quarta-feira, 29 de julho de 2015

Desmontando o mundo!



Ser breve com esse assunto não é tarefa fácil!
Vamos partir do pressuposto que a evolução humana tenha sido uma sucessão de transformações até chegar ao Homo Sapiens-sapiens, passando pelo macaco e adotando a teoria evolucionista de Darwin.
Chega a ser difícil imaginar o quanto o Homem teve que aprender a se desenvolver e sobreviver, tornando-se um animal dominador pela racionalidade, que desenvolveu a fala, a escrita, as formas de comunicar e de interagir com o meio em que vive.
Um ser que, aos poucos, foi dominando suas ações, gravando-as na memória, lapidando, fortalecendo e aprimorando cada descoberta. Linkando assuntos, fatores e se superando, evoluindo biologicamente no lento processo de formação.
Os pequenos grupos se juntaram, seus líderes conquistaram grandes áreas atrás de comida, dominaram o frio e o fogo, aprenderem com o vento, com o ciclo da chuva, com os animais. Venceram montanhas antes intransponíveis, rios caudalosos, longas planícies, deserto e gelo, densas florestas, vários tipos de doenças, começaram a entender do tempo, das luas, marés, estações do ano. Caçaram, cultivaram, começaram a compreender e interpretar seus sentimentos.
Seus agrupamentos foram se tornando cada vez maiores e, com isso, surgiu a necessidade de organizarem-se, primeiro em grupo e depois em grupos maiores. Criaram pequenas aldeias, cidadelas, vilas, organizaram-se em classes ou castas, hierarquizaram-se, começaram a desenvolver sistemáticas de suas práticas cotidianas, cultos e ritos ao desconhecido, praticaram alguma forma de religiosidade de acordo com seus questionamentos, aqueles básicos que o ser humano sempre pergunta prá si: de onde vim, para onde vou, quem começou isso tudo?  
A natureza, pela sua força, beleza e pela sua capacidade de doar alimentos para esses povos deve ter sido considerada a primeira grande divindade para o ser humano. Outros também foram  considerados: O Sol, a Lua, o fogo, o vento, os elementos naturais, animais, montanhas, entre tantos. O Homem também criou objetos de adoração, aprenderam e criaram formas de registrar a presença do seu tempo e enaltecer as forças que lhes davam sustento, considerando-as sagradas. ergueram muros, construções faraônicas, nababescas, babilônicas.
Com o domínio da fala, das formas de escritas, da utilização de recursos que os possibilitaram criar ferramentas, utensílios e acessórios foi se tornando mais comuns tais registros.
Hoje, alguns milhões de anos após o surgimento do Homem sobre a face da Terra e de tanta transformação, olhamos, conhecemos e aprendemos com o passado, pelo menos com aqueles registros mais fáceis de decifrar. Entendemos a relação do Homem com o Homem, sua relação com o meio, sua postura, seus domínios. Sabemos de seus erros e acertos. E ao mesmo passo que descobrimos ou conhecemos algo, muitas outras indagações surgem.
Até que ponto chegou a evolução do Homem? Muitos desses marcos deixados, alguns ainda possíveis de visitação hoje em dia, mostram ruínas de grandes povos e civilizações como os Fenícios, Sumérios,  Egípcios, Gregos, Romanos, Nórdicos, Astecas, Maias, Incas, Polinésios, Esquimós, Beduínos, Tuaregs, inúmeras nações tribais, cada qual a seu tempo e sua participação da roda evolutiva. Me refiro também aos povos retratados nas histórias sagradas e seus livros como os povos que seguiram e difundiram o Cristianismo, o Islamismo, Judaísmo, Hinduísmo, Taoísmo entre tantas outras formas de implantação de religiosidade por esses povos que tiveram uma imensa contribuição nesse legado, nessa herança de arquitetura, idioma, cultura, etc. Partes da mesma História.
O desenvolver do Homem também esbarrou na delicada questão das individualidades e sensibilidades humanas, fossem elas desenvolvidas nos campos do relacionamento, da ciência, da busca por respostas, das relações políticas, dos interesses. Quantos não foram rotulados, tachados, perseguidos, dados como loucos, pecadores, bruxos, hereges? Outros tantos queimados vivos, perseguidos, forçadamente desaparecidos, limados da face da Terra por essa ou outra ideologia ou pensamento da época.
Questionamos e abrimos um leque extenso de discussões quando falamos de como tais façanhas foram executadas. Nossa imaginação ou falta de um conhecimento mais aprimorado, nos levam a pensar de ações conjuntas de outros povos. Questionamos se as divindades eras astronautas. Perguntamos onde foram parar as mentes brilhantes que conseguiram fazer tudo isso que ainda temos hoje como herança. Existiram, de fato, as civilizações hoje dadas como perdidas? Estivemos sozinhos o tempo todo?
Não há como comparar com os dias atuais, onde levamos quatro horas para recebermos imagens digitais de alta resolução de planetas nos confins do universo, feitas por instrumentos que foram lançados ao espaço, algo inimaginável pelos nossos ancestrais. Um exemplo simples: Os milhares de anos que o Homem levou para conhecer meio mundo, hoje em dia é feito em poucas horas de voo.
Porém, não temos mais a ousadia de erguer grandes impérios como no passado. Tudo a seu tempo. O planeta está pequeno. São poucos os locais intocados pelo ser humano. As novidades hoje são outros e o maior desafio é descobrir o próprio interior, a mente humana, o ato de ser verdadeiramente humano. A luta não é mais pela subsistência e sim pela longevidade, da saúde sem doenças.
Já disse aqui em textos anteriores que a marcha retroativa da evolução humana está colocando em risco os registros dos nossos antepassados. Vamos deixar de lado aqueles que foram destruídos quando de sua ocupação, de suas guerras e batalhas, daqueles que sucumbiram aos fenômenos naturais (chuvas, incêndios, enchentes, tsunamis, terremotos, avalanches, etc.).
Lamento a ação retrógrada do Homem, das ações de vandalismo, de intolerância religiosa, da política extremista, das ações que apagam rastros e registros, a ação inexorável do tempo, o crescimento desordenado de megalópoles, sítios arqueológicos, urbanos, entre outros abandonados ou engolidos pela construção de barragens e outras ações humanas em nome de desenvolvimento, e o pior de todos, o sentimento de desimportância ao legado deixado pelos primeiros Homens.
Como se os primeiros povos não tivessem nenhuma importância na soma que resultou no Homem Moderno.
O macaco,  o australopitecos, o habilis, o erectus, o sapiens neanderthalensis, o homo naledi ( a mais nova descoberta da ciência), o sapiens parecem ser apenas objetos de estudos, parte de museu ou livros antigos sem importância ou vínculo conosco.
Triste fim para quem não respeito as origens!
Nos vemos!