quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

2º ato!

Algumas situações preocupam quanto ao direcionamento que estamos dando à nossa vida social. Já não bastasse o exercício diário de viver em sociedade, conviver com todas as diferenças, com as doses diárias de respeito, tolerância, compreensão, discernimento para que essa estrutura se mantenha equilibrada, ainda temos que reequilibrar quando de eventos que nos abalam. Estamos num momento de turbilhão de pensamentos, de descontentamento social, político e econômico, diante de uma severa prática de desrespeitos aos direitos humanos, seja na convivência com nosso semelhante do outro lado da rua, seja com fundamentos vazios de política ou religião, além da manifestação da doença a que submetemos a natureza que nos cerca.
Estamos praticando as mais cruéis formas de descaso para com o ser humano, estamos matando de fome, de sede, por falta de acesso à saúde, por desinformação, por grupos isolados de pensamentos e de busca do bem-estar comum, por sectarismo forçado, por intolerância, por desrespeito e, principalmente, por ignorância ( a falta de conhecimento de algo) e também a falta de interesse em conhecer o novo, desvendar o desconhecido, sair da zona de conforto.
Ainda vivemos um retrocesso de saúde pública, em nível mundial: Muitas doenças antes erradicas pelo conhecimento humano estão voltando e, parecem, encontraram uma sociedade despreparada, mesmo em época de alta tecnologia. Bactérias e vírus super-resistentes aos medicamentos, surtos de doenças endêmicas ocorrendo em outros lugares, de maneira inédita, o alastramento de epidemias em velocidades nunca antes vistas, doenças criadas em laboratório, doenças sociais.
Parece que vivemos diante de um grande cenário em que o entulho está todo malocado atrás dos tapumes bem pintados de um falso mundo que pregamos para nós. Parece que os mais necessitados (pelo menos aqueles que estão vivendo uma situação diferente de nós) estão distantes, do outro lado do mundo. Parece as mazelas acontecem apenas dentro dos aparelhos de televisão ou em notícias que circulam pelas redes, onde também há muito descrédito e informação errônea. Há ainda os que se aproveitam em criar falsos alarmes e provocar toda uma situação de alarme. Vivemos ressabiados com pessoas, com ruídos, movimentações. 
Vivemos um descrédito geral, uma desunião até mesmo como ser social, onde a bandeira do individualismo está cada vez mais sendo hasteada, onde a mais natural das manifestações do homem ocorre de maneira velada, sob máscaras, pseudônimos. Algum tempo atrás li uma matéria conspirativa que dizia que o nosso anticristo seria uma nova forma de pensamento. Parece que sim, mas como um pensamento disforme. Pensamentos rasos, sem estofo, sem embasamento. Ficamos reféns de nós mesmo, moribundos crônicos de síndromes que criamos.

O antídoto é o mesmo pensamento, é a desaceleração de alguns processos e a retomada de outros que tragam o equilíbrio cognitivo. É por essa volta que rezo, que peço, que uma luza surja no pensamento humano e nos guie por atalhos mais confortáveis em busca do bem comum. Precisamos sair desse espetáculo de péssimo gosto e recriar um roteiro de nossa história. Tenho fé que vamos conseguir. Me ajuda?


*imagem - depois da tempestade vem a bonança -free pic google