terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Vende-se este RCO!

placas e avisos com erros - Google Fre pic
Se uma coisa me diverte é a publicação infindável de traduções erradas ou pérolas da Língua Portuguesa. É sabido que muitas delas são forçadas, mas mostram a capacidade humana de rir de si próprio, o que é considerado saudável.
Quem nunca teve vontade de responder outras coisas nas provas das escolas? As pérolas do Enem ou de qualquer outro concurso ou curso são veiculadas repetidas vezes e até já ganharam espaço num antigo formato no Programa do Jô Soares. Outros sites desses “surrealismos” sugerem que o brasileiro deveria ser estudado, devido ao tamanho de sua criatividade frente a qualquer situação nova ou incapacidade primeira de entender e absorver determinadas situações.
Quem nunca riu com fachadas de estabelecimentos que usam dessa forma de “propaganda” como se fosse algo certo.
Há também os testes que veiculam nas redes, dão sua nota e linkam sua resposta a qualquer tipo de graduação de inteligência. Claro que essa graduação também requer um tremendo cuidado a ser levada a sério.
Vi uma coletânea de testes e uma delas pergunta:
Como saber se determinado mês terá uma sexta-feira 13?
Opções: a) – se o mês possuir 31 dias;    b) – se o mês começar numa segunda-feira;    c ) – se o mês começar numa sexta-feira.
Lá fui eu pegar o calendário e ver o ano de 2017 (que está aí na varanda de casa).
2017 terá apenas duas sextas-feiras 13 (janeiro e outubro), sendo: Dia 1º de janeiro será um domingo (nem segunda, nem sexta, mas tem 31 dias). Outubro (começa num domingo, tem 31 dias). Os meses de Março, Maio, Julho, Agosto e Dezembro têm 31 dias e não terão uma sexta-feira 13.  Somente Maio começará numa segunda, tem 31 dias e não tem sexta-feira 13. Setembro começa numa sexta, Dezembro idem e também tem 31 dias, porém nenhum dos dois meses tem uma sexta-feira 13. Ou seja, as opções são furadas. A resposta correta é que se o mês começa num domingo, logo terá uma sexta-feira 13, tenha ele 30 ou 31 dias.
As traduções também têm sua parte de risadas garantidas. Desde as que confundem os chamados falsos amigos, principalmente no inglês, começando pelos básicos Pull/Push – Puxe/Empurre, onde, de cara confundem o push com puxar (quando na realidade é empurrar) até traduções “tabajaras” de cardápios. Citando algumas english translation pearls desse mote temos:
Contra-filé / Against filet) e Cupim ao molho de laranja / Termite at orange sauce.
Onde contra-filé (steak, scotch fillet) e cupim (Hump).
Termite é larva ( larva de cupim , aquele que come madeira e tecido). Against é contra, ser do contra, algo contrário.
Por outro lado, há ainda as invenções ou a sonorização de algo que não se entende, como Molho Barbecue ser “traduzido” para Molho Barbie Kill ( a boneca agora virou duplas assassina, mata o inglês e quem come o molho).
Pessoas que vendem filhotes de Inhoque Charlie (Yorkshire– aquele cãozinho de pequeno porte, peludo, cachorrinho de madame). Ou vai saber se o tal Charlie sabe fazer nhoque.
Respostas que vão da simplicidade como preencher as lacunas com a palavra correta. Daí já viu!
Exemplo: A borracha de João já está correta . (gasta / gata).  Entenderam?  
O modesto salão de cabeleireiro que ostenta na fachada: “Corto cabelo e pinto”. Certeza de clientela feminina! O supermercado que faz promoção de bonecos “inflávios”, que vende “chilenos” no lugar de chinelos, que fazem promoções onde se leva 3 e paga 4.
Ou seja, temos um infindável menu de opções para boas risadas, seja numa tradução direta via Google Tradutor sem se importar com a origem e real significado da palavra, seja simplificando ao máximo qualquer tradução ou transcrição da palavra falada, mesmo que seja pela transcrição onomatopaica do que se ouve (como o aportuguesamento de palavras estrangeiras). Seja por erros de grafia e concordância que transformam todo um conceito, seja pela real expressão da carência de uma boa educação escolar dessas pessoas. Ninguém quer comprar um RCO, não é verdade?
E assim nos vemos, nos lemos e rimos, quando possível.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Planeta em luto!

Resultado de imagem para planeta de lutoQue o acidente aéreo que vitimou jogadores e dirigentes do Chapecoense, jornalistas e tripulação causou uma grande comoção não há dúvidas. Uma tragédia, uma infeliz sucessão de fatos que terminaram com a queda da aeronave sem combustível. Uma falha humana gerada pela ganância e o excesso de autoconfiança que fizeram a pequena aeronave se chocar com o topo de uma montanha e deslizar ladeira abaixo ceifando jovens, sonhos profissionais, todos envolvidos com o mais popular dos esportes mundiais.
As celebrações em solo colombiano e as manifestações de pesar mundo afora ganharam forma e emocionaram muita gente. Nunca antes um acidente teve tanta repercussão midiática quanto esse.
Uma hiper-manifestação de solidariedade, sem precedentes, elevando mais o grau de sensibilidade dos expectadores mundo afora, exacerbando o sentimentalismo e deixando aflorar o arrepio, o choro e a consternação. Não teve quem não se emocionasse com falas, gestos e a tão esquecida solidariedade entre os homens. Parecia que tal sentimento é novo e causa uma certa estranheza em quem o presencie de forma tão viva.
Que mundo é esse? Assistimos espantados, de certa forma, à grande demonstração de humanidade como se fosse algo inédito. Estranhamos o natural. E isso foi feito com outro sentimento que mais agride o ser humano: a perda!  Não temos controle sobre ela, não sabemos encarar a morte. Não sabemos lidar com a dor física que vitimou tanta gente. Não somente passageiros desse triste voo, mas também as vítimas da violência extremista que assola o mundo com fosse um gigante jogo de War num tabuleiro chamado planeta Terra. Vidas levadas pelos bombardeios de cidades, vidas levadas pelos sucessivos naufrágios, pela fome, pelos maus tratos, pelas ações (ou respostas) da natureza, pela violência fácil que ronda o mundo, onde a vida passa a ter menos valor que bens materiais, as ofensas gratuitas, o enclausuramento individual.
Gestos de carinho com desconhecidos, choro coletivo, frases de impacto, mesmo que em alguns momentos pareça uma histeria coletiva. Parece que o mundo precisava disso, dessa catarse, dessa aproximação de seres humanos carentes de outros olhares, carentes de compaixão, de carinho, de abraço, de amor, de atenção. Carentes de freios na correria do dia a dia para podermos olhar em volta, perceber o chão em que se pisa. Parece que o mundo precisa dessas provas para ter certeza que o Homem é capaz de se unir e dividir o peso desse fardo, que é capaz de se unir para construir coisas boas.
Parece que o Homem precisa disso para se lembrar que é gente!

