espanha, Estados Unidos, Irã e ainda é crescente em vários locais do mundo, indistintamente.  
O surto teve início na China ! Talvez provocado pelo consumo indiscriminado de animais silvestres, basicamente o pangolin e o morcego, que são hospedeiros naturais de vírus da espécie corona e hábitos culturais ancestrais de alimentação de uma população secular que sempre lutou contra a fome e que entre muitas manipulações, más condições de higiene e preparo, o vírus teria sofrido uma mutação e infectado humanos e a partir da sua alta taxa de disseminação, com um novo hospedeiro,  teria provocado contaminações em larga escala, incluindo muitas mortes.  O fato do surto ter sido ocultado pelos órgãos chineses, sem sucesso, é uma outra questão, diferente do que quero tratar aqui. Agora não interessa se é guerra química, revolta da natureza, criação de vírus em laboratório que teria fugido ao controle ou que o projeto tenha sido sabotado, se é golpe econômico de uma economia gigante à beira da falência, intervenção alienígena, um plano militar que tenha falhado num grande jogo de War da vida real, testes biológicos causado pelas chemtrails, expurgo, ira divina, entre outras teorias da conspiração, A epidemia tomou a China, acometendo as pessoas na forma de uma inédita e severa infecção respiratória, desencadeando sintomas como febre, pneumonia, tosse seca e a morte de milhares de indivíduos sãos e outros mais debilitados por doenças crônicas pré existentes. A notícia e a contaminação tomaram o mundo e logo se tornou uma pandemia voraz, ceifando vidas em poucos dias após o contágio. Medidas drásticas foram tomadas, isolando as pessoas até que se chegou ao consenso do isolamento social. O fechamento de países inteiros, mantendo os serviços essenciais em funcionamento, colocou a humanidade contra a parede, freando o ritmo alucinante da modernidade, colocando uma pedra gigantesca nas projeções do crescimento econômico, colocando as peças mestras desse xadrez em pé de igualdade com os peões, o eterno confronto capitalista, ainda em sua forma antiquada. 
Tal situação desafiou o Homem, a espécie pensante, poderoso, um quase semideus, dono da tecnologia de ponta, das comunicações instantâneas, sem barreiras de idioma, substituída pelos cifrões, dono das cartas de um jogo sufocante de produção, porém cego para as coisas mais simples, como lavar as mãos, exaustivamente ensinado por gerações, bem como o ato de se importar, de alguma maneira, com o próximo. Mas, calma, ainda estamos cuidando para manter um índice de disseminação baixo, desinfetando ruas e cidades, tomando medidas preventivas repetitivas a fim de evitar o pico que pode causar uma maior desestruturação social, lotando hospitais e clínicas, provocando mais mortes e de se tornar algo incontrolável, levando a um caos bem maior, sem precedentes.  Parece que a vida está cobrando o fator humano do bicho homem. E que lição difícil procurar ser mais humano quando o mais humano dos gestos não é permitido, pois os contatos estão suspensos, temporariamente. Precisamos reinventar novas formas de abraçar e demonstrar afeto, carinho e respeito para com o próximo. De fazer pelo outro, pensando coletivamente, com mais senso de cidadania, de equalização e relações da vida social e em virtude disso, das relações de trabalho, da distribuição de renda e da real necessidade da produção em larga escala, bem como seu descarte e reutilização. Talvez a vida tenha nos dado essa chance de refletir sobre isso, e mostra que o preço é alto. Mostra que estamos longe de um nível de naturalidade, em se considerando habitar um planeta vivo e limpo, menos plástico, menos artificial. E essa quarentena tem provas disso: a diminuição dos níveis de poluição nos grandes centros, a normalização da camada de ozônio e readequação das correntes de vento, da limpeza de canais, rios e mares, do reaparecimento de animais selvagens onde não eram vistos por muito tempo e até mesmo de uma melhor vibração desses 7 bilhões de seres que habitam esse outro grande ser vivo. Creio que aquela hora tão falada chegou, a hora e uma necessidade crucial de mudança, da relação do Homem para com o planeta, para com o próximo, para consigo mesmo e para com o seu particular espiritual. Temos algum pouco tempo para entender e digerir tudo isso, sem ensaio e com preço alto. Enquanto isso, se cuida e #FicaEmCasa. Nos vemos, nos lemos.