terça-feira, 5 de setembro de 2017

Rogéria !

imagem free google
Astolfo Barroso Pinto, a estrelíssima Rogéria, atriz, nascida no interior do Rio de Janeiro, começou a carreia como maquiadora na Tv Rio e de lá prá cá não largou mais o show bizz, sendo figura constante nos teatros com trabalhos reconhecidos pela crítica da época em musicais e comédias, participação em programas de auditório, de entrevistas, cinema, humorísticos e novelas. Morou fora do país por anos, numa época difícil para os artistas assumidamente gays com trabalho em musicais e apresentações em muitos locais com shows de música e coreografia, uma remodelação do teatro de revista e cabarés antigos. Da linha executiva do jovem Astolfo à estrela Rogéria, era dona de uma personalidade forte, porém sempre soube defender com bons argumentos seus pontos de vistas e falar abertamente de sua vida e glamour artístico, dos holofotes aos bastidores. Com muitas histórias, evidenciadas com gestos, caras e bocas, sempre teve muita história para contar e outras especuladas em volta de supostos amores escondidos ou “proibidos”, rivalidade de estrelas, mostrando que há nos bastidores do show business uma guerra de egos por um lugar ao sol e que, somente com talento, é possível se manter tanto tempo no estrelato. Dona de uma voz poderosa e cantando em francês irretocável, essa era uma de suas marcas, assim como o verdadeiro, real, bonito e sedoso cabelo loiro estilo Gilda, personagem imortalizada por Rita Hayworth. Muito se fala de sua transgressão, porém há de se  pensar sobre isso. Rogéria foi ela mesma e enfrentou um mundo machista e opressor para viver sua verdade. Não levantou nenhuma bandeira a não ser seguir o caminho escolhido por ela. Muitos a chamam de guerreira por ter sobrevivido à censura e às ditaduras de países onde se apresentou em seus shows nos anos 60 e 70. Nunca perdeu lugar no estrelato da tv brasileira. Nunca perdeu o carinho das pessoas, tornando-se popular e respeitada, como bem queria. Era figura carismática e performática. Enfim, atingiu o sucesso! Agora descansa em paz! 
Nos vemos, nos lemos!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Que nem maré!

montagem imagens google de maré seca e cheia
O mar recuou! O medo avançou com o se fosse uma maré gigante. 
Nada se sabia do que estava acontecendo! Alguns alardearam-se, pois fatos semelhantes já não mostraram um bom resultado. 
Mas a Ciência explicou o fenômeno, raro, que por isso chamou tanta a atenção.
O mar, o poderoso e vigoroso mar, saiu de seu normal. 
Em alguns locais deu espaço a enormes bancos de areia e revelou seu fundo. 
Em outros, avançou sem pedir permissão e vasculhou a orla misturando areia, mostrando toda sua força descomunal.
O medo foi geral, mesmo que inconsciente.
Medo de ter algo descoberto ou de se sentir invadido, revelando os mais íntimos segredos particulares e de não saber lidar com essa exposição.
O mar é vivo como nós. Tão forte e age tão naturalmente, com todas as influências possíveis, que não se estranha em revelar-se. 
Não se recua e nem se invade um ser, pois a maré é cíclica e por si se revela, invade, revolta e volta a ser flat novamente!

Viva sua maré!
Nos vemos, nos lemos!

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Cais


*frase do autor

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Ame! ( o que é bom deve ser compartilhado)

Simplesmente Ame!!!
Sabes porquê? 
Porque a inteligência, sem amor, te faz perverso; 
 A justiça, sem amor, te faz implacável; 
A diplomacia, sem amor, te faz hipócrita; 
 O êxito, sem amor, te faz arrogante; 
A riqueza, sem amor, te faz avarento; 
 A docilidade, sem amor te faz servil; 
A pobreza, sem amor, te faz orgulhoso;  
A beleza, sem amor, te faz ridículo; 
 A autoridade, sem amor, te faz tirano; 
 O trabalho, sem amor, te faz escravo; 
A simplicidade, sem amor, te deprecia;  
A política, sem amor, te deixa egoísta; 
E A VIDA SEM AMOR,  NÃO TEM SENTIDO.



*parte de texto extraído de um conto israelita.

terça-feira, 20 de junho de 2017

um poema!