Nos vemos, nos lemos!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Fifo

Resultado de imagem para fidel castro desenho
Fidel Castro - caricatura de Amarildo
Fidel Castro, um homem, uma história, um ideal e procedimentos pouco ortodoxos. De origem rica e preocupado com a desigualdade social. Fez sua revolução com que tinha em mãos e na cabeça. Há quem o ame, quem o odeie, quem o respeite, quem o reconhece, quem o venere; há quem julga, condena e repudia. Há quem vomite, quem chora. Como visto dias desses numa reportagem sobre sua morte, mais um sinal de encerramento do século XX. Parte de uma ilha o venera, parte do mundo foi temerosa, outras partes comemoram. Historicamente um marco, um líder, radical, um revolucionário, um presidente, um tirano, um aliado. Linha dura, casca grossa. Oposição de conteúdo retórico. Um homem que enfrentou uma grande Nação como Golias a Sansão.  Cerceou liberdades, prendeu, soltou, torturou, matou, foi caçado, tentaram diversas vezes matá-lo. Deu educação e saúde de ponta sem indústrias, foi copiado, criticado. Reeducou toda uma geração. Comunista que usava marcas ícones do capitalismo multinacional. Sua ilha, seu mundo! Seu mundo, uma ilha! E o mundo olhou para lá com medo, desdém, desejo, sangue nos olhos, cobiça. Pessoas viram em seu paraíso o descanso, as águas azul-turquesa, salsa e merengue, mojitos, crustáceos, charutos, malemolência, insurgentes, pessoas que falam na surdina, elogiam e reclamam, mendigos, prostitutas, alunos de uniforme, carros antigos com a cara de filmes dos anos 50, cidades desbotadas. 
Há acertos e erros do modo de vida do povo cubano. Um povo que merece o acesso sem perder a dignidade, a civilidade, sem se deixar escravizar novamente. Uma vida mais tranquila, sem extremos, nem tanto a Fulgêncio, nem tanto a Fidel.
Cuba é livre. Mudança dos tempos. Que se resguarde dos perigos do mundo! A conta é dele! Uma parte da História atual se encerra, outro capitulo está aberto. 
E assim o mundo gira! 
Nos vemos, nos lemos!

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Humano e sustentável

tênis feito com o plástico que polui os mares - montagem , imagens Google free pic
Hoje li sobre o lançamento de um tênis esportivo de performance feito com material reciclado. Uma famosa marca de renome internacional criou o modelo a partir de reuso de plásticos e poliéster O material teve origem nas imensas ilhas formadas nos oceanos com restos de plásticos (material que levam centenas de anos para se decomporem) e ainda causam muita destruição por onde passam. São imensas ilhas à deriva, presa nos oceanos pelas correntes de ar e visíveis apenas de embarcações, formadas por dejetos lançados pelos humanos, não somente os moradores das regiões costeiras, mas sim o resultado de uma infeliz (incon)sequência de maus hábitos que pode começar com aquele copinho plástico lançado por você na rua, que a enxurrada leva para a rede pluvial, que cai no rio que leva para o mar. Enfeiam, poluem, entopem, causam acidentes e um dos efeitos mais agravantes e sério é a alta contaminação da água do mar, de animais marinhos e a morte de milhões de espécies. Sem dizer a sucessão em cadeia que vem desse colapso, reforçando negativamente o impacto ambiental. Isso sem contar na intoxicação e envenenamento químico de animais, seu consumo  e sua procriação.
De olho em uma parcela do mercado com pensamento sustentável, empresas reaproveitam o material plástico para reuso em novas criações. Já é conhecido de muita gente o uso de fibras em uniformes esportivos oficiais de alguns países e reuso de outros produtos de utilidade geral, e agora a moda parte para os pés. Uma maneira de criação útil e sustentável. O ser humano tem a infeliz capacidade de gerar toneladas de lixo/dia, sendo que uma ínfima parte desse todo é reutilizada ou descartada de forma correta. Dentre muitos materiais, o plástico, por ser o mais barato é o grande vilão! Feito a partir de petróleo, recurso natural que leva milhões de anos para ser formado e em rota de acabar, seu (sub)produto leva centenas de anos para se decompor na natureza e durante esse processo causa estragos. Tardiamente, a preocupação humana na manutenção é pensamento corrente mundial no intuito de preservar o planeta, um enorme ser vivo que está respondendo às ações do Homem na natureza (desmatamento, poluição, crescimento e ações desordenadas) em conjunto com sua evolução natural de transformação. Eventos naturais associados à grande intervenção humana no ambiente que causam catástrofes. E são muitas, desde as pequenas queimadas para limpar terrenos até testes nucleares com fins bélicos. Estamos atrasados nessa corrida, mas há possibilidades de frearmos alguns efeitos colaterais, visto que outros já são considerados irreversíveis e poder proporcionar uma qualidade menos pior de vida para nós mesmos. Não num futuro próximo e sim agora! Somos 7 bilhões de responsáveis na manutenção e gerenciamento de Casa e pequenas ações como dessa grande empresa precisam ser copiados até que a sustentabilidade (sem ser careta, modismo, piegas ou extremista) possa ser um sentimento único e que tenha valores, tanto morais quanto competitivos no mercado do dia a dia. Basta ainda saber como se reusa esses itens criados de reuso. Urgente , urgentíssimo! Isso é apenas um cristal de gelo desse enorme iceberg.Nos vemos, nos lemos!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Sub medida!

