quinta-feira, 23 de junho de 2016

O Mistério do bebê das bodas!

Quem?
Festa naquela grande família. Bodas de diamante do casal de velhinhos, simpáticos, amorosos, com longas histórias de vida, de dificuldades, da experiência da guerra, do trabalho duro, de perdas e ganhos, de muitos filhos, netos e bisnetos. Uma grande geração de primos de primeiro grau dentro de uma faixa etária que, mesmo ampla, permitia o convívio de todos quando dos encontros da família. As grandes rodas de violão na frente da casa sob a luz dos lampiões, a vigilância austera do avô e a avó pedindo calma ao velho para que entendesse a juventude. A obrigação de assistir ao culto no pequeno cômodo ao lado da casa. O respeito, a reza antes da alimentação, as broncas que não podiam ser revidadas. O respeito pelo mais velhos, tão em desuso hoje em dia. Muitos tios, primos, os primos dos nossos pais e os seus filhos aumentando a gama de inúmeras pessoas nessas ocasiões festivas, principalmente essa, que foi a última, com destaque até na mídia da época. Verdadeiramente a grande família. O grande almoço, o culto oficial de comemoração, os encontros, contatos. Muita diversão e conversa boa numa época sem celulares e nenhuma outra forma de comunicação expressa que não fosse a boa conversa das muitas rodas que se formavam ora aqui, ora ali. Com o tempo, Deus levou os dois bons velhinhos pelas mãos, deixando uma grande lacuna no seio da família, levando uma fonte inesgotável de doçura e carinho por parte dos responsáveis primeiros por essa grande família. Família essa que levou ao pé da letra o “crescei e multiplicai-vos”. Acho que exponenciamos! Restaram as histórias e as boas lembranças! Tivemos que aprender a lidar com a falta, que faz parte da vida, mas sempre lembrando com alegria dessa ou daquela experiência com nossos avós queridos. Depuramos muita coisa, soubemos entender as falhas, os excessos, as faltas, o zelo, as preocupações, os desejos. Afinal, eram tão humanos quanto cada um de nós! E isso ninguém nos tira. Não digo que lamento por aqueles que vieram depois, pois essa é uma das contingências da vida. A continuação dessa grande família, reformatada, adaptada à realidade de hoje. Cada qual com seu cada qual. Cada um com sua cruz, sua espada, seus louros, seus ouros, enfim, cada qual na sua vida. O tempo se encarregou de juntar uns, afastar outros. Esse mesmo tempo juntou os que estavam afastados e afastou quem passou tempo junto. O destino cumpriu seu papel e levou alguns queridos. A roda girou tanto e fez os anos passarem. Continuamos a nossa matemática, aumentando e dividindo com os mais novos o que vivemos naquela época boa! Época boa como hoje, porém diferente, com outro tempero! Alguns bebês cresceram, ficamos mais experientes, gente nova chegou! O tempo e a modernidade ajudaram a encurtar alguma saudade. Hoje, esses muitos de nós, se falam de maneira instantânea, cada qual em seu local, perto ou longe, usando recursos que a tecnologia do mundo moderno, encurtando a distância virtual e alimentando a saudade de muitos tempos e, em particular, dessas grandes festas de família quando a gente se encontrava! Isso é parte dessa grande família que somos. Um tanto bom de muitos indivíduos, cada qual com muita experiência para compartilhar, dividir, ensinar e aprender. E como tudo de bom acaba em festa, falta mais uma para reunirmos e descobrirmos quem é o aquele bebê. Apesar de muitas apostas e dúvidas, foi um bom motivo para unir novamente parte de nós. Bons momentos em que rimos muito e com a certeza de que seu França e Dona Anna ficariam alegres com toda essa conversa! Que sejam muitos momentos de outros tantos quanto somos! Afinal, quem é o bebê??? (Somente a grande família vai entender!) Nos vemos, nos lemos!


