sexta-feira, 6 de maio de 2016

Intolerância

Não acho fácil falar da intolerância nos dias de hoje. Falar de algo que requer uma pausa para pensar em tempos de ânimos exacerbados, atitudes rápidas, revides impensados, por vezes insanos, que desmoronam todo e qualquer “castelo” de ponderamento, que jogam esgoto abaixo toda uma estrutura emocional e racional do indivíduo, seja ele quem for. 
Em pleno século XXI, era das facilidades da tecnologia e das comunicações rápidas, parece não haver uma rédea mais forte que segure uma horda de seres não pensantes, que de forma alienada e impensada reagem intolerantemente às ditas normas sociais políticas, comportamentais, religiosas, etc.. Pode-se até fazer uma alusão a zumbis, dominados por fontes irreais de veracidade que alimentam toda uma onda, diria um tsunami, de ações, gerando ódio, raiva e medo em escala geométrica.
A intolerância já é uma inabilidade humana de lidar com o diferente, de entender e respeitar posturas e posições divergentes das suas. E vivemos num mundo plural, onde cada indivíduo carrega consigo um leque de opiniões próprias de todos os assuntos que o permeiam e que fazem parte de nossas vidas, de forma direta e indireta. Os grupos iguais se atraem por uma conexão de ideais e expectativas comuns e ações que as promovem e, mesmo assim, não são formados de pensamentos únicos. Sempre há um senão, um porquê, mas a comunhão e direcionamento dos mesmos propósitos formam a característica de cada um desses grupos. E os grupos são muitos e podem ser antagônicos, simpatizantes, semelhantes. São pensamentos mutáveis, pois a inteligência humana, dentro de sua escala natural de evolução, aliada ao amadurecimento de ideias e sob influência das transformações naturais concorrem para que um dito grupo de pensadores iguais se fortaleça, se dissipe, cresça ou se finda, pois o olhar individual de cada um de seus membros tende a adotar outras maneiras de pensar sobre o mesmo ponto de vista e isso se torna uma ação cíclica.
Mudar de ideia, de opinião não é vergonhoso, não é sinal de fraqueza, é uma adequação às novas regras que a própria vida impõe ou que seja transformada nesse novo pensar. Sair da redoma da vaidade e do narcisismo e enxergar na opinião do outro, formas distintas de pensar, respeitando todos os ponto de vista que visam o mesmo objetivo.
Ouvir opiniões é sempre enriquecedor, posso dizer que o mesmo fiz ao escrever sobre isso e compartilhar com minha colega psicóloga Dra. Renata Barros, que expôs algumas situações que transcrevo aqui.
O questionamento é válido e é eterno, desde os primórdios para se entender quem sou, de onde vim e outros tantos que formam o pensar humano. Esses exercícios nos tornam hábeis, capazes de provocar uma mudança e de aceitar as novas. Tolerância traz consigo a flexibilidade.

Por outro lado, há quem se acomode em determinadas situações e qualquer mudança que venha em seu sentido e que o tire dessa zona de conforto (ou preguiça) pode provocar reações adversas. Essa acomodação, se for no modo de pensar, permite que outros membros manipulem direta ou indiretamente suas ações. Pessoas são diferentes e há uma natural disputa nos grupos humanos, instintiva, de prevalecimento de uns sobre os outros, seja pelo poder de convencimento e argumentos, pela força física, pela imposição, pelas atitudes e há quem se aproveite dessa situação favorável de estar à frente de determinadas pessoas pela junção de conhecimentos e que sem qualquer ética manipula os ditos inferiores. Criam-se monstros! Numa sociedade ávida por mudanças rápidas e melhoria de vida, o conhecimento se faz necessário para não se deixar ser dominado por outros grupos. Porém a preguiça (zona de conforto) não alimenta o discernimento. E isso também é cíclico! enraíza, contamina, corrompe e destrói. É quando a cobra começa a comer o próprio rabo!
Nos vemos, nos lemos!

*imagem; Google free pic!

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