etiqueta - imagem Google free pic.
Um artigo fala sobre o empoderamento das pessoas que se reflete nas grifes famosas (e caras) das roupas que usam à exaustão em suas aparições públicas. Fala de uma marca criada por um americano de origem humilde e imigrante que venceu na vida no país das oportunidades e que se tornou sinônimo de bom gosto e marca de uma Nação. Críticas à parte, até mesmo porque meu entendimento de moda e grife são tão simples quanto um corte de chitão, consigo enxergar que existe um código de conduta cheio de significados. Não é uma moda que é usada apenas com o sentido de vestir uma boa roupa ou estar updated com as tendências fashions  (de estar na moda, digamos mais simplificadamente), mas sim para passar e reforçar muitas mensagens, de se impor em patamares distantes da realidade da grande massa. Em alguns casos, uma ostentação discreta (se é que é possível tal antagonismo).
Em se falando do tal país das oportunidades, agora em época pós eleições ocorridas lá e após muito discurso feito contra algumas minorias, chega-se a outro ponto curioso nesse antagonismo citado:
Como já dito sobre a origem do referido estilista, acredito que ele soube driblar um sistema feroz, que deve ter caminhado sobre tapetes com pontas sujas de muitas mãos prontas a puxá-lo, que defendeu seu quinhão rumo ao sol da prosperidade, que deve ter batido a cara em muita porta, pisado em outras pessoas já vestido com a crueza e frieza de alguns degraus acima nesse caminho do sistema imposto, agora se torna cúmplice de uma imposição ideológica. Agora que ele faz parte do rol dos detentores do poder econômico e político, pode ver sua criação usada como “uniforme” pelos pseudo semideuses desse panteão.
Os produtos de outras, grifes e seus conceitos, criados com o intuito de embelezar as pessoas, passam a ser preteridos em função de permitir que as mensagens subliminares de poder e conduta sejam explicitamente expressas por outras grifes que atendam mais completamente um formato estabelecido, tudo através de uma etiqueta, de um logo (conceito). Essa comunicação visual passa a ser percebida, notada, reverenciada, idolatrada por muitos e consumida por poucos que têm condições de comprá-las.
O mesmo sistema que enaltece e abre lugar ao sol aos vencedores é o mesmo que encobre e sufoca uma grande parte de uma população que trabalha com o objetivo de chegar ao mesmo local ou de, pelo menos, conseguir respirar mais aliviado, mesmo que em outros patamares.  A verdade é que não lugar há para todo mundo, não são criadas chances de crescimento por igual. Essa é a engrenagem que rege o mundo, que cada vez precisa de mais sustentadores dos pilares desse panteão. O futuro desse cenário pode piorar e coloca essa sustentabilidade em cheque, uma vez que se menospreza e proíbe o trabalho dessa base, que se corroer......  Num passado, não muito distante, a absorção dessa mesma mão de obra foi aceita, comemorada e acalentou o sonho de muita gente de lá e de fora. Criou-se uma fantasia de uma terra com um sistema sólido, que historicamente sabemos, foi construído sobre ruínas de pessoas, povos, nações, ideologias e imposição de poder seja de forma armada, financeira, seja ideológica.
Curioso que tudo isso gerou uma uniformização do sistema, de como agir, de como se identificar, do modo de um pensar, tais e quais as roupas criadas pelas empresas de moda que refletem esse pensamento em suas etiquetas. Quem detém essa rédea precisa se cristalizar na fala, na conduta, na vestimenta, precisa se robotizar para não amassar a imagem! Até que a próxima estação e coleção estejam prontas!

E tudo isso porque nascemos nus. Nos vemos, nos lemos!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Retina de Sharbat!

*Sharbat Gula em dois momentos,
fotos de Steve McCurry (1984/2002)
A menina afegã Sharbat Gula, que ficou mundialmente conhecida nos anos 80 por se tornar uma das capas mais famosas da revista National Geographic (publicada em 1985) e, por consequência, umas das imagens mais emblemáticas do século XX, volta à cena.
A referida foto foi feita por Steve McCurry em terras paquistanesas, num campo de refugiados afegãos em que a menina se encontrava, após o bombardeio de cidades de seu País, que causaram a morte de seus pais.
Hoje, a mulher de seus 40 e poucos anos, ainda marcada pela tristeza da guerra e dos muitos conflitos sociais e políticos de sua região, é notícia por tem entrado no Paquistão em abril de 2014, fugida do Afeganistão, com documentos falsos (com o nome de Sharbat Bibi) mais dois supostos filhos, além de subornar funcionários para conseguir os documentos.
Um ato de bravura diante da ferocidade das duras leis dos homens desses países e pela imposição extremista que relegam as mulheres a planos inferiores e imputam penas mais severas. 
Ela poderia pegar 14 anos de prisão. Seria uma sentença de morte, pois a afegã, além das questões políticas, sofre com o silêncio da hepatite C e se somado às nulas condições que se pode imaginar de um cárcere nessa região, poderiam aumentar o sofrimento dessa mulher, que desde pequena, transmite a aridez de sua realidade através de seus olhos cor de jade (curiosamente  a pedra preciosa mais apreciada no oriente).
Há de se tentar entender os motivos que levaram Sharbat Gula ao ato de desespero em busca de uma vida mais tranquila, da mesma forma como milhões de afegãos tentam, anualmente, conseguir um documento oficial paquistanês.
Há de se compreender os significados dessa ação e se informar de toda História que gerou uma séria questão diplomática desde a invasão soviética em 1979, que mudou a vida desses povos e os "conflitos" gerados após isso (guerra civil afegã em 89 e a não aceitação de afegãos em território paquistanês onde são acusados de muitos crimes e terrorismo).
Segundo notícias publicadas em meios de comunicação, a afegã seria recebida de volta em seu país de origem, após cumprir pena de 15 dias na cidade de Peshawar e pagar uma multa equivalente a EUR$860,00 (= US$957,53 = R$3097,00 hoje).O que pode ser significativo para sua condição financeira. 
Para se ter uma ideia:
O salário mínimo no Paquistão* equivale a US$251,00 (R$811,76 hoje).
O salário mínimo no Afeganistão* equivale a US$82,00 (R$265,20 hoje).
*referência 2010.
Que ela possa ter um recomeço mais digno, em sua terra natal, junto de seus parentes que possam ainda estar por lá, sem grandes sustos e que seu belos olhos reflitam menos medo do mundo!
Sua imagem, criança, ainda será por muito tempo lembrada pela beleza crua da foto e pelo espanto diante das atrocidades humanas.
Nos vemos, nos lemos!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Leréias, sô!

Valdomiro Silveira (1873/1941) 
Cartaz peça "Leréias" com Jandir Ferrari, música de Antônio Porto e Direção 
de Caio de Andrade
Creio que a maior riqueza de uma obra seja a tradução da simplicidade. De dizer a coisa certa sem meias palavras e ir direto ao ponto, nua e cruamente, sem rodeios. Colocar sentimentos num papel para deixá-los eternos, interpretados, cantados ou rimados não é tarefa fácil. Requer a lapidação de um dom, requer tempo e estudo. Um processo de tempo que é engolido pela correria cotidiana e que nos faz ignorar por completo quem se dedica a essa tarefa.
Valdomiro Silveira é um desses escritores que usou seu tempo de vida na observação do Homem caipira, na sua forma de falar, sua forma de interagir com a natureza e com as fronteiras do seu mundo visível, com os sentimentos que ocupavam a cabeça e o faziam pensar durante sua lida diária, com o trabalho pesado do homem da roça.
Nascido em Cachoeira Paulista, criado em Casa Branca, todas no interior de São Paulo, terra dos caipiras e suas peculiaridades. Suas observações no modo de vida, na fala, nos costumes, despertaram nele o curioso trabalho de transcrever as ações dessas pessoas simples.  Simples sem ser ingênuo, bobo ou preguiçoso. Simples na maneira de não fazer firulas para se dizer o que se sente, muitas vezes comparando seus atos com os animais da natureza que faziam parte do cenário natural a que pertencia. Filosoficamente simples na busca da eterna resposta do Homem, de saber quem se é, para onde se vai, onde se encontra.
O escritor cresceu, formou-se advogado, depois foi promotor público, deputado, secretário de educação do estado de São Paulo e jornalista. Um homem das letras, de suas observações que nunca abandonaram o homem simples da sua origem, o matuto, o caipira da sua raiz e sua linguagem. Sua obra o aproxima de Guimarães Rosa, que também descreve a vida do homem que não habita a cidade.
Os contos de Valdomiro, abordando os costumes e tradições desse povo, muito contribuíram para o folclore brasileiro. Revisitado em sua obra póstuma, "Leréias", foi levada ao palco mesclando no cenário a simplicidade do homem caipira e o essencial para existir com a riqueza de suas falas, de seus pensamentos, a graça da simplicidade, a suavidade da música pontuada pelo violão caipira. 
Leréias mostra que o Homem é o mesmo em qualquer lugar sobre a face da Terra, com seus medos, coragem, culpa, anseios, desejos, frustrações, raiva e todos os outros sentimentos inerentes ao ser humano, porém falado em outro "idioma", com outras referências ricas e que nos pertencem!
Uma peça que vale a pena conferir! Que nada tem de lorota, pode acreditar!
Nos vemos, nos lemos!