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Nossa língua!

bandeiras dos países que falam português - Google Images
Nos últimos dias, tem rolado uma briga, amplamente divulgada, quanto aos memes em português, zombando da diferença dos idiomas entre Brasil e Portugal.
Por mais que possa parecer uma versão mais moderna e sem graça da eterna “rivalidade cultural” entre os dois países e pegando o mote discussão, chego à seguinte conclusão: Basicamente há de se conhecer melhor a origem de tal disparidade entre os idiomas. Os portugueses nativos têm sim um sotaque mais fechado, não usam gerúndio e tem diferenciações em nomenclaturas, nomes, substantivos, entre outras influências da origem do português falado lá hoje. Digamos que é um tipo de português. O português brasileiro traz a mistura da miscigenação onde índios e escravos eram introduzidos ao novo idioma e trouxeram outras nomenclaturas de suas origens que foram absorvidas durante os anos. Nomes indígenas foram adotados, nomes das várias matrizes africanas também, estrangeirismos foram absorvidos. Ao longo dos séculos, desde a colonização, o formato mais arcaico deu lugar ao idioma conhecido como português brasileiro de hoje. Exemplo supersimples: A vossa mercê, que passou por vosmecê, suncê, você, chegando ao “cê” das conversas informais e até ao “vc” das conversas virtuais, tendo a internet uma das maiores vilãs nos dias de hoje como colaboradora do empobrecimento da língua portuguesa. A invasão de estrangeirismos que é aceita, matando vocábulos, criando atalhos.
Isso respeitando os regionalismos, conhecimento e alfabetização das pessoas de cada época. 
Somos mais pessoas num mesmo país e isso também se torna um fator de depuração do idioma em relação ao grande regionalismo e interpretações. Ainda há os grupos que se identificam também pela linguagem. Há ainda a linguagem jovem das gírias que insiste em perdurar na fase adulta. 
Curioso que não deve haver uma “briga” pela legitimidade da identidade do idioma do nosso país. Falamos português como em Angola, Cabo Verde, Moçambique e demais ex-colônias portuguesas e cada qual com suas particularidades e temperos. Questão de identidade, da individualidade da língua, do seu povo.
Por outro lado, nós mesmos, alteramos descaradamente o nosso idioma, usando a bandeira da liberdade de expressão. Bandeira essa que muitas vezes faz sombra ao baixo rendimento escolar, a despreocupação em aprender, da vergonha em se falar corretamente, tudo isso devido à uma culpa histórica. 
O uso do “tu” sem sua devida flexão, falta de concordância, empobrecimento da língua. A própria mídia valoriza tal feito e o faz ser aceito como prática normal do uso da língua. Outro exemplo simples nos telejornais quando divulgam que alguns casos policias são levados à "28 DP", ao aniversário de 222 anos de tal local, quando deveria dizer “vigésima oitava” DP e “ducentésimo vigésimo segundo “ aniversário. 
A leitura passa a ser literal, cheia de vícios!
De fato, o estudo da Língua Portuguesa exige maior atenção, pois é complexo.
Esses e outros tantos exemplos mostram os caminhos que o português brasileiro segue, soando estranho ou empobrecido, desvalorizando o idioma que marca a identidade desse imenso país, sem ser melhor ou pior que qualquer outro país de língua portuguesa.
Nos vemos, nos lemos (mais um exemplo nessa frase!)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Sintonia fina!

desenho do autor
Sintonizo uma estação de rádio que tem um repertório bem interessante de boa música, nacional e internacional, músicas com mais de dez anos, outras com vinte e muito mais. Poucas atuais que buscam o mesmo caminho. Cantadas em português, inglês, espanhol, francês e italiano das mais comuns para nós. Quando falo boa música é pela letra cantada, poemas, dúvidas da vida, sensações vividas pela primeira vez, dores de amor, odes ao amor, à dor, ao crescimento, contestações inteligentes, figuras de linguagem. Músicas com ricos arranjos, trabalho de músicos de verdade que costuram nota por nota e tecem uma rede de acordes agradáveis, envolvente pela melodia e ritmo. Vozes que casam perfeitamente com os tons,  vozes naturais, cada qual com sua particularidade, individualidade do timbre. Mesmo regravações dessa época, repaginadas, ainda respeitam a confecção manual da boa música. Músicas que marcam época, que marcam histórias, que soam diferente para cada pessoa.
Diferente de muita coisa produzida hoje em dia. Música sintética, sem tempero humano, vozes uníssonas, retas, semitonadas, fracas. Repertório pobre de enredo, de letra, repetição exaustiva de um refrão sem nexo. Poemas vazios. Apologias a nada. Relatos de amores vãos e pseudo dores de cotovelo. Conteúdo fraco que obrigatoriamente precisa ser consolidado com ajuda imagens, histórias, casos. A música por si só não se sustenta, precisa de um personagem criado de seu intérprete ou banda, de algum escândalo para se firmar, para valer as regras de um mercado de gosto apenas financeiro. Música que não têm identidade, muito iguais, que cansam e fazem mudar o dial automaticamente em busca de sons mais agradáveis aos ouvidos.
Essa nova forma de fazer música, onde qualquer um pode cantar, sem se preocupar com o sentimento real de criar letra e melodia é efêmera, apesar da chatice de suas repetições.

