quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Terceiro turno!

Fim das eleições para grande maioria dos municípios do Brasil. Candidatos reeleitos, surpresas, acusações de fraude e a apresentação do maior vencedor dessas eleições e que, seguramente, darão as caras no segundo turno, o grande número de abstenções, nulos e brancos. Chegaram a 53 milhões em todo o Brasil.
Abstenções são aqueles que faltaram ao cumprimento do dever obrigatório do voto e deverão, de alguma, forma justificar sua ausência e pagar a sua multa a fim de quitar sua situação com a justiça eleitoral.
Votos nulos e brancos, ao contrário de que muita gente pensa, valem apenas para dados estatísticos e não representam uma forma de protesto. 
Votos nulos são contabilizados em caso de suspeita de fraude ou para impugnar aquele candidato que, por ventura, tiver qualquer contratempo quanto sua candidatura em andamento. Nesse caso, se a nulidade for maior que 50%, novas eleições são marcadas e isto está previsto em lei. 
O voto branco não ajuda ninguém,  ainda é resquício da época em que se votava em cédulas e a preocupação de que esses votos fossem indevidamente marcados fraudulentamente favorecendo um ou outro candidato. Hoje em dia, o sistema eletrônico, dificulta e muito esse tipo de fraude. Achar que voto em branco ajuda em alguma coisa é pura falácia.
O voto em branco é um elemento do processo democrático, é a liberdade que o eleitor tem de não escolher nenhum dos candidatos concorrentes caso nenhum deles atendam seus anseios de mudança política.
De qualquer forma, mesmo que estatisticamente não oficial, esse grande número de votos nulos, brancos e abstenções refletem uma insatisfação generalizada. O processo político está ultrapassado. A descrença na classe política está em alta devido aos infindáveis casos de corrupção que mostram o desvio descabido de dinheiro público que são roubados indiscriminadamente para atender necessidades particulares ou de patrocinar outras fraudes e esquemas de corrupção, como se fosse uma corrente ininterrupta e isso independe de partido e sim da ação humana.
A obrigatoriedade do voto e do horário político soam impositivas para um processo que se diz democrático, de livre escolha, mas que se mostra corrompido, fraudulento por parte de seus integrantes.  Uma vez fosse o processo mais moderno, de reais punições às corrupções e todos os corruptos envolvidos, talvez haveria uma mudança nesse quadro global.
Se os postulantes são cidadãos que querem ser representantes da população em uma casa legislativa ou executiva, que os sejam em grau de igualdade, com a mesma proporcionalidade salarial, de regalias, obrigações, direitos e deveres para com os cidadãos comuns votantes. Essa sim seria uma ideal forma de fazer política, sem fosso, sem distanciamento entre pessoas da população e pessoas que fazem o processo todo. Os candidatos concorrem às vagas e não são convocados para assumí-las, daí penso no critério de não regalias, no critério de igualdade e os atos ilícitos praticados por esses devem ser julgados e punidos sem quaisquer proteções ou diferenças. Muitos outros países já demonstram isso.
Verdade também, que em outros locais, apenas a título de comparação, existe uma maior participação popular no envolvimento com a política, de entendimento da mesma, de cobrança e de participação nos processos legais que regem a vida dos cidadãos. A política não pode ser tratada na terceira pessoa, como se não fosse problema de cada um. Ela é !!
Se os números apontados nessas últimas eleições demonstram isso, está mais que provado que há necessidade urgente de uma reforma política e da maneira de fazer política. Uma mudança na forma de pensar e de agir de cada um de nós, cidadãos, eleitores ou candidatos. Algumas mudanças já aconteceram nessas eleições, pseudo celebridades não foram eleitas, candidatos corruptos, muitos, não foram eleitos ou reeleitos, denúncias de compra de votos ou outras irregularidades foram alardeadas, comprovou-se que rede social não elege ninguém nem serve de parâmetro a não ser de confirmação e divulgação de pesquisas sérias realizadas por institutos responsáveis. 
é um pequeno passo para o grande avanço.
Estamos diante da necessidade de um longo processo de mudança de uma nova forma de governo, uma nova divisão, uma nova forma de votar. 
Que venha e que transforme! 
Nos vemos, nos lemos!