terça-feira, 4 de abril de 2017

Omixplicação!

Li um artigo rápido e interessante que mostra que o machismo mora nos detalhes e é algo curioso, pois, inconscientemente ou tomado pela cultura secular de dominação de ideias paternalistas, agimos dessa forma.
Com a crescente conscientização do trato social, das relações entre grupos humanos, da vez e voz dos grupos excluídos e marginalizados por um ideal utópico, da explanação de que somos resultados de todo um processo social e por, agora, tarde, porém necessário, estamos aprendendo entender aquilo que chamamos de diferenças, só porque não atendem a um padrão pré-determinado do qual não se encaixam com os nossos próprios ou porque há uma dificuldade em sua interpretação e aceitação, por puro comodismo ou pelo fato de fazer pensar.
O artigo fala de pequenas ações machistas cotidianas e parece exemplificar um ambiente de negócios, dados os exemplos, pois ainda, em pleno século XXI, temos a distinção de homens e mulheres a frente de funções essenciais com diferenças salariais, nomenclaturas e afins.
Esses atos machistas encontrados nesses ambientes, recebem nomenclaturas novas, ainda sem uma tradução definitiva, mas que foram criados para definir essa ou aquela ação que, repito, podem ocorrer, mesmo que inconscientemente, tais como:

· manterrupting: quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor.
·    bropriating: Quando, em uma reunião, um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela.
·    mansplaining:  É quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a você, como se não fosse capaz de compreender, afinal você é uma mulher.
·   gaslighting: violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz. Que numa “discussão” pode ser proferidas em frase como: “Você está exagerando!”, “Cadê seu senso de humor?”, “Nossa, você está sensível demais.”, entre outras.
Podemos ver isso quase que diariamente nas ruas, ao saber de uma história ou outra, em programas de entretenimento de televisão, entre tantos outros exemplos.
As atitudes mostradas acima não são exclusividades do homem para com a mulher e, em determinados casos, podem ocorrer de forma contrária, mas esse não foi o ponto de questão do artigo mencionado. Há muito mais ações machistas que ações feministas, quando desse sentido errado.
O ideal de igualdade ainda está longe por uma falha humana de ainda não entender a si próprio e acredito, infelizmente, que ainda vamos forjar muito ferro frio e bater a cabeça na porta até aprendermos as reais condições de igualdade entre os gêneros.
Se somos o resultado da fusão dois gêneros matrizes, carregamos características de ambos em maior ou menor grau, que se manifestam com suas influências culturais religiosas, políticas, sociais, físicas, orgânicas e afins. Só isso já permite uma gama enorme de possibilidades de características humanas. Uma quantidade de humanos como essa, na casa do 7 bilhões hoje em dia, não pode haver sobreposição de um pelo outro, mas sim a busca de uma convivência mais harmônica.
Não estou dizendo que seja fácil, mas um ideal a ser alcançado, assimilado e vivenciado, permitindo novas possibilidades de crescimento humano.
Nos vemos, nos lemos!

Em tempo: Aos termos mencionados foram propostas traduções iniciais como: 
Gaslighting – ou Omipulação
Mansplaining – ou Omixplicação
Manterrupting – ou Ominterrupção
Bropriating – ou Omipropriação