terça-feira, 18 de outubro de 2016

A gourmetização do arroz e feijão!


ratatouile / feijão com arroz - imagens Google free pic
Há tempos estou querendo escrever algo sobre esse assunto! Acho um pouco estranho escrever sobre isso, até mesmo porque não sou técnico na área e, mesmo assim, depois de tanto ver  e ouvir sobre o tema, me arrisco em palpites soltos, como esse agora. 
Existe uma febre atualmente em muitos canais, abertos e pagos, de programas e realities shows de culinária. De modelos enlatados, repetidos em vários países, a programas originais assim como os mais antigos com os mestres primeiros da gastronomia. Isso vem de longe. Desde Etty Fraser, Silvio Lancelotti, Palmirinha, chegando até Ana Maria Braga, Claudete Troiano, Ione Borges, Catia Fonseca, Edu Guedes e mais recentemente em programas com dicas de Alex Atala, Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça, entre outros Ainda batalhas de confeiteiros, criadores de bolos (sucesso com Buddy Valastro), comidas práticas com Carolina Ferraz e Rita Lobo, comida saudável com Bela Gil e propostas veganas, alimentos sem glúten e lactose, releituras de receitas  populares e de família com Rodrigo Hilbert e Olivier Anquier, programas que reeducam pais e filhos quanto à alimentação, outros que fazem chatos comerem dirigido por Claude Troisgois e o fiel escudeiro Batista e uma sucessão de apresentadores e caçadores de novidades pelo mundo afora, explorando a comida típica de cada canto do mundo, seja em restaurantes tradicionais, casas de famílias ou food trucks, comidinhas de rua, bares e feiras. Comidinhas diferentes. 
Parece que o mundo acordou para a necessidade de se alimentar para se manter vivo. 
Até mesmo os programas de viagens, entrevistas e documentários têm a alimentação típica como pauta. Tudo isso com sua versão infantil para alavancar audiência. Sem contar nos abomináveis programas em que o chef de cozinha é “respeitado” por seus gritos, comentários deselegantes e insultos aos participantes.
A gourmetização está em um novo vocabulário adotado, algumas orientações e comentários, digamos, mais blasé que reais. A fervura de molhos e caldos vira redução outras novas nomenclaturas que ganharam público como: confit (do francês cristalizado, usado para manter o alimento conservado por mais tempo), espuma, texturização, deglaciar, marinadas,  selar, corte a juliana, al dente, entre muitos outros e uns que eu já conhecia com outro nome mais ordinário. Até mesmo a opinião sobre um prato muda com essa invasão de técnica gastronômica televisa. Comidas com aspectos estranhos, pouco sal, muita gordura, excesso ou falta de cozimento. Enaltecimento dos modismos gastronômicos. Pratos em que os elementos não se harmonizam, outros onde existem muita informação e pouco sabor, texturas insossas, todas resultados das provas feitas sob a tensão da eliminação e a crueldade do curto tempo sob o tic-tac implacável do cronômetro. Apresentações que não enchem os olhos. Ao contrário de grandes surpresas e inovações que surgem!
Existe o lado em que muito se ensina para o cozinheiro do dia-a-dia ganhar tempo, valorizar mais a comida que é feita e a mais valiosa informação que é a utilização integral de alguns alimentos, evitando o desperdício, além de apresentar combinações que podem parecer impossíveis até que alguém teve a ideia de experimentá-las e provar que tudo não passava de lenda ou medo.
Ainda assim, há um excesso de programas culinários e batalhas que tem o alimento como foco principal. O mesmo alimento que é fartura e desperdiçado em muitos lugares e que faltam nas regiões mais pobres do planeta.
Comer é necessário, é básico, é fundamental! A gourmetização pode ser vista como  moda, comida de vitrine, de prêmio, diante dos extremos vividos no mundo, mas ainda é a velha e boa comida que é traço cultural, que une famílias, que traz memórias olfativas, memórias de paladares, sabores regionais e a memória afetiva daquela comidinha, que por mais simples que seja, somente a pessoa querida da família sabe fazer. O verdadeiro alimento, o food sem ser fast!
Queria ter feito um ratatouile, mas saiu esse arroz com feijão (que é tão bom quanto). 
É o prato do dia, o que tem prá hoje! Boa desgustação!
Nos vemos, nos lemos, com um bom lanche, almoço e jantar no meio!



sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Palhaçada!!!!!


