sábado, 14 de março de 2015

Vem aí, cenas dos próximos capítulos!


Que as novelas são uma unanimidade, ou pelo menos contam com apoio de muito mais de 50% da população, isso lá é verdade! Não há quem nunca tenha esticado o olho sobre uma cena, um fato, o último capítulo. Há quem desdenhe, quem critique, quem abomine os folhetins e há também aqueles que marcam seu relógio noturno com o antes e o depois das novelas. As redes brasileiras se especializaram nesse modo de entretenimento e fizeram dele um filão lucrativo com as exportações de muitas novelas e com histórias que deixam marcas no cotidiano das pessoas.

Quem matou Salomão Ayala? Quem matou Odete Rotmann ? O encontro dos gêmeos Quinzinho e João Vitor, Ruth e Raquel, os segredos desvendados, as peripécias mirabolantes, o sotaque "nordestês" das novelas. A escalada de Gabriela no telhado atrás de pipa, o vôo de Zelão e a explosão da Dona Redonda em Saramandaia. O Cadeirudo de Greenville, a beleza de Açucena de Tropicaliente, o beijo gay de Félix e Niko em Amor à Vida. O sofrimento da Escrava Isaura, as pudicas irmãs Cajazeiras de O Bem Amado, entre tantos outros assuntos que surgiram com os folhetins que se tornaram temas de discussão nacional, que viraram um alerta à uma situação sem solução, descasos, tabus, entre tantos outros.
Dramatizações de contos literários famosos ou literatura de linguagem moderna. Não posso deixar de falar dos bordões que tomaram conta do País, mesmo que sazonalmente, "estou certo ou estou errado?"
Seja novela de época, seja contemporânea,  retratando problemas e situações atuais, seja escrachando na sátira como em Que Rei Sou Eu, seja mostrando a sujeira debaixo do tapete como em Vale Tudo. Sem dizer na invasão mexicana e na criação de departamentos de teledramaturgia de outros canais.
A telenovela, sem dúvida, é parte do dia a dia dos brasileiros.
Ganhou mídia, alimentou profissões, gerou muito dinheiro com os merchans embutidos direta ou indiretamente.
Porém a obra dos autores, no meu ponto de vista, não é 100% respeitada.
Qualquer navegador da internet mostra em suas páginas iniciais os resumos semanais das novelas. Com isso e a grande repercussão dos links compartilhados em redes sociais a surpresa se acaba, o final ou algum desfecho é revelado antecipadamente com muito alarde, deixando tudo sem graça. Assuntos que alimentam horas intermináveis de programas de emissoras concorrentes completam o serviço acabando de vez com o grande barato de assistir algo sem saber o que vai acontecer pela frente.
Como disse, a obra do autor não é respeitada. Não vou julgar o método literário dos autores, mas sim o trabalho de quem escreve páginas e páginas de textos, um emaranhado de situações, ligações de assuntos e correlações de fatos, temperando e fazendo com que a trama rode. Isso é trabalho, essa é a obra!
No meu ponto de vista, deveria ser proibida a divulgação antecipada de resumos ou sinopses de telenovelas. Sem querer parecer opressor ou contrário à liberdade de expressão. Não é isso, imaginem se os divulgadores de sinopses ou sites especializados em novela, filmes e afins começassem a publicar o final de um grande lançamento do cinema mundial?? Ou daquele filme que ganhou um prêmio internacional cobiçado??? Imaginem se uma publicação fala do trunfo de uma grande peça de teatro antes da estreia, se conta o grand finale de um mega espetáculo horas antes do início. De fato é desagradável. Há quem seja leitor assíduo dessas colunas e publicações, mas há quem preze e curta muito ser expectador, com direito à surpresa, ao susto, ao espanto, ao riso frouxo, às reações espontâneas, sinceras. Isso também deve ser respeitado!
Nos vemos, nos lemos!


*Imagem Google: Freepik