Acontece no Rio de Janeiro,
a exposição “A Muito Leal e Heroica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”,
que reúne obras João Francisco Muzzi,
Jean Baptiste Debret, Marc Ferrez e outros.
Jean Baptiste Debret, pintor, desenhista e professor francês, foi
integrante da Missão Artística Francesa que aportou no Brasil em meados de 1816, quando a corte instalada em sua nova cidade sede, fugida dos ataques de
Napoleão Bonaparte, propunha um “banho de civilidade” para a nova cidade sede, o Rio de Janeiro, adotando e copiando o
estilo das cortes francesas da época, como sendo o exemplo de refinamento e comportamento a ser
seguido.
Retratou o funeral de Dona Maria I e com fácil penetração na lata roda social, retratou eventos da corte e cenas cotidianas da então nova sede da corte de Dom João VI e posteriormente viajou pelo Brasil da época, retratando os tipos, os costumes,
peculiaridades, religião e as paisagens da terra brasilis, até então mitificada
pelos europeus, fazendo um registro iconográfico de relevância para a época.
Publicou depois, já de volta à França, um almanaque intitulado “Viagens
Pitorescas e Histórica do Brasil” com desenhos acompanhados de textos, fazendo
com que a obra também seja considerada um registro historiográfico do país.
Como o cenário era o dia-a-dia do brasileiro da época, é comum ver nas obras de
Debret a mão de obra escrava seja nas pequenas cidades, nas fazendas, lavouras,
nos mercados de negros (principalmente no Rio de Janeiro da época), os maltratos
por esses recebidos, cenas cotidianas do almoço, amamentação, escravas lavando
roupas, os muitos povos indígenas que estavam sempre muito próximos das pequenas
cidades em formação, tudo registrado com a visão e tendência artística do
autor, marcantes na época, às vezes distantes da realidade retratada, mas sem
perder o poder de registro histórico daquele Brasil, revelando uma intimidade
com o país no qual viveu durante 15 anos.
No Centro Cultural Banco do Brasil,
no centro do Rio de Janeiro, Rua Visconde de Itaboraí, 20, de domingo a terça,
das 12h às 19h, de 14 de maio a 12 de junho, também com entrada gratuita.
*imagem: reprodução "Negra tatuada vendendo cajus - 1827"
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