Imagem relacionada
a mais velha equação


O resultado de mim

Confesso que não sei expressar essa maravilha de emoções que sinto.
Confesso que se eu somar os meus sentimentos de outras paixões e cometer o erro das comparações, não chego a um resultado.
Confesso que busco equacionar razão e emoção, embora haja função, exista a lei da correspondência.
Confesso que, ao tentar tangenciar a descrição dessa emoção, mergulho num redemoinho quântico de sentimentos elevados a potências ainda não vividas por mim.
Confesso que sua voz é a curva do seno, as mesmas que calculam os terremotos, iguais aos que me abalam intimamente.
Confesso que nosso olhar explica-se por Maxwell, elétrico e magnético e emitem luzes que nem Schrödinger explicaria.
Confesso que me ameniza a alma sentir o calor da sua presença, dos lábios, mãos e corpo, essa força física, me transformando num Fourier, alucinado em explicá-las.
Confesso que não saberia contar o quanto sinto, uma vez que tudo é número.
Confesso que não sou Pitágoras, Platão ou Descartes, apenas um ser humano buscando um denominador comum nessa inequacionável questão do real que sinto!

terça-feira, 6 de junho de 2017

NET-a-FLIx-ção

Na maré contrária de toda podridão de programação da tv aberta, muitos programecos da tv fechada e a possibilidade de um oásis com programação ao gosto do cliente e a portabilidade da mesma, devido ao sistema de streaming, a gigante das produções mundial, Netflix, aparece como uma luz do fim desse túnel frio e sombrio de mau gosto televisivo. Com certeza, foram milhões de dólares investidos em produções de filmes e séries que caíram no gosto popular e alcançaram recordes de audiência. O serviço é barato e por ser streaming (uma forma de transmissão de som e/ou imagem através de uma rede qualquer de computadores sem a necessidade de efetuar downloads do que está se vendo e/ou ouvindo, pois neste método a máquina recebe as informações ao mesmo tempo em que as repassa ao usuário.) facilita sua “mobilidade” permitindo o usuário usar sua senha em qualquer lugar que tenha serviço de internet disponível. Isso permite maior flexibilidade em ver seu filme ou série preferida, mesmo que algum contratempo o atrapalhe, permitindo continuar de onde parou ou rever desde o início. 
E a gigante das séries e filmes lucrou muito e usou e abusou de produções megalomaníacas.
Porém um tropeço nas finanças, devido à crise mundial, receita e gastos fizeram com que produções milionárias fossem canceladas, deixando órfãos milhões de expectadores mundo afora sem o término de suas séries preferidas.
Isso, com certeza, vai render uma péssima safra à Netflix, penso eu, pois qual seria a confiança de grandes criações em deixar a produção a cargo da provedora global de filmes e séries, depois desse tropeço. E ainda mais com a possibilidade de perda de milhões de usuários que pagam pelos seus serviços ao se sentiram lesados por não terem a continuidade de suas séries preferidas. Principalmente Marco Polo, Sense8, The Get Down.
Efeito Caverna do Dragão, que nunca teve seu encerramento produzido. Uma pena, já que muitas histórias deixarão de ter seus desfechos concluídos, muitas perguntas sem respostas. Quem sabe um dia!?

Nos vemos, nos lemos!

terça-feira, 18 de abril de 2017

Empty

Sobre o que falar?
Delações e mais delações e mais delações e roubo do nosso dinheiro por anos a fio?
Podridão do cenário político e dos próprios políticos que deveriam legislar a nosso favor e bem estar geral?
Eminência de uma guerra com poderio nuclear?
Guerra por causa de petróleo que está ceifando vidas inocentes na Síria?
Rota de colisão de uma infinidade de asteroides e meteoroides cruzando a órbita da Terra?
Impunidade em todos os cantos?
Haja saco!
Hoje não nos lemos, somente nos vemos!

terça-feira, 4 de abril de 2017

Omixplicação!

Li um artigo rápido e interessante que mostra que o machismo mora nos detalhes e é algo curioso, pois, inconscientemente ou tomado pela cultura secular de dominação de ideias paternalistas, agimos dessa forma.
Com a crescente conscientização do trato social, das relações entre grupos humanos, da vez e voz dos grupos excluídos e marginalizados por um ideal utópico, da explanação de que somos resultados de todo um processo social e por, agora, tarde, porém necessário, estamos aprendendo entender aquilo que chamamos de diferenças, só porque não atendem a um padrão pré-determinado do qual não se encaixam com os nossos próprios ou porque há uma dificuldade em sua interpretação e aceitação, por puro comodismo ou pelo fato de fazer pensar.
O artigo fala de pequenas ações machistas cotidianas e parece exemplificar um ambiente de negócios, dados os exemplos, pois ainda, em pleno século XXI, temos a distinção de homens e mulheres a frente de funções essenciais com diferenças salariais, nomenclaturas e afins.
Esses atos machistas encontrados nesses ambientes, recebem nomenclaturas novas, ainda sem uma tradução definitiva, mas que foram criados para definir essa ou aquela ação que, repito, podem ocorrer, mesmo que inconscientemente, tais como:

