Dias atrás, o programa
humorístico “Tá No Ar”, da Rede Globo, talvez o melhor humorístico nos dias de
hoje em exibição, fez uma homenagem ao eterno homem da praça, Carlos Alberto da
Nóbrega, que já passou pela Globo e há anos é uma das atrações do SBT.
A homenagem foi feita
reproduzindo o quadro da velha surda com Marcos Melhem (ator e redator do humorístico
global) e Carlos Alberto (apresentador e diretor do humorístico do SBT). A
velha entende tudo errado e rima as frases ditas com outras sem o menor
sentido. Nesse caso, a confusão falava de uma possível vinda do comediante para
a emissora carioca, na confusão da surda.
O programa tem como base a sátira
de canais de tv que hoje estão no ar, tanto da rede pública quanto das redes
privadas dos canais a cabo. O programa é transmitido num formato que parece que
alguém está zapeando por vários canais e que para, ora aqui, ora ali, sem
definir uma programação, da mesma forma que fazemos quando estamos com o
controle nas mãos e buscando alguma programação interessante. Há canais de
vídeo, canais sensacionalistas, canais sem graça, programação bem ruim e pífia,
que já é uma grande sátira em relação à qualidade das programações de muitos
desses canais que enchem a linguiça das ofertas de pacotes de canais pagos. Há
de se dizer que dia desses eu mesmo achei o Canal do Peixe. Isso me lembra uma
sátira já há algum tempo feita no programa Família Dinossauro em que se pagava
uma fortuna para ver o Canal do Chapéu e de um outro canal caro do seriado Os
Simpsons que apresentava coisas sem sentido. Há o canal de vendas, o canal de
notícias sensacionalistas, os canais que depuram uma simples matéria e fazem
dela um interminável programa de uma hora, sátira aos apresentadores canastrões
e até mesmo sátira aos comercias, muitos deles, hilários. Procurem ver a sátira
que fizeram ao comercial de um iogurte tipo grego. Outro ponto bastante
satirizado são os canais religiosos, às vezes de forma bem herege, mas que
tentam mostrar que alguns desses canais já vendem até milagres.
Particularmente, entendo que a crítica está na forma de manipulação da religião
do outro e não em desrespeito aos dogmas e doutrinas dessa ou daquela religião.
Mesmo quando nosso conhecimento de formação nos lembre de um dos mandamentos de
não usar o nome de Deus em vão.
Voltando a falar da homenagem da
Praça é Nossa, que já foi programa global com o criador do programa e pai do
atual apresentador, vejo nisso uma forma de apresentar uma tv livre. Em que
contratados de uma emissora possam sim ser entrevistados e participar de
programas em outros canais, pois é uma homenagem e um reconhecimento do trabalho
artístico daquele(a) cidadã(o), independente de onde esse possa ter contrato.
Com o leque de opções e os grupos televisivos que existem entre outros
enlatados, cai por terra essa barreira que separa quem é do time A ou do time
B, pois o que é visto é feito por esses profissionais. Todo mundo assiste a
tudo. Me lembro da Hebe Camargo, que foi musa do SBT por décadas, entrevistar
artistas globais e se desmanchar em elogios às novelas que ela também assistia,
uma vez que o SBT não tem histórico de boas produções próprias. Podemos ainda
ver funcionário de um determinado canal atuando em outros, seja na mesma função
ou desempenhando outra. Caberia aqui uma lista deles. Há um programa de fofoca
televisa na Rede TV que vive quase que exclusivamente das mazelas de atores e
gente de televisão e em programas argumentando os mais fúteis assuntos de uma
única emissora. Como se dependessem deles exclusivamente para ter pauta em seu
programa. Nossa tv aberta ainda tem muita coisa ruim, muita exposição desnecessária,
muita banalização de tudo, muita apologia ao que não engrandece, muita fofoca,
muito disse me disse, muito enlatado porcaria da mesma forma que possui belos
documentários, produções musicais e de entretenimento de excelência que valem a
pena.
Por isso, acho a homenagem
válida, que pode haver interação das emissoras por seus funcionários. A guerra
fria das emissoras tem que ser quebrada, em nome do aumento da qualidade. Quem
ganha é o público! Até que o próximo zap mude as opiniões!
Nos vemos, nos lemos!
*imagem- Google free pic, tv fora do ar
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