Que despertem os músicos e letristas com algo novo para contar, mesmo que o formato possa parecer antigo, mas que tenha emoção e criação. Podem dizer que o formato de músicas dos ricos anos 70, 80 e 90 seja ultrapassado, mas a busca de algo novo gerou muita coisa boa que perdura até hoje. Acredito que as fontes não tenha se esgotado!
Nos vemos, nos lemos!

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Pula a fogueira Iaiá!

Bandeirinhas de Festas Juninas
Se tem uma tradição que tenha um sabor bem marcante, essa é a tradição das festas juninas.
Enraizadas na cultura brasileira, essa festa medieval em louvor aos santos católicos Santo Antônio, São João e São Pedro ainda absorveu elementos europeus e da nossa base indígena em utilização de muitos alimentos usados por nossos antepassados: mandioca, amendoim e milho, principalmente.
Com o passar dos anos e com as transformações que acontecem em festas milenares ao agregar elementos do local onde é praticada, as festas chegaram a padrão de realização de hoje com muita boa comida, roupas coloridas, quadrilha, fogueira. Como se fosse uma festa de casamento realizada na roça com muita música formada por tocadores de violão e sanfona, com dança, boa comida feitas com produtos cultivados nesses locais e bebida feita com variações de vinho e cachaça artesanal, basicamente é o contexto da festa. Realizada em via pública com decoração simples, colorida e com uma grande fogueira para esquentar as noites de inverno. 
A figura do caipira é fortemente marcada como indivíduo simples, que preza a palavra dada, fiel a seus princípios e religiosidade.
Não há quem não comemore, pelo menos, uma dessas festas. Vale lembrar que os santos são padroeiros de muitas cidades do país. Apesar de regionalização e institucionalização da festa em alguns lugares, o básico é mantido e fortalece essa tradição, que é muito difundida nas escolas, bairros, condomínios, clubes, agremiações. 
Evento que se torna uma boa fonte de renda com a gama de possibilidades culinárias que podem ser oferecidas: Bolos, doces, pratos salgados, bebidas, elementos incorporados ao longo do tempo que se tornaram parte do cardápio. Dança coreografada, shows pirotécnicos, música de raiz e até mesmo versões mais modernas são elementos fáceis de se encontrar nessas festas.
A tradição é tão forte que, para atender o calendário de todos os grupos que a realizam, algumas festas se estendem para o mês de julho, sendo chamadas de julinas.
Há quem não considere o termo, pois a festa é uma celebração aos santos referidos e nenhum deles é comemorado em julho.
Há quem considere o termo festa julina e o aceite apenas como menção ao mês de realização do evento.
Há quem comemore como junina sem se importar a data em que se realiza a festa.

Olha pro céu meu amor e veja o balão subindo, o céu estrelado antes da garoa cair, arranja matrimônio e vem dançar forró e pular a fogueira em frente a capelinha de melão.  Se tem cobra, a movimentação espanta. Se o noivo fugir, a polícia pega. Se chover, é passageira. Se a ponte quebrar, a gente continua a festa até o sol raiar. Anarriê e Alavantur!
Nos vemos, nos lemos!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Ideias que voam....

