sábado, 10 de abril de 2010

TRIBOS

Estava hoje twittando com uma colega, uma atriz conhecida do Rio de Janeiro e tocamos no assunto segregação e partilhamos algumas ideias parecidas.
Uma delas fala justamente da segregação que nossa sociedade impõe atrás de uma máscara de "respeito à diversidade".
Pensei nisso justamente porque se fala muito em cotas para negros ou afro descendentes em universidades, de guetos, de locais GLS, de homofobia, direito de crianças e adolescentes, de idosos, de especiais, de comunidades e até mesmo um velho funk que pede que cada qual fique no seu quadrado.
Cogito ergo sum! - Poxa, no código civil diz que somos iguais perante a lei independente de cor, raça, sexo (pode ser opção?), religião, etc e etc, por que separar?????
Então nossa sociedade deve ser punida por infringir o código?
Deveria-se gradear o país e manter todos presos por isso? Já não bastam as "cadeias" que são as cidades hoje em dia frutos desse mesmo separatismo social?
Se somos seres sociáveis, não seria o respeito um sentimento e uma ação natural diante da diversidade de cultura, de opções, de povo, ainda mais num país multifacetado como o nosso?
Por que locais para esse ou aquele tipo de pessoa???
Penso que seja contraditório esse pensamento e vejo também que existe uma aceitação da população quanto à criação desses nichos sociais?
Será que nossos futuros mapas serão parecidos com aquelas gavetas de divisórias móveis prá se guardar cuecas e meias, separando-as por cor, estação e serventia?
E quando as reportagens se enchem de orgulho prá falar do povo amigável e cordial que é o brasileiro. Fala-se muito da solidariedade desse povo. Sendo que dentro da própria casa não seja assim.
Penso que o fortalecimento dessa ideia reforça o antigo modo de pensar de que o Brasil é um país de posição preconceituosa velada e que isso propicia o surgimento de conflitos internos prá estabelecimento de uma ordem que não segue uma ordem. Vira anarquia. Todo mundo é dono de tudo!
Faça um paralelo sobre isso e a realidade de grandes cidades com suas diferenciações sociais.
O pior é que isso alimenta horas infindáveis de debates em programas de tv com um "Achismo" sem embasamento!
Ainda penso que diante do código civil tais pensamentos e condutas infringem a lei.
Separatismo, tanto ideológico quanto prático, não leva a lugar algum.
O povo de quem se fala somos eu, você, sua família, vizinhos, amigos, desconhecidos, seu bairro, sua cidade e até mesmo quem fala do povo na terceira pessoa.
É muito mais digno exercitar o direito e dever do Respeito que isolar a diversidade mutante do jeito de ser, viver e conviver do Homem, ainda mais em tempos de transições rápidas como o nosso século atual.
É muito mais humano, sem ser piegas, administrar isso no "todo" que marcar território.
Tribos? Somente aquelas da lembrança da infância onde os índios viviam felizes e em paz com a natureza. Até a chegada do "homem branco" que os transformou nos primeiros segregados e desrespeitados da nossa Terra Brasilis.

* foto - Windows Gallery - editada pelo autor