sábado, 27 de fevereiro de 2010

Gracias a Dios!

"Gracias a la vida que me ha dado tanto"....com essa frase, Mercedes Sosa (que Deus a tenha) emocionou muita gente. E nós brasileiros temos sim que dar graças à vida por nos dar tanto. Imaginar que no meio de tanta tragédia natural que tem ocorrido desde o início de 2010, desde as fortes chuvas em Angra, São Luis do Paraitinga, terremoto no Haiti, mais chuvas na Ilha da Madeira e cenas de morros deslizando em países da Europa, derretimento de geleiras eternas na África, blocos de iceberg que se desprendem e viajam a esmo pelos mares, calor abrasador no hemisfério sul e inverno rigoroso no norte e hoje, com o terremoto no Chile, que já provocou um alerta de tsunami nos países que banham o Oceano Pacífico, no anel de fogo. E pensar que mesmo em face disso tudo temos sim que agradecer por estarmos localizados no meio da placa tectônica sul americana. Não sentimos tão fortemente os abalos sísmicos, apenas a passagem da onda de choque, como já aconteceu em anos passados. Confesso que é uma sensação estranha.
Volto a dizer que a Terra é um ser vivo e está num processo contínuo de sua evolução, que não parou desde a sua formação há bilhões de anos. O que antes era uma única placa (Pangéa) e que se tornou o contorno atual que conhecemos continua seu processo de transformação, os continentes sul americano e africano se afastando lentamente, o Everest crescendo lentamente, mares internos que apresentam elevação de seus leitos são eventos naturais de transformação do planeta. Junte a isso os eventos cósmicos, chuvas de radiação solar, o risco de um novo impacto de cometas ou asteróides, alinhamento de planetas que causam interferências magnéticas no sistema e aqui embaixo nós, seres altamente poluentes, que ainda continuam a sujar a Terra ,provocando outras catástrofes ou ,pelo menos, somando com elas em seus efeitos. Expurgo, era de Aquário, final dos tempos, apocalipse? Vai saber!
Diante da força da natureza só nos resta baixar a cabeça e não pensar em medir forças e assistir os efeitos dessa sobre nossas vidas. Devíamos sim aproveitar e criar o hábito de sobrevivência de cuidar da nossa água, nosso ar, nosso alimento e de nossas almas.
Somos meros coadjuvantes nesse espetáculo chamado Vida na Terra, somos pequenos, mas somos como vírus, que têm a capacidade de destruí-la com uma doença chamada modernidade e sede de ter e poder. Ao mesmo Deus que damos graças devemos pedir clemência. Chegará um ponto em que a transformação do nosso planeta nos engulirá e, depois disso, eu creio, em outro processo longo, a vida recomeçará.
*foto Jose Luis Saavedra/Reuters