"Flying Contraption" por Joel Robison
Algumas postagens atrás, eu falei da sensação de estar escrevendo um livro. 
Quem me acompanhou pelas redes sociais pode ver a realização disso e até algumas explanações quanto à ideia original. Quando do processo de impressão do livro "Guarda-Chuvas & Bicicletas" (Editora Penalux 2015), passei a ideia que tinha sobre a capa para o artista gráfico da editora que fez, modéstia à parte que me toca, um belo trabalho. 
Hoje, coincidentemente, encontro uma imagem que representa exatamente a minha ideia original. 
Depois de uma informação mais precisa, descobri que o autor da foto se chama Joel Robison, artista canadense, de 31 anos, que atualmente mora no Reino Unido. 
Seus trabalhos conceituais já foram utilizados por grandes empresas ao redor do mundo em suas propagandas como Coca-Cola, FIFA, Yahoo, PhotoNews Canada, entre outros. O artista também já iniciou mais de 200 crianças de 7 diferentes países em workshops na arte da fotografia. "Meu interesse em contar histórias e auto-expressão através da arte é o que me motiva a criar e compartilhar meu trabalho com pessoas em todo o mundo." é o que diz em seu blog http://joelrobison.com/. 
Uma sensibilidade e criatividade muito do bem. Suas fotos pareces imagens de sonhos e cativam quem as vê!
Nos vemos, nos lemos e até nos fotografamos!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

perplexidade

Escultura hiper realista de Ron Mueck (escultor australiano).
Já pararam para pensar que vivemos uma era de perplexidade? 
Basta olhar ao redor e ver quantos fatos e acontecimentos nos deixam boquiabertos, principalmente por serem inéditos ou, ao menos, levado ao conhecimento de massa! 
Em épocas de redes sociais e comunicação instantânea corre como rastilho de pólvora. Vale lembrar, mais uma vez, que é sempre prudente verificar a procedência e a veracidade das informações.
Alguns tópicos eu já mencionei aqui algumas vezes e continuam vindo à tona em determinados momentos e ganhando a luz dos refletores enquanto outros caem no esquecimento depois de um longo tempo de ribalta.
As redes sociais são locais fáceis de veiculação desses fatos onde são replicados à exaustão. Já cansamos de ver cenas de assassinatos, roubos, depredação, violência contra mulheres, crianças, idosos, portadores de alguma necessidade especial, animais e ao meio ambiente.
Já vimos cenas de destruição por fogo, terremoto, vendaval, chuvas torrenciais, granizo, tsunamis, lava fervente escorrendo, avalanches, desabamentos, acidentes incríveis com carros, trens, caminhões, ônibus, aviões, helicópteros, atropelamentos, explosões, entre tantos outros fantasticamente falando. Desastres naturais de diversas formas e outro provocados pela má ação do Homem. Já tivemos à beira de uma catástrofe nuclear, lembram?
Também vemos ações inesperadas de solidariedade, compaixão, ajuda ao próximo, união em favor de propósitos comuns, manifestações contrárias a qualquer forma de instabilidade social, busca de saídas alternativas para as mais diversas situações.
Ultimamente, diante dos muitos escândalos e delações dos nossos digníssimos representantes, um outro festival de acusações, mentiras, situações desmentidas escancaradamente, xingamentos em plenários é que têm deixado a população em geral mais perplexa.
Perplexa por saber que roupa suja se lava da mesma forma, seja na beira do rio, seja na mais moderna lavanderia. Tiraram a máscara de que o cenário onde tais fatos acontecem seja um local de maior respeito, de linguajar mais apurado (pelo menos tanto quanto os textos ali produzidos), um local de melhor nível geral. Mas não! O palavreado baixo, os palavrões e o cinismo mostram que somos iguais perante a lei, onde quer que estejamos. Caiu a máscara, o disfarce.  A “casa grande” fala tal qual a "senzala". Creio que essa a maior das perplexidades expostas. Falo de casa grande e senzala porque é o nosso trabalho que se sustenta a casa grande, de onde se espera que se tenham propostas decentes de melhorar nossa condição de vida.
Não há refinamento do produto. Tudo fubá grosso! No extremo oposto da cadeia, isso gera um sentimento onde cada um é dono de sua verdade e cada qual  cria leis de acordo com suas ideias e propósitos. Isso é prejudicial ao “todo”. Isso beira uma anarquia de informações e as ações decorrentes de todo esse desmando gera as mais perversas formas de violência que já tenhamos presenciado, deixando-nos mais perplexos e amedrontados com o rumo dessa falta de controle. As ações violentas passam a ser banais e veiculadas como prêmio ou mostra de algum poder, da subjugação.
Algo sensato, ponderado e firme precisa ser feito! Punições cabíveis, mudanças estratégicas das formas de liberdades e forma de punição legais. Precisamos, urgentemente, de uma forma para mudar o caminho de desumanidade que estamos trilhando. Algo novo e bom, que cause tanta perplexidade quanto as que temos tido ultimamente.
Nos vemos, nos lemos!


