sábado, 7 de março de 2015

Tem jeito!!




Escrevo aqui a minha opinião, independente do que acho da atual política, até mesmo porque não tenho um partido, voto em pessoas e em seus trabalhos e projetos e não acompanho a política de maneira tão próxima. Acho que a nossa democracia é condescendente em demasia. Não há necessidade de tantos partidos políticos, que essa é uma manobra para galgar mais rapidamente os degraus para alcançar um "pseudo" poder e um lugar ao sol, de favorecer coligações e conseguir meios de se estabelecer como um partido. Não sou expert em ciência política e luto para entender e ficar longe da ignorância e analfabetismo político, mas confesso que é preciso uma boa dose de sabe lá o que para aguentar e engolir certas coisas.


Há dias, a divulgação de uma certa lista com nomes de políticos envolvidos em esquemas de corrupção vem alimentando a curiosidade do povo e da imprensa, gerando especulações e palpites dos mais diversos em relação a esse ou aquele indivíduo político do cenário do nosso país.  A tal lista, enfim, é divulgada e engloba nomes conhecidos, vultos importantes para nossa história e não poupa legendas, independentemente da quantidade de pessoas envolvidas por sigla.
A questão não é essa, não é julgar quem tem mais culpado em seu staff. A questão é o exercício desse câncer chamado corrupção, que envergonha a todos sem distinção, que nos deixa perplexos e sem ação (momentânea) e até mesmo incrédulos. Se relembrarmos momentos antes dessa divulgação, podemos encontrar o roto falando do esfarrapado, elucubrações sem fundamentos, um "descaratismo" como diria o personagem Odorico Paraguaçu (personagem político corrupto de Dias Gomes), que penso eu, não poderia imaginar ver sua figura personalizada em políticos reais, pessoas que dirigem a nave chamada Brasil. O problema é a institucionalização do ato de ser corrupto.
E isso deveria ser de fato considerado e tratado como crime, com punições rápidas e severas, com interdição imediata do exercício de ser político, cassação, obrigatoriedade da devolução de dinheiro e bens roubados ou desviados, suspensão das atividades alimentadas ou financiadas pela corrupção, até que se prove o contrário. O modelo do ser político deveria ser repensado. Aquela pessoa não foi convocada a estar lá para ser o representante do povo. Essa pessoa se dispôs a entrar num pleito, de concorrer ao cargo, trabalhou honesta e verdadeiramente (espera-se) para isso. Para trabalhar por melhorias gerais, comuns a todos, de facilitar umas coisas, de mudar outras, atualizar as ultrapassadas, de promover o bem estar educacional, cultural, social, penal, econômico, trabalhista  e de outras esferas para que a população possa ter uma vida mais digna, com regras que mantenham a sociedade em ordem, em que se promova o bem estar com melhores acessos aos serviços que o sistema dispõe, direito à cidadania plena e, dessa forma, permitir que o país se desenvolva, que crie possibilidades e perspectivas de crescimento e desenvolvimento humano, de se tornar exemplo, de ser verdadeiramente soberano, de ser justo, de ser um país adulto, sério, de respeito.
A lista de indignação também é grande. Propostas mirabolantes de virada da situação são disseminadas a todo instante. Algumas absurdamente equivocadas que beiram à barbárie. A cegueira é geral e o risco de tumultos não está longe. Não se pode perder as rédeas, perder a razão em hipótese nenhuma. Andar pra trás não é progresso. E até modelos de freios dessa situação são ventilados como se fossem a salvação da lavoura, mas são infundadas, com mais toscos atos desrespeitosos aos direitos do cidadão. Não é a hora do olho por olho. Isso já foi. A Idade Média, nesse modo de pensar, faz parte do lado negro da história da humanidade, não se queimam mais as bruxas; mas elas existem!
O câncer da corrupção tem tumores do mais diversos tamanhos, desde  a metástase de rombos bilionários de esquemas de favorecimento e enriquecimento ilícito até o pólipos do dia a dia do mortais cidadãos comuns. Os pequenos gestos e atos de corrupção são culturalmente exercitados por nós mesmos. Está no arredondamento de preços pra facilitar o troco, a troca de favores para pessoas mais próximas, na "lei de Gerson" em se levar vantagem em alguma situação, no favorecimento em troca de pequenos lucros ou serviços, em pequenas propinas para se conseguir algo, no roubo de sinais de tv, telefonia, sinais wifi, compra de produtos falsificados, colar em provas ou copiar trabalhos e tarefas, assinar o ponto do trabalho ou escola, falsificar assinaturas e documentos, comprar atestados para justificar ausência do trabalho ou outro, furar fila, desrespeito aos valores, entre tantas outras ações que achamos comuns ou para as quais encontramos justificativas que passam despercebidas, disfarçadas do famigerado "jeitinho brasileiro". Não fazer festa com o chapéu dos outros. Não precisamos nos transformar em robôs ou perder a graça de ser esse povo gentil, amigável. Precisamos aprender a ter respeito próprio antes de tudo e saber perceber que algo não está certo, mesma que seja o reconhecimento de um ato equivocado. Se isso acontecesse, não geraríamos alguns defensores de atitudes monstruosas que ferem a dignidade de uma Nação. Acho que se mudarmos o jeito de pensar, podemos sim, mesmo que a longo prazo, ter mais consciência de cidadania e banirmos os favoritismos da classe que gerencia nossas vidas. Acredito que com isso enraizado, a função do ser político seria outra, com foco nas melhorias de desenvolvimento humano e de fortalecimento da soberania nacional e, naturalmente, as regalias não fariam parte da cristalização do individuo que ocupa essa ou aquela posição. Seria ele um funcionário representante do povo (nós) com um salário compatível com a responsabilidade de seu cargo, e com benefícios comuns aos demais trabalhadores do país, regidos por uma séria lei trabalhista, com a função única e exclusiva de trabalhar pelo bem comum. Sem regalias, sem favoritismos, com responsabilidades, direitos e deveres passíveis de punição e meritocracia quando necessários. Precisamos de evolução! Antes que seja muito tarde! Vamos deixar o cenário apocalíptico e acéfalo para a ficção!

Nos vemos, nos lemos!



* Imagem Google: Luz no fim do túnel!