Horny, the Clown  - personagem do filme  Drive Thru: Fast Food da Morte
O tal do ser humaninho surpreende! Existe uma febre que quer se tornar mundial, viralizando, que é a aparição de palhaços em locais estranhos, de forma nada amistosa, assustando muita gente. As polícias dos Estados Unidos e Grã Bretanha têm tido trabalho extra na captura de muitos desses "palhaços" causadores de tumulto, depredações, assaltos e violência física. Há um medo se generalizando, pois a população não sabe o que esperar da reação dessas figuras soltas pelas ruas.
Existe uma fobia específica para quem sente medo de palhaços. 
A coulrofobia descreve um pavor que acomete algumas pessoas quando se deparam com o clássico palhaço de circo: nariz vermelho, cara pintada, cabelos coloridos em tufos e roupa espalhafatosa, imagem que também é divulgada em massa pela mídia por serem marcas de produtos ou personagens famosos de programas de TV. 
Fobias são distúrbios que causam sintomas físicos bastante distintos, como taquicardia, tontura, suor excessivo e falta de ar. Muita gente descreve receio ou desconforto diante de palhaços. Esse medo está conectado com a origem do humor praticado por esses comediantes (Palhaços surgiram nos circos como um recurso de “alívio cômico” aos atos perigosos envolvendo animais, fogo e acrobacias. Uma arte perturbadora). Essas manifestações causadas pelo medo, trauma ou outra ação são existencialistas e cada indivíduo processa de forma distinta um do outro e há de se levar em conta a contextualização dessas manifestações para explicá-las e entendê-las.
Apesar de alguns avistamentos em terras tupiniquins, existe uma relação diferente com a figura do palhaço, pois para nós, esse também é mais um personagem do Carnaval, onde a permissividade é fator cultural. Há de se lembrar da imagem do Clóvis (que veio da palavra clown - palhaço) ou Bate-bola, personagens chatos e inconvenientes dos carnavais de rua. Há de se levar em conta a imitação, a prática do que é contrário ao bom senso comum, o modismo de ser diferente e transgressor sem ter embasamento de nada.
Em se falando em cultura, percebo que nos povos dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia (onde foram registrados atos violentos com pessoas travestidas de palhaços) e outros países de origem direta e ou indiretamente saxônica, há um ponto de em comum com personagens que caracterizam seus medos e angústias, uma mistura sombria, que tem muito a ver com suas lendas ancestrais e o clima mais frio dessas origens.
Saxões eram povos que habitavam a região da atual Alemanha e migraram para a Grã Bretanha na Idade Média e depois de muita batalha e dizimação de alguns povos, em busca de terra boa, se fundiram com os anglos, formando os anglo-saxões. A Idade Média também foi marcada pelo pavor real e em massa da peste negra.
Posteriormente foi a Grã Bretanha que ganhou os mares, descobriu e colonizou os Estados Unidos, Canadá e depois a região da Oceania, daí o traço cultural comum desses povos.
Há de se pensar que o medo é personificado de forma não humana e com algum elemento que o dê poder e força, que aumente o medo por ele imposto.
Tudo que é exagerado, que foge do padrão comum, pode assustar, como a roupa colorida e espalhafatosa do palhaço, como o chapéu grande, a roupa rasgada e a cara feia das bruxas, o fedor dos capetas, os tamanhos dos elfos, gnomos, pés grandes e outros monstros, com os vários formatos de bichos papão que recheiam o folclore mundial. 
No folclore brasileiro temos a Mula Sem Cabeça, o Saci, o Boi Tatá, até mesmo a bela Yara Mãe D´água, que atrai pelo canto, o Boto Cor de Rosa, entre tantos outros personagens que usam disfarces para agir.
O disfarce ainda é elemento para quem quer se esconder para realizar algo ilegal. 
Historicamente temos o Cavalo de Troia, o capuz dos carrascos das guilhotinas, o disfarce da Ku Klux Klan (movimento extremista, racista e reacionário surgido nos EUA) , bem como os rostos tampados das rebeliões de presídios e mais atualmente as famosas máscaras das manifestações sociais e políticas do País.
Nesses "ataques surpresas", os "disfarçados" aproveitam desse medo comum das pessoas para a prática de seus atos, seja o bullying, por provocar e mexer com o medo inconsciente ou mesmo a surpresa de algo mais violento, pois esses indivíduos se aproveitam do disfarce, tentando esconder sua verdadeira identidade e personalidade debaixo de uma fantasia, o que também é uma demonstração de algum distúrbio! Vivemos um momento de circo de horrores.
E já há quem esteja indo às ruas, também disfarçado, para combater esse "crime". Parece que estamos em um filme de ação dos anos 70. Não se assuste se ver a luz de um holofote nos céus com a marca do morcego rsrsrs.
Por outro lado, e seriamente,  há muitas outras pessoas que amam e adoram a figura do palhaço por ser ela a imagem de transgressão permitida, da liberdade, de fuga do padrão comum, de vivenciar a simplicidade, a pureza, da graça, da caracterização da alegria, sentimentos muitas vezes, mascarados por nós!
Nos vemos! Nos lemos!









quinta-feira, 13 de outubro de 2016

esse é Kobra!

compilação de imagens de obras de Eduardo Kobra * Google free pics
Eduardo Kobra é o mais mundialmente famoso muralista (grafiteiro artístico por assim dizer) da atualidade.
Brasileiro e dono de uma marca registrada inconfundível, junto de seus colaborados do Studio Kobra, vem espalhando seus trabalhos pelos quatro cantos do mundo, comemorando datas, enaltecendo personalidades, reforçando ícones e paisagens com suas cores vibrantes cheias de vida.
São muito os trabalhos desse artista, um deles, considerado o maior grafite do mundo (mais de 2.500m²), "Etnias" **, pintado no Pier Mauá, na cidade do Rio de Janeiro como parte das comemorações dos jogos olímpicos 2016. 
Resultado de imagem para etnias - eduardo kobra
**Etnias - Rio de Janeiro
Anterior a isso, fez a fachada de um centro cultural na Vila Madalena em São Paulo onde retrata o cantor Tom Zé, uma referência de música paulistana. Recentemente, seu mais novo trabalho foi  a fachada de um prédio em Amsterdã em homenagem a Anne Franke.
São muitos os artistas, cientistas, políticos e personalidades retratadas por ele, tais como: John Lennon e Yoko Ono, Oscar Niemeyer, Chico Buarque de Hollanda, Ariano Suassuna, Madre Teresa de Calcutá, Alfred Nobel, Ayrton Senna, Arthur Rubinstein, Albert Einstein, Gandhi,  além de obras repaginadas como  "O Beijo" e "A Bailarina", temas de relevância social e discussão abraçadas pelo projeto Greenpincel, como a pintura Sem Rodeios, preservação da Amazônia, preservação animal e ambiental, entre tantas outras obras de diferentes tamanho feitas no Brasil ou no mundo. 
Um das cidades que ostentam suas obras num verdadeiro museu a céu aberto é São Paulo, como segue um pequeno roteiro abaixo (disponível na internet);

01 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista
02 – A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro,         em São Paulo
03 – Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros
04 – Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), av. 23 de Maio (próximo ao viaduto         Tutóia)
05 – Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, no Parque do Ibirapuera
06 – Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo
07 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro
08 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo
09 – Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo
10 – Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros
11 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima
12 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes
13 – Racionais MC’s, Capão Redondo
14 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire
15 – A Lenda do Brasil, rua da Consolação


Maiores detalhes do artista no site http://eduardokobra.com
Inspire-se. Nos vemos, nos lemos!


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Lembrando e comemorando!

exemplo de doodle e logo do facebook (dedo amarrado
para lembrar de algo)
Acho legal quando os internautas, ou por ação própria, ou para seguir uma tendência, fazem da maior rede social de todos os tempos, o Facebook, uma forma de abraçar  alguma causa, seja pelo seu apelo social, modismo, por apoio, por compartilhar sua solidariedade em muitos aspectos e criam ou mudam suas fotos de perfis ou da página como prova dessas manifestações. Assim como o Google tem o Doodle, que são “comemorações!” do famoso navegador e buscador quando de datas importantes. Já vi Doodle do Google comemorando Ano Novo, Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, dos Pais, dos Namorados, Dia da Independência do Brasil,  Natal, etc e etc. Até mesmo na torcida pela Seleção Brasileira. Os últimos registrados comemoravam o Dia dos Avós na Itália, o Centésimo aniversário da ferrovia transiberiana, aniversário do Calendário Gregoriano, aniversário da reunificação Alemã, Teacher´s Day na Estônia
É uma forma simples de mostrar apoio, solidariedade e lembrar os usuários de qualquer comemoração e por si tem sua graça. 
Estamos no mês de outubro e muitos perfis apresentam fotos de seus usuários quando crianças em alusão ao dia da Criança. Outros aparecem envoltos por um laço cor de rosa como forma de apoio à campanha de prevenção ao câncer de mama e no mês de novembro será a vez do azul em favor à campanha de prevenção ao câncer de próstata e assim por diante.
Além dessas, temos as manifestações de luto, indignação, tendência e apoio político como visto a pouco em função das eleições, algumas montagens bem sacadas entre outras.
Esse é um dos lados bons das redes!