terça-feira, 7 de junho de 2016

Jogos no Tom certo!

Tom & Vinicius - mascotes dos Jogos Olímpicos Rio 2016 * imagem Google
Não estamos atravessando o melhor momento político e econômico no País e ainda sofrendo todas as suas consequências na vida social, mas nem por isso, podemos deixar o caldo desandar.
Tenho visto muita desaprovação da realização inédita e histórica das olimpíadas no Brasil. Acredito que parte do descrédito seja em função do péssimo legado da Copa do Mundo e o nada gratificante 4º lugar na classificação geral! Além disso, o descontentamento com os bilhões de reais investidos em elefantes brancos defeituosos, obras superfaturadas e outras mazelas corruptivas em decorrência da realização do evento em nosso país e o esquecimento de outras áreas de importância na sustentação da sociedade que são deixadas de lado. Não posso fechar os olhos para isso!
Por outro lado, não podemos baixar a cabeça diante de alguns atropelos e, como se fosse um estímulo, a realização dos jogos olímpicos na terra brasilis é também uma questão de soberania para nós mesmos. Para o país, que apesar de tudo, ainda é uma das grandes potências do mundo, tem produção de escala mundial, avanços tecnológicos e de conhecimento entre outros fatores que estão encobertos pela nuvem negra da vergonha da corrupção exposta, mostrando a cara de todos os ratos envolvidos.

Mas ainda há algum domínio, algum poder, que pode ser demonstrado na forma de conquista dos atletas envolvidos, reforçado por outros atletas paraolímpicos em sua superação. Mostrar que o esporte é uma forma de reeducação, de disciplina, de conquistas, objetivos e metas. Um caminho válido a ser seguido. Apesar de alguns fortes pesares, toda uma Nação está imbuída de um sentimento positivo único voltado para a satisfação em massa, benéfico, mexendo com a cadeia vibratória do pensar brasileiro. De mostrar que somos um povo que sabe passar pelas adversidades sem deixar de ser cordial e profissional no trabalho direto ou indiretamente com a realização do evento mundial, que tem vergonha da baía poluída, que tem vergonha do descaso público, da falta de incentivo ao esporte, mas que não deixa de lado a consciência que podemos ter atitude, fazer um evento de escala mundial, fazer valer a nossa cidadania e mudar o perfil do brasileiro. Não seria de bom tom cancelarmos o jogo em cima da hora. Não seria educado desejar o apagamento da tocha que traz a chama, um elemento básico à vida e um dos símbolos da superação humana desde os primórdios. Não seria inteligente desligar-se do mundo justo num momento em que o mesmo mundo clama por união. Os expectadores não têm nada a ver com a crise interna brasileira, nada a ver com a sujeira da nossa lavanderia. Que saibamos ter jogo de cintura e enfrentar esse leão. Que saibamos, como lição de cidadania, receber, fazer bonito, participar, aplaudir quem conquistar medalhas e, ao fim do espetáculo, que voltemos o pensamento e principalmente as ações para arrumar a casa depois da festa.
Nos vemos, nos lemos!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Terra: um zoo nada lógico!