· manterrupting: quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor.
·    bropriating: Quando, em uma reunião, um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela.
·    mansplaining:  É quando um homem dedica seu tempo para explicar algo óbvio a você, como se não fosse capaz de compreender, afinal você é uma mulher.
·   gaslighting: violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz. Que numa “discussão” pode ser proferidas em frase como: “Você está exagerando!”, “Cadê seu senso de humor?”, “Nossa, você está sensível demais.”, entre outras.
Podemos ver isso quase que diariamente nas ruas, ao saber de uma história ou outra, em programas de entretenimento de televisão, entre tantos outros exemplos.
As atitudes mostradas acima não são exclusividades do homem para com a mulher e, em determinados casos, podem ocorrer de forma contrária, mas esse não foi o ponto de questão do artigo mencionado. Há muito mais ações machistas que ações feministas, quando desse sentido errado.
O ideal de igualdade ainda está longe por uma falha humana de ainda não entender a si próprio e acredito, infelizmente, que ainda vamos forjar muito ferro frio e bater a cabeça na porta até aprendermos as reais condições de igualdade entre os gêneros.
Se somos o resultado da fusão dois gêneros matrizes, carregamos características de ambos em maior ou menor grau, que se manifestam com suas influências culturais religiosas, políticas, sociais, físicas, orgânicas e afins. Só isso já permite uma gama enorme de possibilidades de características humanas. Uma quantidade de humanos como essa, na casa do 7 bilhões hoje em dia, não pode haver sobreposição de um pelo outro, mas sim a busca de uma convivência mais harmônica.
Não estou dizendo que seja fácil, mas um ideal a ser alcançado, assimilado e vivenciado, permitindo novas possibilidades de crescimento humano.
Nos vemos, nos lemos!

Em tempo: Aos termos mencionados foram propostas traduções iniciais como: 
Gaslighting – ou Omipulação
Mansplaining – ou Omixplicação
Manterrupting – ou Ominterrupção
Bropriating – ou Omipropriação


segunda-feira, 20 de março de 2017

Fé cega, vaca atolada, vida de gado!

