segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Bárbaros nada doces

A referência aos bárbaros, nome cunhado pelos gregos e que significava apenas estrangeiro, foi usada pelos   Romanos para designar os povos que não partilhavam os seus costumes e cultura (nem a sua organização política). Estas migrações nem sempre implicaram violentos combates entre os migrantes e os povos do Império Romano, embora estes tenham existido. Já os romanos também eram chamados de "bárbaros" (estrangeiros) pelos gregos. Os povos migrantes, em muitos casos, coexistiam pacificamente com os cidadãos do Império Romano nos anos que antecederam este período.
Havia também aqueles que procuravam expandir seus territórios através do domínio marítimo e terrestre.
Godos, Vândalos, Anglos, Visigodos, Ostrogodos, Eslavos, Búlgaros, Magiares, Turcos, Vikings, Árabes e ainda mais antigos como os povos das culturas da desconhecida e inimaginável América do ocidente, naquele tempo, assim como povos africanos, asiáticos, hindus, entre outros. Há de citar alguns povos mencionados na Bíblia, fosse em busca da terra prometida, fosse em busca de paz, fosse em defesa de seu território ameaçado por outros povos. Uma característica do Homem em suas épocas para conquistar o mundo e estabelecer território e firmar-se enquanto sociedade. Também podemos dizer, dos colonizadores e descobridores que iam em busca de novas terras e riquezas, ampliando domínios, criando e fortalecendo lendas, enriquecendo impérios e já moldando pensamentos.
Como dito na descrição, nem sempre essas migrações eram feitas de maneira violenta.
Desde que o mundo é mundo, o bicho Homem tem a necessidade de se estabelecer e com uso de suas forças e inteligência, procura fazer isso de maneira definitiva, impondo-se , usando de todas as armas que pode. A História nos conta das conquistas, negociações, traições, emboscadas, assassinatos, guerras longas e demais ações tomadas para a conquista do novo espaço, seja pela força, pelos interesses comerciais, por estratégia, geo política, entre outros. Não podemos deixar de lado as invasões, as guerras, o sangue derramado por povos que estabeleceram sangrentas e cruéis batalhas na conquista de terras.
O tempo passou e a "barbárie" também mudou seu formato e propósito e nos faz pensar que após toda evolução do Homem, as mudanças propostas e impostas são feitas com rigores de crueldade, com uso da tecnologia para o mal, com trapaças, com ataques covardes, de maneira acintosa, desumana, covarde, mais insanas que os primeiros povos. Mais uma vez o Homem vive de opostos. Vive um eterno dilema, vive uma crise maior de identidade quando se dá conta do que fez. Acredito que, mesmo num milionésimo de segundo, a mente condena. Usa-se da política, dessa ciência que permite que sejam estabelecidas normas de boa convivência como arma, usam da necessidade básica do outro, trepudiam sobre as mazelas. Condicionam um ou outro grupo à inferioridade, à não importância de sua existência. Defendem pátrias sem terra, religiões sem deuses, morais sem princípios, necessidades sem porquês. Hoje, a barbárie é feita por exércitos acéfalos, sem o poder de discernimento, sem o conhecimento da causa,  marionetes sedentas daquilo que não sabem. Muitos lutam por areia quando querem água.
Temos que lidar com isso no mundo de hoje. Esperar que algo maior faça a mentalidade humana mudar. Receio que quando esse sinal acontecer, também possa ser algo que provoque grandes revoluções, mas se a revolução for para um bem maior geral, que seja! Que venha, mesmo que lentamente. Precisamos!
Nos vemos, nos lemos.




* Imagem: Capa filme Outlanders - Google Images