terça-feira, 12 de abril de 2016

Tv aberta

Dias atrás, o programa humorístico “Tá No Ar”, da Rede Globo, talvez o melhor humorístico nos dias de hoje em exibição, fez uma homenagem ao eterno homem da praça, Carlos Alberto da Nóbrega, que já passou pela Globo e há anos é uma das atrações do SBT.
A homenagem foi feita reproduzindo o quadro da velha surda com Marcos Melhem (ator e redator do humorístico global) e Carlos Alberto (apresentador e diretor do humorístico do SBT). A velha entende tudo errado e rima as frases ditas com outras sem o menor sentido. Nesse caso, a confusão falava de uma possível vinda do comediante para a emissora carioca, na confusão da surda.
O programa tem como base a sátira de canais de tv que hoje estão no ar, tanto da rede pública quanto das redes privadas dos canais a cabo. O programa é transmitido num formato que parece que alguém está zapeando por vários canais e que para, ora aqui, ora ali, sem definir uma programação, da mesma forma que fazemos quando estamos com o controle nas mãos e buscando alguma programação interessante. Há canais de vídeo, canais sensacionalistas, canais sem graça, programação bem ruim e pífia, que já é uma grande sátira em relação à qualidade das programações de muitos desses canais que enchem a linguiça das ofertas de pacotes de canais pagos. Há de se dizer que dia desses eu mesmo achei o Canal do Peixe. Isso me lembra uma sátira já há algum tempo feita no programa Família Dinossauro em que se pagava uma fortuna para ver o Canal do Chapéu e de um outro canal caro do seriado Os Simpsons que apresentava coisas sem sentido. Há o canal de vendas, o canal de notícias sensacionalistas, os canais que depuram uma simples matéria e fazem dela um interminável programa de uma hora, sátira aos apresentadores canastrões e até mesmo sátira aos comercias, muitos deles, hilários. Procurem ver a sátira que fizeram ao comercial de um iogurte tipo grego. Outro ponto bastante satirizado são os canais religiosos, às vezes de forma bem herege, mas que tentam mostrar que alguns desses canais já vendem até milagres. Particularmente, entendo que a crítica está na forma de manipulação da religião do outro e não em desrespeito aos dogmas e doutrinas dessa ou daquela religião. Mesmo quando nosso conhecimento de formação nos lembre de um dos mandamentos de não usar o nome de Deus em vão.
Voltando a falar da homenagem da Praça é Nossa, que já foi programa global com o criador do programa e pai do atual apresentador, vejo nisso uma forma de apresentar uma tv livre. Em que contratados de uma emissora possam sim ser entrevistados e participar de programas em outros canais, pois é uma homenagem e um reconhecimento do trabalho artístico daquele(a) cidadã(o), independente de onde esse possa ter contrato. Com o leque de opções e os grupos televisivos que existem entre outros enlatados, cai por terra essa barreira que separa quem é do time A ou do time B, pois o que é visto é feito por esses profissionais. Todo mundo assiste a tudo. Me lembro da Hebe Camargo, que foi musa do SBT por décadas, entrevistar artistas globais e se desmanchar em elogios às novelas que ela também assistia, uma vez que o SBT não tem histórico de boas produções próprias. Podemos ainda ver funcionário de um determinado canal atuando em outros, seja na mesma função ou desempenhando outra. Caberia aqui uma lista deles. Há um programa de fofoca televisa na Rede TV que vive quase que exclusivamente das mazelas de atores e gente de televisão e em programas argumentando os mais fúteis assuntos de uma única emissora. Como se dependessem deles exclusivamente para ter pauta em seu programa. Nossa tv aberta ainda tem muita coisa ruim, muita exposição desnecessária, muita banalização de tudo, muita apologia ao que não engrandece, muita fofoca, muito disse me disse, muito enlatado porcaria da mesma forma que possui belos documentários, produções musicais e de entretenimento de excelência que valem a pena.

Por isso, acho a homenagem válida, que pode haver interação das emissoras por seus funcionários. A guerra fria das emissoras tem que ser quebrada, em nome do aumento da qualidade. Quem ganha é o público! Até que o próximo zap mude as opiniões!
Nos vemos, nos lemos!

*imagem- Google free pic, tv fora do ar