alimentos, imagens free Google
Fomos surpreendidos pela divulgação de uma ação da polícia federal que deflagrou um esquema de não cumprimento das normas de higiene e corrupção envolvendo grandes frigoríficos e empresas milionárias de processamento de alimentos de renome nacional. São esquemas que revelam pouco caso com a saúde pública e compra de laudos da vigilância sanitária fazendo vistas grossas aos procedimentos obrigatórios dessas empresas que produzem alimentos industrializados em nome de mais lucro! O susto foi grande e chegou à mesa do brasileiro. Embrulhou o estômago! Revoltante!
Isso levantou suspeitas e ressuscitou antigos fantasmas em relação à produção desses alimentos, deixando a população indignada, mais uma vez, com o descaso e desrespeito para com a saúde pública. Dessa vez, a nuvem negra paira sobre o processamento de carnes diversas para produção de alimentos prontos, principalmente carne bovina e aves, incluindo o uso de produtos químicos em excesso para dar melhor aspecto a carnes mais velhas, vencidas ou mesmo em estado de apodrecimento e uso de carnes contaminadas na preparação de embutidos. Fora a contaminação por salmonela que, em alguns casos, pode ser fatal ou mesmo deixar sequelas irreversíveis!
Infelizmente, não é a primeira vez que somos enganados. 
Além de já termos sidos vítimas do leite integral misturado com soro, soda cáustica e água oxigenada, há ainda o caso de muitos outros produtos industrializados que não são nada benéficos para o consumo humano. A lista é grande: refrigerantes que causam câncer, sucos industrializados  com excesso de açúcar, extrato de tomate deteriorados, embutidos feitos com misturas nada saudáveis de restos de animais, papelão e massas químicas que permitem uma vida mais longa nas prateleiras dos supermercados, alimentos com excesso de sódio, entre muitos outros que também têm o folclore por trás de sua origem, como a margarina que teria sido criada para engordar aves para abate, iogurtes que são produzidos com reaproveitamento de leite além do ponto saudável do consumo humano, produtos com colorantes e conservantes cancerígenos e uma lista enorme de alimentos contra indicados para o consumo como o pó de café com maior concentração de cevada, de cereais e grãos em que se permite uma concentração mínima de insetos e pelos de roedores, do requeijão feito com massa de amido, das cervejas feitas com pouco malte e alimentos com excesso do maior vilão da saúde pública mundial: o açúcar refinado! Responsável direto de muitos casos de doenças, pois sua fórmula refinada, recheadas de elementos nocivos à saúde se faz presente nos casos de obesidade, envelhecimento precoce, pressão alta, deterioração dos dentes, disfunções hormonais e mais uma grande lista interminável de patologias que têm o doce açúcar como agente de sua manifestação pelo seu consumo. 
O açúcar está presente em quase tudo que consumimos de origem industrial, basta ler o rótulo. O vilão branco divide esse reinado com o sódio na colaboração em outras doenças crônicas do homem moderno.
E não para por aí. Há ainda os casos de estabelecimentos que mascaram seus produtos, que manipulam inescrupulosamente alimentos, que remarcam prazos de validade, que desligam frigoríficos à noite como medida de economia de energia, que fabricam produtos com itens vencidos e expostos às sujeiras de roedores e outros insetos (moscas, baratas e formigas) que são comuns em locais de armazenamento de alimentos. Como se não bastasse, quem não se lembra da vaca louca, da peste suína e da gripe aviária? Outro fator que é somatório dessa imensa engrenagem e, infelizmente, largamente praticado por todos nós: o desperdício!  
O grande volume de alimento desperdiçado é proporcional ao grau de desenvolvimento das nações e contraditoriamente atenderia as populações abaixo da linha da miséria em outros países que sucumbem à fome, lamentavelmente!
Há ainda uma infeliz coincidência do aumento, em larga escala, de casos de câncer (curiosamente dos órgãos do aparelho digestivo), principalmente na população de países mais industrializados, fazendo uma ponte entre o consumo desses produtos inadequados e o aparecimento dessa terrível doença. Tal coincidência, levanta discussão sobre uma outra manobra comercialmente mundial de descaso para com a saúde do ser humano que é a manutenção das grandes empresas farmacêuticas com a NÃO declaração da cura de determinadas doenças, a fim de manter a sustentabilidade financeira desses impérios bilionários de medicamentos, sempre envolvidos em escândalos.
Voltando a falar do problema dos alimentos, essa indústria é um dos pilares da frágil e depauperada economia nacional, corroída pela imoralidade da corrupção crônica e que sobrevive nesse mercado por ser um dos maiores exportadores mundiais. Mercado que tem as pontas do seu tapete nas mãos de outros grandes produtores prontos a dar uma ajuda diante de qualquer maior deslize para tomar seu lugar. São responsáveis por uma boa fatia da riqueza nacional e empregabilidade de milhares de pessoas nos mais diversos setores. Se a ação policial originou de uma investigação dessas grandes empresas ou do desentendimento de um pequeno ramo dessa atividade, é um verdadeiro tiro nos dois pés de sua sustentabilidade e um tropeço gigantesco para a economia nacional num cenário nada agradável diante do mundo em função dos megaescândalos financeiros e fragilidade da política atual. Ações despencam rapidamente, aumentam o descrédito nas empresas brasileiras, empresas sem poder escoar produção amargam prejuízos, demitem em massa, encolhem financeiramente.
Tal fato, aumenta o descrédito dessa população para com todas as instituições que regem nossas vidas, seja no setor político, educacional, da saúde, entre tantos outros.
Um mal-estar que se manifesta apenas na forma de riso da própria desgraça, através de viralizações bem-humoradas pelas redes sociais sem uma ação mais contundente, séria, pensada e realizada por parte da população que deveria reclamar e fazer valer seus direitos. Situação verdadeiramente preocupante que ainda não conta com melhores esclarecimentos da mídia.
Enquanto isso, países consumidores mais sérios, cobram do Brasil uma explicação detalhada do ocorrido. Outros cancelam importações de carne e seus derivados processados, como parte desse jogo mercadológico, causando prejuízos bilionários ao nosso País e, claro, deixando para o consumidor final liquidar essa conta.  
O que era prá ser o celeiro do mundo, se afoga num lamaçal de escândalos, corrupção, pouco caso, assinando atestados de incompetência perante o mundo. 
Dessa forma, como maneira de fazer dinheiro e sustentar seu castelo de cartas, o país se entrega a outro fantasma antigo, que se aproveita dessa fragilidade e da ganância para comprar recursos naturais que são do nosso povo como petróleo, água potável, medicina natural da Amazônia, entre tantos outros que formam a nova sesmaria das terras tupiniquins. 
Yes, nós somos bananas!


