quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Tão bela, tão complexa, tão frágil

Amigos, apresento a vocês a nossa casa, vista de longe, muito longe mesmo.

E tão longe que a gente perde a noção da fragilidade e cuidados que ela merece. Eu falo de cuidado em geral, seja em português, aramaico, inglês, mandarim ou qualquer outro idioma.

Nosso ozônio tá no buraco, os termômetros sobem, as chuvas não cessam, os raios aumentam, os animais migram e, não achando comida, disputam as nossas. As cidades estão cheias de pássaros, pois os "nossos lindos campos" já não têm mais vida. Nossa vida em teu seio, siliconado, sem amores. O ar pesado, carregado, magneticamente ionizado por ondas de rádio, bandas largas, curtas, ondas curtas, microondas, suspendendo partículas de íon que travam briga com as outras particulas gerando uma chuva de descargas elétricas de proporções fantástica. Brisas que se transformam em ciclones. Garoas que entopem bocas de lobo. Fumaça que tinge os lençóis brancos pedurados nos varais. Verão no inverno. Solo que não absorve água. Rios que carregam milhares de engradados de pets, excesso de comida jogada fora. Exigências que fazemos e outras que não cumprimos. Venha a nós, apenas isso.

A Terra azul e nós estamos deixando que ela se torne cinza. Nossos pesadelos estão próximos de virar realidade. Os filmes catástrofe, próximos de virarem imagens de telejornal. A terceira grande guerra perto de eclodir e nãopor conquista de terra, mas de água.

Já estamos atrasados em correr atrás disso, mas acredito que ainda esteja em tempo.