Nos vemos, nos lemos!

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Terceiro turno!

Fim das eleições para grande maioria dos municípios do Brasil. Candidatos reeleitos, surpresas, acusações de fraude e a apresentação do maior vencedor dessas eleições e que, seguramente, darão as caras no segundo turno, o grande número de abstenções, nulos e brancos. Chegaram a 53 milhões em todo o Brasil.
Abstenções são aqueles que faltaram ao cumprimento do dever obrigatório do voto e deverão, de alguma, forma justificar sua ausência e pagar a sua multa a fim de quitar sua situação com a justiça eleitoral.
Votos nulos e brancos, ao contrário de que muita gente pensa, valem apenas para dados estatísticos e não representam uma forma de protesto. 
Votos nulos são contabilizados em caso de suspeita de fraude ou para impugnar aquele candidato que, por ventura, tiver qualquer contratempo quanto sua candidatura em andamento. Nesse caso, se a nulidade for maior que 50%, novas eleições são marcadas e isto está previsto em lei. 
O voto branco não ajuda ninguém,  ainda é resquício da época em que se votava em cédulas e a preocupação de que esses votos fossem indevidamente marcados fraudulentamente favorecendo um ou outro candidato. Hoje em dia, o sistema eletrônico, dificulta e muito esse tipo de fraude. Achar que voto em branco ajuda em alguma coisa é pura falácia.
O voto em branco é um elemento do processo democrático, é a liberdade que o eleitor tem de não escolher nenhum dos candidatos concorrentes caso nenhum deles atendam seus anseios de mudança política.
De qualquer forma, mesmo que estatisticamente não oficial, esse grande número de votos nulos, brancos e abstenções refletem uma insatisfação generalizada. O processo político está ultrapassado. A descrença na classe política está em alta devido aos infindáveis casos de corrupção que mostram o desvio descabido de dinheiro público que são roubados indiscriminadamente para atender necessidades particulares ou de patrocinar outras fraudes e esquemas de corrupção, como se fosse uma corrente ininterrupta e isso independe de partido e sim da ação humana.
A obrigatoriedade do voto e do horário político soam impositivas para um processo que se diz democrático, de livre escolha, mas que se mostra corrompido, fraudulento por parte de seus integrantes.  Uma vez fosse o processo mais moderno, de reais punições às corrupções e todos os corruptos envolvidos, talvez haveria uma mudança nesse quadro global.
Se os postulantes são cidadãos que querem ser representantes da população em uma casa legislativa ou executiva, que os sejam em grau de igualdade, com a mesma proporcionalidade salarial, de regalias, obrigações, direitos e deveres para com os cidadãos comuns votantes. Essa sim seria uma ideal forma de fazer política, sem fosso, sem distanciamento entre pessoas da população e pessoas que fazem o processo todo. Os candidatos concorrem às vagas e não são convocados para assumí-las, daí penso no critério de não regalias, no critério de igualdade e os atos ilícitos praticados por esses devem ser julgados e punidos sem quaisquer proteções ou diferenças. Muitos outros países já demonstram isso.
Verdade também, que em outros locais, apenas a título de comparação, existe uma maior participação popular no envolvimento com a política, de entendimento da mesma, de cobrança e de participação nos processos legais que regem a vida dos cidadãos. A política não pode ser tratada na terceira pessoa, como se não fosse problema de cada um. Ela é !!
Se os números apontados nessas últimas eleições demonstram isso, está mais que provado que há necessidade urgente de uma reforma política e da maneira de fazer política. Uma mudança na forma de pensar e de agir de cada um de nós, cidadãos, eleitores ou candidatos. Algumas mudanças já aconteceram nessas eleições, pseudo celebridades não foram eleitas, candidatos corruptos, muitos, não foram eleitos ou reeleitos, denúncias de compra de votos ou outras irregularidades foram alardeadas, comprovou-se que rede social não elege ninguém nem serve de parâmetro a não ser de confirmação e divulgação de pesquisas sérias realizadas por institutos responsáveis. 
é um pequeno passo para o grande avanço.
Estamos diante da necessidade de um longo processo de mudança de uma nova forma de governo, uma nova divisão, uma nova forma de votar. 
Que venha e que transforme! 
Nos vemos, nos lemos!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Domingos Montagner

De repente, um bonitão, gente boa, de origem circense e ex-atleta, invade as telinhas das tvs brasileiras e cai imediatamente no gosto do público. Convence pelo bom trabalho e conquista pelo caráter, pela integridade, pelo carisma natural. De palhaço a vilão, de mau caráter a galã, emprestando suas faces paras seus personagens, da mesma forma que emprestava sua imagem real para as causas de ajuda humanitária de diversas campanhas. Reconhecidamente um homem de bem! Querido por todos conforme as sinceras, inéditas e emocionadas homenagens prestadas diante seu abrupto desaparecimento. O mesmo São Francisco que inspirou seu santo, talvez tenha se deixado envolver pela realidade da ficção e tomou o homem para si. Que o São Francisco faça dele o instrumento de sua paz, que leve amor onde houver ódio, que leve perdão onde houver ofensa, que leve a fé onde houver dúvida. Que o rio leve seus bons fluídos para o mar e inunde o mundo como um todo.Que o homem descanse em paz!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Alto e nada bom som!

Jingles!! Eles invadem as ruas e colam no cérebro vendendo os mais variados tipos de produtos. Vão de músicas bem boladas até paródias toscas que muitas vezes causam o efeito contrário: a repulsa pelo produto oferecido.
Agora, nesse período pré-eleitoral, a invasão das ruas é certa. Seja em carros, peruas, motos e até bicicletas sonorizadas esgoelando os mais variados jingles e paródias. Das boas e inteligentes musiquinhas até as mais gritantes obras de falta de criatividade, parodiando músicas famosas, sem se importar com a métrica ou mesmo com o bom, velho e vilipendiado português, tudo com decibéis exponenciados.
A invasão dos jingles transformando as ruas em jungle com cabos eleitorais e serviços contratados para esse fim. Haja barulho e papel!
Será que o candidato acredita mesmo que vai convencer alguém do seu voto com uma musiquinha chiclete, sem criatividade, que repete exaustivamente o número do candidato, sem ao menos mencionar o nome do cidadão? Um universo em 30 segundos!