quarta-feira, 8 de março de 2017

Queixa! Para o Dia das Mulheres



Queixa - Caetano Veloso

"Um amor assim delicado 

Você pega e despreza
Não devia ter despertado 
ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo 
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado 
Disso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente, que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento 
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento 
Oceano sem água

Ondas, desejo de vingança 
Dessa desnatureza
Bateu forte sem esperança 
Contra a tua dureza (Refr.)

Um amor assim delicado 
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado 
Apostar na alegria

Você pensa que eu tenho tudo 
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa!"

terça-feira, 7 de março de 2017

Fora do tom!

imagens Google free pic - montagem do autor
Há alguns dias tem um assunto que tem sido corriqueiro com meus amigos. Quanto à qualidade das músicas atuais, sempre que ouvimos alguma das boas músicas com mais de 20 anos. Não que seja um comentário geral, pois ainda há poucas criações boas e de qualidade, independente do gênero musical, mas é fato que a produção musical mundial parece ter adotado um único estilo cansativo e impessoal.
Falo isso pela qualidade musical dos bons tempos em que a música tinha letra, intérprete, uma boa cozinha, solos trabalhados. Houve a época dos sintetizadores, das baterias eletrônicas, das guitarras esgoelantes, das percussões, da mistura de estilos, das influências e das descobertas de ritmos regionais que ganharam o mundo. Havia o protesto, a reivindicação, a fossa, o amor cantado, a filosofia, a palavra de ordem, o deboche, o amor baba ovo, o bate coxa, ritmos dançantes, as modinhas, época de expoentes da música nacional e internacional.
Vou falar figurativamente: É como se as tendências e estilos musicais fossem gelatinas coloridas de diferentes sabores, misturada num grande recipiente, mas cada qual com sua proposta particular. A popularização, a mistura, as novas tendências e o fruto das misturas de muitos ritmos vieram como se fosse um creme para unir esses sabores diferentes, com intuito de criar algo novo, de deixar tudo junto.
No início funcionou, mas parece que o creme estava quente demais e acabou por derreter algumas gelatinas mais sensíveis ou menos consistentes e misturou tudo, fazendo com que perdessem textura, sabor e até mesmo a cor, e o excesso desse líquido fez o pote transbordar, deixando prá trás um mix estranho, com uma cor  indefinida, mistura de sabores, sem características próprias. Não que tenha perdido o sabor original, afinal ainda é considerada gelatina (música), mas não agrada a todos, tem quem coma por comer, quem coma em qualquer ocasião, tem quem não goste da aparência, tem quem não veja como tornar esse produto pronto para servir, tem quem não goste da mistura de sabores, tem quem ache que perdeu a graça e que ainda até esse momento não houve um boom de imaginação e criatividade que pudesse transformar esse produto em algo mais palatável, agradável ou mais original.
Acredito que o boom de possibilidades surgidas nos anos 80 esteja longe de se repetir, quando o mundo era um caldeirão de bandas, cantores, compositores, músicos, com qualidade de letra, de música, de harmonia, de bons sons, feitos à mão, com pouca ajuda das intervenções eletrônicas que, naquele momento, não substituíam o elemento humano e que nunca terá a sensibilidade e criatividade suficiente para criar e dar vida à emoção arrepiante que algumas canções causam.
Por isso vivemos um momento de grande saudosismo, de revival, de resgate de músicas daquela época, mesmo com suas regravações, releituras por artistas mais novos, mas que entendem a necessidade de se perpetuar o grande estouro que houve nessa década. Claro que ainda resistem e existem grandes figuras que criam como se bebessem da mesma antiga fonte , mas estão ficando escassos. Até que um novo grande evento aconteça, antes que a sobremesa acabe, antes que o mar suba, antes que o meteoro se choque, antes que o ar fique rarefeito, antes que o agente dessa criação se extinga.

