sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pesos e medidas!

As situações do dia-a-dia são mesmo colocadas numa balança. O milenar I-Ching, já buscava um equilíbrio natural de tudo que nos cerca e daquilo que pensamos e produzimos.
Muito tem se falado em final dos tempos. 
Quando o ano 2000 ainda era um ano distante, séculos a frente, era tido como uma fronteira desconhecida de transformações ou mesmo do final de tudo. 
Hoje está 15 anos no passado e nada mudou, exceto a forma de ver e entender o mundo. Há de se pensar que muitas ditas profecias foram escritas séculos atrás, onde a ideia de mundo, religião e conhecimento do planeta eram outros, sem contar com as muitas traduções feitas dessas escritas que sofreram interferências ao longo desse tempo. 
De qualquer forma, houve um “aculturamento” desse assunto e ele sempre vem à tona repaginado. Se compararmos o mundo de milênios anos atrás percebemos uma mudança significativa e radical, tenha sido ela boa ou ruim.
Parece existir um medo coletivo diante das reações naturais desse imenso ser vivo chamado planeta Terra e que afloram tais pensamento quanto à brutalidade das mudanças a que podemos ser submetidos. Há questões filosóficas, sociais e políticas nesse emaranhado de pensamentos.
Curioso que tudo é  cíclico e o pensar humano segue uma tendência. De procurar respostas para sua existência, ainda mais quando da possibilidade de perdê-la.  O sentimento de medo coletivo é altamente contagioso e a epidemia se instala rapidamente. As sociedades modernas construíram muitas coisas boas ao longo dos tempos, mas também produziram e permitiram que outros pensamentos nada altruísta tomassem corpo. O ser humano criou uma bengala, um apoio, um pseudo conforto na condição de sofrido, de coitado, de agente não pensante, passivo, submisso às intervenções daqueles que julgam e se declaram donos ou conhecedores de alguma verdade. A exacerbação desse pensamento criou o sensacionalismo, uma brecha, uma válvula de escape de outros instintos adormecidos, ameaçados ou sufocados. É uma teia.
Uma mudança muito grande e séria, de nível global precisa ser pensada e colocada em prática imediatamente. A civilização não pode se deixar enforcar nas rédeas que ela mesma criou para poder viver em sociedade. O pensamento mundial mudou. Não deve haver mais subjugação de um povo por outro como se brincasse de jogo de estratégia para conquistar o mundo com vidas reais.  Não se pode se curvar às ameaças do poderio bélico, econômico, social, religioso e outras formas de domínio. O mundo é grande e há espaço para todos. Há de se entender que o bicho Homem é um complexo, em certos pontos, indecifrável para si mesmo. A espécie humana é um órgão vivo e precisa ser mantido em sua plenitude, precisa de profundo autoconhecimento.

Por outro lado existe um fortalecimento de uma corrente filosófica de auto estima, de auto valorização e conscientização do que é ser humano. Um conhecimento que vem de longe, filosofia e ética de tribos africanas e de onde origina seu nome: Ubuntu.
A proposta dessa filosofia é: Ser humano é ser com os outros. Ser quem é porque somos todos nós! Gente precisa de gente prá ser gente! 
Fato: Um homem e uma mulher geram uma criança e formam uma família que jamais perdem laços. E famílias juntam famílias. O Homem é ser social, não vive sozinho, não constrói nada sozinho e nem pode viver saudável sozinho. Um bebê quando nasce precisa da mãe para dar o leite. A criança precisa de orientação dos pais e ensinamentos. De onde se aprende as noções básicas de respeito, de compartilhamento, compaixão, amor ao próximo, solidariedade. O adulto precisa de conselho dos mais velhos e os mais velhos da ajuda dos mais novos numa inversão natural de papéis. Um ciclo que não termina e que se funde quando famílias ou grupos humanos convivem. Esse sentimento vem se fortalecendo como alento diante do reconhecimento da fragilidade humana. Criações da própria mente. Somos nós quem criamos o medo e a coragem, somos nós que nos unimos para fazer a guerra da mesma forma que nos unimos para fazer o bem coletivamente. Somos nós que fechamos a cara com a mesma firmeza que abrimos o coração. Somos nós quem escolhemos o caminho a seguir e que optamos pela forma de conduzí-lo. Nada disso seria capaz de ser feito sozinho ou por si só. A experiência diz que uma andorinha só não faz verão. Até Deus é trino! Por que seríamos diferentes? Por que não "aculturar" essa boa ideia e fortalecê-la? Por que não deixar a bengala de lado e caminharmos juntos com as próprias pernas?
Nos vemos, nos lemos. Sempre juntos!


* imagem Balança  free pic internet