terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Recursos não muito Humanos!

De acordo com especialistas, o LinkedIn é hoje uma das plataformas onde mais se transitam informações e questionamentos aquém das questões e perfis profissionais a que essa rede se dedica, como foi o Facebook em 2011 e 2012 (alcance orgânico deste). De fato, hoje em dia, essa rede não é mais um local de busca de emprego (insta de Paulo Faustino). Baseado em fatos reais, ainda sobre o tema trabalho/vagas/carreira/empregos/palestras virtuais, entrevistas e troca de informações feitas pessoalmente, segue uma constatação do que ocorre! Existem milhares de divulgações de vagas de trabalho na plataforma, cada qual linkada a vários sites distintos de vagas e seus formatos de preenchimento, cruzamento desses dados, bem como essa exposição visualizada por empresas recrutadoras, head hunters, coaches e afins que te buscam, te chamam, procuram te conhecer, trocar ideias e ao final de um brevíssimo namoro, oferecer seus “cursos” e “treinamentos” miraculosos de como (re)escrever e apresentar seu currículo, como se portar em entrevistas, quais  vícios tomar cuidado para não cometê-los, linguagens e outras formatações. Além de abusarem das injeções de estimas, de defenderem a ideia de que prática, conhecimento e técnica superam as obrigatoriedades da formação acadêmica, entre outros. Curioso que na empresa “A” defendem e vendem ideias totalmente contrárias as da empresa “B” e se você, por acaso, sorte ou azar, passar por algumas distintas, voltará à estaca zero, pois já não saberá como (re)escrever seu CV, como fazer uma busca direta, entre outras dúvidas geradas por essas informações dúbias. A situação é que esse “aprimoramento”, tem custo! Muitas vezes, um custo salgado demais para quem está desempregado, mesmo com planos de financiamento. Muitas vezes, um custo para ouvir palestras já batidas, sem nenhuma novidade, sobre linguajar, comportamento corporal, saber ouvir e falar, etcs. É óbvio, que uma pessoa em sã consciência, não meteria os pés pelas mãos se comprometendo financeiramente, com isso. Sem citar nomes e empresas, pois essa não é a intenção dessa postagem, aconteceu comigo. Fiz um processo seletivo para uma determinada vaga, diretamente no local com o gerente responsável pela vaga, tudo via uma agência. A resposta do processo tinha sido prometida para dali a uma semana, o que só aconteceu após eu ligar na recrutadora e questionar pela resposta quando fui informado que a empresa ainda não tinha definido nada. 
Enquanto isso, eu continuava a buscar oportunidades, aproveitando as informações de vagas do LinkedIn e outras publicações e também fazendo a minha prospecção diretamente nos locais, caminhando muito, com uma pasta cheia de currículos impressos e com bons resultados (incluindo entrevistas diretas). Coincidentemente, numa dessas caminhadas e pausas para água e café, encontrei o gerente com o qual tinha feito a entrevista anteriormente. Ele, muito educadamente, me perguntou por que eu havia desistido do processo após a entrevista, para minha indisfarçável surpresa, pois eu havia sido o escolhido para ocupar o cargo e que, diante da minha “desistência”, ele teria chamado o segundo classificado. Ele entendeu minha surpresa, conversamos sobre esse tema sobre o qual escrevo, se propôs a me dar uma explicação e me ligou dias depois informando que o “segundo” classificado e contratado havia feito um tal curso com a empresa recrutadora que eu não tinha feito. Preciso desenhar?  Em outra situação, em outra agência, fui chamado para uma entrevista. Fluiu muito bem até que a entrevistadora, talvez a pessoa mais jovem daquele grupo, gaguejando muito, explicando a função a qual a vaga se destinava, falando de forma deslumbrada de sua visita à empresa, não soube responder perguntas pertinentes ao cargo, feitas por todos os candidatos ali presentes que já tinha experiência na função.
Situações como essas mancham, significativamente o trabalho de profissionais sérios, tomam um tempo precioso de empresas e de pessoas em busca de recolocação profissional, de volta ao mercado de trabalho, pois cada um tem suas necessidades. Quanto à recrutadora jovem, creio que cabe à agência na qual ela trabalha, um acompanhamento até uma formação mais sólida de sua postura, já que deve ser nova na função e somente a prática vai dar a ela maior traquejo e que sua inexperiência, nesse momento, pode atrapalhar a seleção do candidato mais adequado e causar a insatisfação da empresa contratante. Quanto à primeira situação, mais comum que se possa imaginar, é preciso que algo seja feito, regulamentado, organizado para que não se repita. De um tempo prá cá, o surgimento e autodenominações de coaches disso ou daquilo, parece ter sido maior que o número de youtubers e influenciadores. Se essa é a tendência e a resposta dos novos tempos, que seja instituída dentro de legalidades pertinentes, a fim de não denegrir a imagem de tantas empresas sérias, que têm a árdua missão de lidar com o fosso enorme de desempregados X vagas. Que possa haver, mesmo com a urgência e velocidade das transformações de ideias e linguagens, um denominador comum válido. É um assunto muito amplo pra ficar apenas no âmbito da interpretação pessoal de um recrutador. Falando nisso, dias atrás, assisti um vídeo de uma coach de recolocação profissional, que divide suas palestras com outro bam bam bam da área, falando que não se deve enviar currículos como se estivesse com uma metralhadora giratória, porque o profissional recrutador vai ler apenas 10%, alegando que não perderá o tempo dele fazendo essa leitura! Peralá!!! Se o meu CV tem um registro das minhas habilidades (e a gente busca ser objetivo para não ser longo) e eu envio para uma agência de recrutamento, deve haver um funcionário cuja função seja ler os currículos recebidos! Estou errado? Isso já contradiz uma das muitas dicas dadas.
Acredito que muita gente se depara com situações desagradáveis na busca de trabalho devido às muitas reclamações que se ouve. Citando algumas: que o LinkedIn é uma vitrine de vaidades e só funciona para um nicho pequenos de profissionais (eu discordo), que esse mercado (empresas de recolocação profissional) é um grupo fechado com regras impostas, cláusulas leoninas, ame-o ou deixe-o, que há muito desrespeito no tratamento de alguns recrutadores e candidatos (prefiro dizer que não disfarçam a empatia por algum candidato com algum conteúdo pessoal ou formação mais diferenciada). 
Mas eu acredito na seriedade da plataforma e de muitas empresas que ali divulgam seus trabalhos.
Se essa é uma proposta atual do LinkedIn ou o caminho pelo qual naturalmente fluiu para esse tipo de questionamento, por que não falarmos dele? Como acreditar numa empresa e como investir nessa verdadeira ajuda de reconhecimento profissional para se candidatar?
Textão publicado em minha página no LinkedIn.