A piada é de mau gosto, uma vez que se trata de campanha para escolha de nossos representantes na esfera política.  A julgar pela qualidade das propagandas, o cenário assusta. Essa tal democracia!!! 
Temos uma vantagem: O tempo esse ano é mais curto e, em breve, esqueceremos de tal suplício. Se parasse por ai, seria bom, mas......
Nos vemos, nos lemos!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O legado

Imagens encerramento Rio 2016 - free pic Google
As Olimpíadas acabaram  e muitas situações ocorreram durante o período de preparação e realização dos jogos:
Uma onda descontrolada de indignação tomou forma depois que um suposto provável golpe, trama ou conluio mergulhou o Brasil com os dois pés na lama da recessão, dando fôlego às mais diversas formas de manifestações. A baixa expectativa, a desesperança, o medo, a torcida do contra, o pior sintoma da síndrome de vira-latas, que ostenta suas sarnas como troféu, não foram suficientes para apagar o brilho da realização das Olimpíadas no Brasil. Muitas manifestações manipuladas como esperado e outras tantas sem fundamentos empoderaram a grande massa, dando-lhe força. Viraram os holofotes para a realização da Olimpíadas no Rio de Janeiro diante de toda a corrupção que foi jogada no ventilador, contra  o superfaturamento das obras, falta de pagamento de policiais federais, servidores públicos, problemas estruturais e tantos outros serviços essenciais e de utilidade pública que despertaram o desejo da não realização dos jogos, porém tarde demais. E deram muita ênfase aos problemas que circundavam o evento olímpico. A própria mídia oficial nacional, com sua hipocrisia toda, não media esforços para alimentar esse sentimento antirrealização dos jogos, misturando com suas influências políticas e, ela mesma, depois, se rendeu aos encantos do sucesso dos jogos amenizando seus comentários montados. Uma intensa divulgação da queda de parte da ciclovia Tim Maia em São Conrado, devido a uma forte ressaca, que ocasionou a morte de duas pessoas e abriu os olhos para as obras feitas às pressas e sem qualquer cuidado mais profissional.
O símbolo olímpico chegou e começou a percorrer o País de norte a sul, de leste a oeste. Muitos foram os tombos daqueles que, sem nenhum preparo, carregaram a tocha em seus locais. Uma onça morreu, A tocha andou no asfalto, na terra, nas águas, nos ares. Sofreu tentativas de ser apagada, tramadas pelas redes sociais de maneira aberta. No meu ponto de vista, essa foi uma das maiores falta de respeito para com o símbolo olímpico, os atletas e aos jogos, que eu já tratei em outra postagem. Algumas cidades não engoliram a maquiagem feita pela administração pública, a fim de mascarar a pobreza de seus bairros sem estruturas, para receber a passagem da tocha e promoveram manifestações que acabaram com o evento antes da hora. A segurança da tocha estava em perigo, tanto quanto a segurança dos jogos, depois das ameaças reais de extremistas fundamentalistas com células descobertas dentro da nossa casa, um ineditismo para nosso velho e vilipendiado País.
Depois de muita reclamação quanto à situação dos prédios da vila olímpica, uma maratona de reparos finais e acabamentos de última hora foram feitos para sanar problemas comuns a prédios novos. Boxes sem chuveiros, outros entupidos, assim como vasos sanitários e pias sem água, acúmulo de sujeira, entre outros. Mal sabiam que, ao final dos jogos, os habitantes da vila entupiriam as redes de esgotos com um número inimaginável de preservativos usados. A consciência não deve trafegar em mão única! Como se não bastasse, nos primeiros dias, um foco de incêndio acionou os alarmes. Com a chegada dos bombeiros, concluíram que caixas de papelão deixadas no subsolo e bitucas de cigarro provocaram o pequeno fogo, uma combinação nada agradável para aquele momento.
O COI retirou as religiões africanas do centro ecumênico da vila olímpica! Priorizou as religiões praticadas pela maioria dos atletas (cristianismo, budismo, hinduísmo, judaísmo e islamismo) com cerimônias em português, inglês e espanhol! Alguns torceram o nariz!
Até o mar em Copacabana resolver contribuir para o pré evento com uma ressaca inesperada, invadindo a faixa de areia e a primeira pista da orla, justo no local onde as redes de tv estrangeiras montaram seus estúdios e onde estava a arena de vôlei.
Enquanto isso na Vila Olímpica, a grande fila de lanches gratuitos para os atletas só teve comparação com a quantidade de reclamações quanto à estrutura de alguns apartamentos e infraestrutura do evento.
Novas modalidades foram aceitas pelo COI para os próximos jogos, entre elas o karatê. A seriedade da vigilância do Comitê baniu um atleta indisciplinado.
O ex-jogador e ex-técnico Zagallo, um dos reis do antigo e bom futebol arte brasileiro, emociona-se ao transportar a tocha em cadeira de rodas. Dr Yvo Pitangui, um dos cirurgiões plásticos mais famosos do mundo, também conduziu a tocha e fez desse evento sua despedida terrena, vindo a falecer no dia seguinte.
A equipe chinesa de basquete fica presa em meio tiroteio próximo favela da Maré após desembarque no Galeão. A delegação da Dinamarca é roubada na Vila Olímpica! A falta de segurança chegou a assustar atletas e turistas.
A cerimônia de abertura veio como alento à toda essa tensão e depois do fiasco da abertura da Copa do Mundo. O tema utilizado na cerimônia chamou todo o mundo para a responsabilidade da preservação dos recursos naturais, em que todos nós somos responsáveis. Colocou o dedo na ferida de maneira irreverente. De quebra, mostrou uma história do Brasil mais real, inclusive com crédito a Santos Dumont pela invenção do avião, gerando desconforto nos norte-americanos, e destacou as referências brasileiras de reconhecimento mundial para reforçar nossa identidade de país plural. Mesclou o local com o internacional como forma de tradução da nossa cultura. Um espetáculo emocionante que rendeu excelente manchetes em todo o planeta.
O velho centro do Rio, a região da praça Mauá, Praça XV e porto, agora revitalizados, transformaram-se num pólo de grandes atrativos. Os antigos armazéns viraram pequenos museus itinerantes dos países participantes dos jogos, um enorme calçadão e boulevard cercado de intervenções urbanas e culturais uniram as praças margeando o antigo porto com vista para a Ilha Fiscal, emoldurada pelo exoesqueleto do Museu do Amanhã e colorida pelo maior mural grafitado do mundo feito pelo artista Eduardo Kobra. Ali, estava a inédita pira olímpica popular, uma miniatura da pira acesa no estádio do Maracanã, icônica, modernizada, atual e ecologicamente correta, acompanhando o tema da cerimônia de abertura. Os jogos começaram, de maneira tímida e, aos poucos, foram ganhando o gosto e o cotidiano de toda a cidade e do País. Surpresas, acidentes, recordes, medalhas inesperadas, despedidas e muita emoção marcaram os dias de jogos, transmitidos quase que ininterruptamente pelas emissoras de tv. O país estava representado pela cidade sede, seu maior cartão postal, de braços abertos, deixando boquiabertos milhares de turistas de primeira viagem com a simpatia e alegria de ser do carioca, com a boa comida, com a fartura de possibilidades gastronômicas e turísticas, intensa vida diurna e noturna,  com o calor do inverno, superior ao verão de muitos países participantes, desmitificando a selva, os índios e animais selvagens soltos pelas ruas.(apesar da maior floresta urbana do mundo cravada no meio da cidade).  Uma cidade grande, extensa, envolta em morros, de cara para o mar, mostrando sem pudor suas mazelas, sua poluição, sua pobreza, seus extremos, sua nudez, sua violência (não somente pelos assaltos, mas sim pela discrepância social de sua área urbana). Quem curtiu as arenas, os estádios na zona oeste e as atrações em Copacabana e Baia da Guanabara, pode perceber os extremos sociais gritantes entre a zona sul e as regiões mais carentes, sem deixar de  se apaixonar pela alegria de viver de seus moradores, todos eles. Pegamos gosto por essa convivência e, por mais caótica que fossem as mudanças  para a cidade se ajustar aos jogos, com o zumzumzum de hordas de pessoas, idiomas e sotaques prá lá e prá cá, ainda era possível dar continuidade à vida que seguia: trabalho, escola, família, afazares, etc. Houve quem torcesse o nariz, mas a unanimidade é burra! Acostumamos, todos nós, a inserir o evento em nosso dia-a-dia! Eu mesmo não resisti à contaminação desse clima e fui ver pessoalmente, quase no fim da festa, toda essa agitação, esse corre-corre, esse calor universal que estava entranhado na cidade. Fiquei emocionado, tanto quanto na cerimônia de abertura. No meio daquela multidão, maior que a população da minha cidade, no meio de uma praça e diante de um telão, meu pensamento viajava solto procurando entender cada olhar ali.
Fizemos um grande espetáculo que teve um ingrediente único, uma especiaria endêmica chamada espírito brasileiro que mescla os mais nobres temperos indígenas, europeus e africanos e se recria. Tempero esse recheado de criatividade, de alegria, de luz, de vida, de uma terra banhada de sol. O mesmo sol que com uma lágrima manteve a chama olímpica acesa, não só no estádio, mas ineditamente nas ruas, sem distinção, perto do povo guerreiro, esperto, malandro, malemolente, festeiro, gentil, herói, que sonha com o advento de um país melhor prá se viver. Pessoas que dividem um imenso espaço público para o ver seu time jogando. Éramos milhares de juízes condenando o jogo de um jogador só, azarando os lances do adversário e aplaudindo os acertos da nossa seleção. Fomos um público que torcia pelos azarões – acredito que por reconhecer neles a inferioridade a que são submetidos ou rotulados e por apoio. Pessoas que vaiam como manifesto unânime e uníssono que quer dizer: “sai prá lá”, um bom agouro que funciona como tensão psicológica sobre o adversário, seja ele quem for. Se não há tempero, não se entende essa salada, esse idioma. Se é torcida é festa, se é festa tem som, som faz barulho e somado a milhares de torcedores no quintal da própria casa, esse som é exponenciado e é assim que sabemos fazer. Ainda mais quando o gol é contra aqueles que nos humilharam tecnicamente na última Copa.
Ganhamos pela gentileza, ganhamos por sabermos que não estamos na melhor fase dos nossos problemas internos, mas temos possibilidades de fazer um evento em escala mundial. Conquistamos o mundo temporariamente e mostramos o que somos. Sem vergonha de sê-los! A tal síndrome de vira-latas! Mostramos que mesmo sem uma raça definida, tal qual é o mesclado povo brasileiro, somos fortes , diferentemente iguais e únicos, fiéis às nossas origens, às nossas tradições e cultura, com características próprias e isso sim é o nosso  pedigree.
Mostramos que não somos o país das bananas e da zona generalizada, pois desmentimos na frente do mundo todo, aqueles atletas do chamado primeiro mundo que tentaram usar nossas fraquezas sociais como escudo de seus atos de vandalismo. O preço da mentira foi alto e gerou uma onda de pedidos de desculpas dos compatriotas e outros turistas ao deixar o Brasil.  O bom espírito fez nações inimigas darem as mãos, outros reconheceram as superações de seus maiores adversários. Num gesto nobre, um atleta doou uma de suas medalhas para salvar uma vida, enquanto a família de outro atleta, salvou várias outras vidas com a doação dos órgãos de seu ente querido morto em acidente durante os jogos. Se no quadro geral de medalhas resultamos modestos, fomos ouro cravejado de diamantes na recepção e simpatia popular. Tudo isso somado ao arrepio do nosso belo hino, do efêmero momento cívico, que deveria correr mais forte em nossas veias e fazer a transformação moral, ética, social e política que precisamos para sermos mais cidadãos, para termos orgulho no dia-a-dia e não apenas em festas. Fazer dessa exceção a nossa regra. O tempero já temos, falta o ponto certo do preparo.
A despedida chegou no tom. Fria, chuvosa e chorosa, sofrendo de abstinência de emoção. A cerimônia de encerramento reforçando nossa cultura, nossos sons e ritmos, exaltando a terra. Reafirmando o recado dado de que somos todos um só mundo e precismos cuidar melhor de nós mesmos! A tristeza pelo fim do evento se concretizou em chuva verdadeira e cenográfica que apagou a chama de forma delicada, recheada de símbolos e entregou o bastão dessa modalidade para outro país, outro idioma, outros sons e temperos do outro lado do mundo.
Ainda faltam as paralimpíadas, mas isso é assunto para outra postagem. 
Nos vemos, nos lemos!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Maravilha !