A semana foi marcada por um turbilhão de informações que deixaram as pessoas com nó na cabeça e fizeram escapar comentários favoráveis, contrários e mais um outro tanto de besteiras infundadas e o clássico vomitório daqueles que apenas marcam participação na discussão sem qualquer embasamento mínimo.
Repito, como em outras postagens, que estamos num rápido processo de madmaxização da sociedade mundial, onde o futuro não é nada promissor, quando haverá escassez do mais precioso bem que há sobre esse planeta: o Ser Humano! Mad Max foi uma série de filmes iniciados no começo dos anos 80 que conta uma saga pós apocalíptica, de um futuro não muito distante, do estabelecimento de poderes anárquicos a qualquer custo.
O cenário político do Brasil não é dos melhores e estamos pagando muito caro pela falta de credibilidade diante do mundo, uma crise econômica e social corroendo as entranhas estruturais desse imenso País, uma crônica e cultural falta de responsabilidade e honestidade por parte dos políticos que representam a população, muito achismo, falácia, nenhum critério, seriedade ou comprometimento. Rotos falando de esfarrapados. Ratos brigando com cobras. Um ninho de mafagafos em que todos têm o rabo preso e a cada dia a confirmação que tudo faz parte de um imenso esquema armado para enriquecimento ilícito, favoritismos, protecionismos; comportamentos típicos de quadrilhas que perdem a noção de moral, ética, discernimento e vergonha para se sustentarem, sejam situacionistas ou oposição. Enquanto isso, a tecla “pause” do País está acionada.
A corrupção é algo tido como cultural de nossa formação enquanto povo, desde a chegada das caravelas. Tão enraizada quanto à cultura de que uma determinada lei "não pegou"! Ela não está sozinha, pois outra “cultura” ganhou destaque essa semana e questionamentos que ampliam o leque de discussões. Um estupro coletivo filmado e divulgado em redes sociais levantou mais uma vez a lebre da discussão sobre crimes cometidos contra as mulheres. As investigações continuam e, tal como todo crime, deve ser punido com rigores nas formas da lei. Porém, mostrou uma série de posicionamentos onde é visível alguma “aceitação” da tal prática com defesas absurdas em que a vítima passa a ser o algoz e os algozes apenas cumpriram o papel de gênero da espécie. Embora muita coisa precisa ser esclarecida, o ponto crucial é o ato do estupro, que não deve ser permitido sob hipótese alguma.
Um descuido e uma criança cai no fosso da jaula de um gorila num zoológico americano. Por decisão dos tratadores, com intuito de salvar a criança, o gorila de 17 anos, de uma espécie em extinção, é abatido gerando uma onda de protestos contra a decisão tomada e até mesmo responsabilizando os pais pelo descuido da criança. Segundo informações de reportagens lidas, a criança já tinha manifestado um “desejo” de entrar na jaula. Um vídeo mostra o menino sendo arrastado pelo gorila, o que pode ter sido decisivo para o abate antes que o animal maltratasse mais ou matasse a criança. Temos de fato a necessidade te manter animais completamente fora de seu habitat natural em exposição ? Até onde vai a culpa dos pais?
A população se assustou dias atrás com a filmagem de um meteoro riscando os céus em direção ao solo do sul de Minas. Se houve contato com o solo ainda não se sabe, que o transformaria em um meteorito, mas é certo que os vários locais de estudo que flagraram as imagens fornecidas estão ávidos pelas informações que poderão obter através dos próximos estudos feitos.
Voltando à madmaxização, que é um enredo pós apocalíptico, e fazendo uma analogia, nota-se que a fragilidade de nossa existência pode ser dizimada ou significativamente reduzida com a real possibilidade de um evento astronômico, como o impacto de meteorito sobre a superfície do planeta, gerando uma série de eventos físicos, químicos, naturais e sociais que levariam à luta desenfreada pela sobrevivência a qualquer custo, esfacelando a sociedade, implantando formas de governos anárquicos, subjugação de um povo pelo outro através de ações desumanas e sem qualquer respeito à racionalidade, a usurpação de qualquer bem material ou moral, regras que favorecem pequenos grupos, luta pelo poder vigente, desrespeito à vida e práticas de violência de todas as formas. 
Se ludibriamos, estupramos e matamos o ser humano e até mesmo nosso “parente” da escala evolutiva, o que esperar?


* compilação de imagens do Google (foto do gorila, tela sobre estupro, charge corrupção simon´s site e meteoro)