terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Vende-se este RCO!

placas e avisos com erros - Google Fre pic
Se uma coisa me diverte é a publicação infindável de traduções erradas ou pérolas da Língua Portuguesa. É sabido que muitas delas são forçadas, mas mostram a capacidade humana de rir de si próprio, o que é considerado saudável.
Quem nunca teve vontade de responder outras coisas nas provas das escolas? As pérolas do Enem ou de qualquer outro concurso ou curso são veiculadas repetidas vezes e até já ganharam espaço num antigo formato no Programa do Jô Soares. Outros sites desses “surrealismos” sugerem que o brasileiro deveria ser estudado, devido ao tamanho de sua criatividade frente a qualquer situação nova ou incapacidade primeira de entender e absorver determinadas situações.
Quem nunca riu com fachadas de estabelecimentos que usam dessa forma de “propaganda” como se fosse algo certo.
Há também os testes que veiculam nas redes, dão sua nota e linkam sua resposta a qualquer tipo de graduação de inteligência. Claro que essa graduação também requer um tremendo cuidado a ser levada a sério.
Vi uma coletânea de testes e uma delas pergunta:
Como saber se determinado mês terá uma sexta-feira 13?
Opções: a) – se o mês possuir 31 dias;    b) – se o mês começar numa segunda-feira;    c ) – se o mês começar numa sexta-feira.
Lá fui eu pegar o calendário e ver o ano de 2017 (que está aí na varanda de casa).
2017 terá apenas duas sextas-feiras 13 (janeiro e outubro), sendo: Dia 1º de janeiro será um domingo (nem segunda, nem sexta, mas tem 31 dias). Outubro (começa num domingo, tem 31 dias). Os meses de Março, Maio, Julho, Agosto e Dezembro têm 31 dias e não terão uma sexta-feira 13.  Somente Maio começará numa segunda, tem 31 dias e não tem sexta-feira 13. Setembro começa numa sexta, Dezembro idem e também tem 31 dias, porém nenhum dos dois meses tem uma sexta-feira 13. Ou seja, as opções são furadas. A resposta correta é que se o mês começa num domingo, logo terá uma sexta-feira 13, tenha ele 30 ou 31 dias.
As traduções também têm sua parte de risadas garantidas. Desde as que confundem os chamados falsos amigos, principalmente no inglês, começando pelos básicos Pull/Push – Puxe/Empurre, onde, de cara confundem o push com puxar (quando na realidade é empurrar) até traduções “tabajaras” de cardápios. Citando algumas english translation pearls desse mote temos:
Contra-filé / Against filet) e Cupim ao molho de laranja / Termite at orange sauce.
Onde contra-filé (steak, scotch fillet) e cupim (Hump).
Termite é larva ( larva de cupim , aquele que come madeira e tecido). Against é contra, ser do contra, algo contrário.
Por outro lado, há ainda as invenções ou a sonorização de algo que não se entende, como Molho Barbecue ser “traduzido” para Molho Barbie Kill ( a boneca agora virou duplas assassina, mata o inglês e quem come o molho).
Pessoas que vendem filhotes de Inhoque Charlie (Yorkshire– aquele cãozinho de pequeno porte, peludo, cachorrinho de madame). Ou vai saber se o tal Charlie sabe fazer nhoque.
Respostas que vão da simplicidade como preencher as lacunas com a palavra correta. Daí já viu!
Exemplo: A borracha de João já está correta . (gasta / gata).  Entenderam?  
O modesto salão de cabeleireiro que ostenta na fachada: “Corto cabelo e pinto”. Certeza de clientela feminina! O supermercado que faz promoção de bonecos “inflávios”, que vende “chilenos” no lugar de chinelos, que fazem promoções onde se leva 3 e paga 4.
Ou seja, temos um infindável menu de opções para boas risadas, seja numa tradução direta via Google Tradutor sem se importar com a origem e real significado da palavra, seja simplificando ao máximo qualquer tradução ou transcrição da palavra falada, mesmo que seja pela transcrição onomatopaica do que se ouve (como o aportuguesamento de palavras estrangeiras). Seja por erros de grafia e concordância que transformam todo um conceito, seja pela real expressão da carência de uma boa educação escolar dessas pessoas. Ninguém quer comprar um RCO, não é verdade?
E assim nos vemos, nos lemos e rimos, quando possível.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Planeta em luto!

Resultado de imagem para planeta de lutoQue o acidente aéreo que vitimou jogadores e dirigentes do Chapecoense, jornalistas e tripulação causou uma grande comoção não há dúvidas. Uma tragédia, uma infeliz sucessão de fatos que terminaram com a queda da aeronave sem combustível. Uma falha humana gerada pela ganância e o excesso de autoconfiança que fizeram a pequena aeronave se chocar com o topo de uma montanha e deslizar ladeira abaixo ceifando jovens, sonhos profissionais, todos envolvidos com o mais popular dos esportes mundiais.
As celebrações em solo colombiano e as manifestações de pesar mundo afora ganharam forma e emocionaram muita gente. Nunca antes um acidente teve tanta repercussão midiática quanto esse.
Uma hiper-manifestação de solidariedade, sem precedentes, elevando mais o grau de sensibilidade dos expectadores mundo afora, exacerbando o sentimentalismo e deixando aflorar o arrepio, o choro e a consternação. Não teve quem não se emocionasse com falas, gestos e a tão esquecida solidariedade entre os homens. Parecia que tal sentimento é novo e causa uma certa estranheza em quem o presencie de forma tão viva.
Que mundo é esse? Assistimos espantados, de certa forma, à grande demonstração de humanidade como se fosse algo inédito. Estranhamos o natural. E isso foi feito com outro sentimento que mais agride o ser humano: a perda!  Não temos controle sobre ela, não sabemos encarar a morte. Não sabemos lidar com a dor física que vitimou tanta gente. Não somente passageiros desse triste voo, mas também as vítimas da violência extremista que assola o mundo com fosse um gigante jogo de War num tabuleiro chamado planeta Terra. Vidas levadas pelos bombardeios de cidades, vidas levadas pelos sucessivos naufrágios, pela fome, pelos maus tratos, pelas ações (ou respostas) da natureza, pela violência fácil que ronda o mundo, onde a vida passa a ter menos valor que bens materiais, as ofensas gratuitas, o enclausuramento individual.
Gestos de carinho com desconhecidos, choro coletivo, frases de impacto, mesmo que em alguns momentos pareça uma histeria coletiva. Parece que o mundo precisava disso, dessa catarse, dessa aproximação de seres humanos carentes de outros olhares, carentes de compaixão, de carinho, de abraço, de amor, de atenção. Carentes de freios na correria do dia a dia para podermos olhar em volta, perceber o chão em que se pisa. Parece que o mundo precisa dessas provas para ter certeza que o Homem é capaz de se unir e dividir o peso desse fardo, que é capaz de se unir para construir coisas boas.
Parece que o Homem precisa disso para se lembrar que é gente!

Nos vemos, nos lemos!