Elke Maravilha - Google free pic 2014
Os deuses receberam hoje Elke Georgievna Grunnupp, a nossa Elke Maravilha, a personificação da alegria, do bom viver, do deboismo. Uma pessoa que respeitava o próximo sem olhar a cor da pele, a posição social, o grau de instrução ou outra característica diferente da sua.  A inteligência dessa mulher não estava apenas no fato de ser poliglota, mas sim por saber entender o indivíduo como indivíduo. A trajetória artística dessa atriz russa de nascimento (São Petersburgo), de cidadania alemã e brasileira de corpo, alma e coração, manequim, jurada de programas de tv foi marcada pela irreverência de suas roupas, de sua visão do mundo e por sempre falar da liberdade que todos nós temos, mas que por imposições filosóficas, culturais e outras, sempre nos colocamos na posição de reféns de nós mesmos.
Essa visão mais aberta da condição do ser humano ser mais pleno transformou a atriz em musa dos grupos sociais marginalizados pelo preconceito e pelo julgar. Muitas foram as entrevistas controversas em que pregava a liberdade do indivíduo de buscar seu lugar ao sol. Dona e uma sagacidade e ampla visão política do mundo, Elke se destacou pelo brilhantismo de suas ideias, fruto de seu conhecimento do mundo, de suas escolhas, de sua visão. Tinha uma facilidade em abraçar o conteúdo de uma conversa e pinçar elementos que as tornassem mais convincentes e enriquecedores!
Era uma mulher de inteligência proporcional à sua alegria de viver. Naturalmente cativante e encantadora que vai fazer muita falta com seus posicionamentos que tocam fundo na ferida de cada um, sem fazer disso uma lamúria e sim um ato de transformação.
A paz do mundo, segundo ela, ainda está longe, porque a paz nasce dentro de cada um de nós, mas ainda somos pequenos seres minúsculos que não percebemos isso. “Ainda não estamos prontos para a tal da paz”, disse ela em uma entrevista. “A gente não tem liberdade! Na hora da morte eu vou estar livre.”, finalizou uma outra entrevista.
Agora livre, que os deuses, painho e as crianças a recebam de braços abertos!
Nos vemos, nos lemos!