Nos vemos, nos lemos e que possamos curtir em alto e bom som!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Um tom de cinza!

montagem (mal) feita por mim, imagem Google free pic
Olá pessoal, faz tempinho hein!
O ano novo chegou e com ele as novidades, nem sempre boas. Chuva em excesso, volta da malária silvestre, cancelamento de carnavais tradicionais, o mundo de cabeça prá baixo, posse do louco Trump, morte de ministro, terremotos na Itália, revoluções em presídios, outras pequenas insanidades sendo cometidas aqui ou ali, seja em terra brasilis ou terra de outrens.
O novo e midiático prefeito da maior cidade da América do Sul, criou polêmica em seu início de gestão. Em um de seus rompantes executivos, acaba de “pichar” a cidade de São Paulo de cinza, passando por cima da tênue linha que separa a pichação dos grafites. Aniquilando a fronteira que já estava se tornando sólida quanto à diferenciação de arte e vandalismo. Justo o grafite que é uma das linguagens mais paulistanas que existe, um idioma mundialmente metropolitano que se adequou perfeitamente à nossa maior cidade, que é a forma de expressão de muitos artistas de rua pouco conhecidos que falam de seus sonhos, desejos e críticas através dessa arte, da mescla de quimera e realidade e, que fazem dessa linguagem, uma tradução para o grande público que passa a refletir sobre a obra exposta e, dessa forma, cria o censo crítico ( não o censo que rebate  e age como oposição desenfreada, mas um cidadão que sabe pensar sobre o que é visto e proposto). São tantas obras bonitas de serem vistas e que foram cobertas. Um dos maiores grafites do mundo, feito por um grande número de artistas, simplesmente foi apagado. O grafite revela artistas como Eduardo Kobra, Zezão, Alex Senna, Speto, Crânio, entra tantos outros que viram no grafitismo seu trabalho e forma de expressão com reconhecimento em outros países.  Eduardo Kobra, por exemplo, voltou à mídia quando pintou o painel Etnias, no Pier Mauá, quando do início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, um dos maiores painéis do mundo. Uma referência! É uma arte que embeleza a cidade, que une as tribos urbanas, que traduz um povo miscigenado e influenciado por tantas outras culturas e que busca um lugar ao sol. Ou simplesmente um desenho lúdico com uma mensagem engraçada que faça o transeunte rir um pouco nas grandes e cinzas metrópoles.
 Claro que existe sim uma série de pichações que têm de ser apagadas, pois enfeiam as cidades, marcam rotas de tráfico, demarcam zonas de gangues de rua, são sinais usados por pequenos grupos que querem a desordem e a bagunça generalizada, que querem a anarquia. É possível ver em prédios abandonados ou sem qualquer vigilância a ousadia registrada na pichação. Quem picha mais alto, quem deixa ali sua marca! Sujeiras em patrimônios públicos, nas poucas estátuas de nossas cidades, locais históricos, prédio tombados, prédios comerciais e residenciais. Essa não queremos!
Queremos uma cidade onde a arte é possível, onde a expressão de algo verdadeiro seja exposta através de cores e tintas, outros olhares, até mesmo de uma crítica, por que não? Usar o grafite como complemento de uma ideia, como forma de conscientização de uma boa proposta, como representação de práticas cidadãs que despertem o senso individual sobre o tema. Principalmente de conscientização das atuais mazelas do preconceito e falta de discernimento com as quais a sociedade vem sofrendo ultimamente. Uso como informação, como utilidade pública, como embelezamento de uma área mais árida ou sem atrativos.
Tal atitude ao cobrir de cinza uma cidade marcada pelo mesmo cinza da selva de pedra, da poluição, da frieza do comportamento humano parece querer igualar tudo e, como num truque decorativo deixar tudo numa só cor, disfarçando ainda mais aquilo que realmente precisa ser visto e trabalhado para ser melhorado. Não é a retirada de um painel colorido que vai resolver permanentemente a questão de saúde da população, os problemas das enchentes, os descasos sociais, os excessos de uma megalópole. São ações mais contundentes e em equipe que dão resultado e que podem ter o grafite como aliado na disseminação de uma ideia, de forma a atingir mais diretamente e permanentemente a população (pelo mesmo enquanto a obra durar e for refeita).
Essa também seria uma proposta, a de convidar os grafiteiros e seus patrocinadores a se juntarem e promoverem uma  reforma geral nas obras mais antigas, revitalizando-as. Quem sabe um concurso?
“...a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte...a gente quer saída para qualquer parte....a gente quer prazer para aliviar a dor.... Você tem fome de que?...”

Nos vemos , nos lemos!

* trechos da música Comida, dos Titãs!