segunda-feira, 7 de março de 2016

E agora?

Já não bastasse a época de turbulências em que vivemos, notícias de prováveis novas verdades surgem para apimentar ainda mais a história da humanidade e colocar em cheque a credibilidade de estudos humanos para entender a nossa própria existência. Não serei tonto a ponto de dizer que toda verdade é absoluta e é claro e notório que as notícias sempre são tendenciosas. Isso é inerente ao ser humano! Traduções não são feitas literalmente e seriam impensáveis com determinados idiomas. Além disso, são publicados sob condições favoráveis a quaisquer governos, de qualquer época, que permita tal prática.
O livro sagrado que os cristãos baseiam suas leituras foi compilado no Concílio de Niceia com publicações escolhidas dos evangelhos escritos pelos homens que seguiram Jesus Cristo e tinham como missão espalhar sua boa nova. O primeiro livro foi escrito após mais de 60 anos da morte desse líder e já pode ter tido aí informações alteradas por diversos fatores, inclusive na compreensão e interpretação das parábolas pelas quais eram passadas ou com permissão de ser publicado com intervenções mais severas.
Não quero questionar a legitimidade desses evangelhos e acredito que eles sejam permeados de boa vontade em se fazer cumprir a missão dada aos apóstolos. Porém, historicamente falando, podemos pensar em prováveis alterações impostas pela época e circunstâncias em que foram escritos. Jesus (enquanto homem comum) já estava crucificado, morto e enterrado, mas é certo que a perseguição a seus seguidores se perpetuou anos e anos após ao advento de sua morte, ainda mais que a morte foi precedida de sua ressurreição, conforme anunciada anteriormente pelo próprio Jesus, o que confere à história a legitimidade do fato, afirmando o sentimento de fé , que é algo puro e individual quando sentido com verdade.
Foi descoberta no ano 2000, um novo evangelho, o de Barnabé, que contradiz toda a história do novo testamento, escrita no mesmo dialeto do aramaico falado por Jesus. Nela, Judas quem foi crucificado no lugar de Jesus e esse não subiu aos céus. Há ainda uma maior aproximação da visão de Jesus da religião islâmica.
O documento está em Ancara, capital da Turquia e estudiosos afirmam sua veracidade e esperam sua restauração para divulgação pública.
Há ainda muitos livros que relatam a passagem do homem Jesus sobre a Terra e seus ensinamentos. São conhecidas as histórias dos manuscritos do Mar Morto, bem como questionamentos sobre o hiato de 16 anos da vida do Cristo, que não consta na Bíblia. São ainda levadas em consideração prováveis teorias do contato de Jesus com muitos homens sábios e prováveis profetas de sua época e de muitas outras histórias de outros profetas que iniciaram um pensar religioso distinto do cristianismo e que merecem os mesmos créditos.
Enfim, a verdade não sabemos e, pelo andar da carruagem, estamos muito longe de saber toda a verdade que rege o mundo. Nossa sociedade foi construída sobre esse alicerce e trocar as bases é uma tarefa muito difícil, quase que impossível, para não causar desmoronamentos sociais relevantes. Estou falando da história mundial baseada num de seus mais importantes pilares. Isso sem contar as verdades políticas, históricas e sociais que serviram de arrimo para esse espetáculo cotidiano que representamos.
Caso, seja esse episódio algo constatado e verídico, não sei como imaginar a reação mundial diante de tal fato e as mudanças que dele aconteceriam. Se alarmista ou indiferente.

E como hoje em dia, em épocas de mensagens de cunho duvidoso, de fonte desconhecida, de interesses escusos, tais fatores aumentam a deixam a névoa que cobre a verdade mais densa! Há de se ter cautela, sempre, mas temos direito à verdade!


*imagem: O livro de Barnabé que, segundo dizem, contradiz o novo testamento! Google imagens