terça-feira, 10 de março de 2015

Asas maiores!

Li a respeito da AirBus pensar em dar continuidade à reformulação do A380, o maior avião de passageiros do mundo, com capacidade para transportar até 500 passageiros mais cargas de uma só vez.
Não vou entrar no mérito de itens técnicos por puro desconhecimento, mas é sabido que a criação e reformulação de aeronaves modernas consome bilhões de dólares, anos de estudo e ainda precisa ter uma luz no fim do túnel em possíveis clientes ávidos pelos novos aviões em suas frotas. Não é uma aquisição barata, falamos aí da casa de milhões de dólares. Algumas companhias aéreas com poder de caixa ostentam algumas dessas aeronaves gigantes em suas frotas como a rica Emirates (Emirados Árabes), Turkish Airlines (Turquia), Malaysia Airlines (Malásia) e creio que ainda tenha a Qantas Airlines (Austrália) entre outras poucas.
Ainda em se falando de empresas que fabricam aeronaves grandes, porém menores que o A380, temos a concorrente Boeing (americana), a própria Airbus (francesa) com suas aeronaves com capacidade menores e que estão entre as mais utilizadas no mundo. Muito provável que você tenha voado numa dessas, mesmo no Brasil, com a TAM, com equipamentos da família A300. A Gol utiliza equipamentos da Boeing e a Azul de aeronaves brazucas como Embraer 190, 195 e outros modelos e variantes. As saudosas Varig e Vasp tinham em suas frotas aeronaves da Boeing em diversas versões, anos e tamanhos. As companhias aéreas regionais brasileiras também com aeronaves de outros fabricantes ou modelos das mesmas empresas citadas, desde o frágil Caravelle com 12 lugares até o Brasília da Embraer, turbo hélice (era comum na rota São José dos Campos – Rio de Janeiro).
Investimentos milionários em equipes altamente especializadas e tecnologia de ponta são práticas comuns nas grandes, vamos chamar, montadoras mundo afora. O processo de criação passa por um rigoroso e criterioso estudo de engenharia em que se busca aliar o uso de tecnologia de ponta ao conforto e a produção de equipamentos mais econômicos e com maiores autonomias, não só de vôo, mas de autonomia enquanto uma máquina inteligente, capaz de sanar matematicamente em tempo recorde, quaisquer problemas que possam causar prejuízos ao rendimento da aeronave ou algum desconforto aos passageiros e ou tripulantes.
Claro que quando se fala em aeronaves, a mente humana direciona o pensamento aos acidentes aéreos, que são eventos catastróficos, trágicos e que afetam diretamente um grupo grande de indivíduos. Muitos acidentes ficaram famosos e até mesmo sem resposta, envolvendo o assunto numa atmosfera de mistério. Podemos citar os casos de aeronaves perdidas sobre o triângulo das Bermudas (pequeno arquipélago britânico ultramarino em frente à costa leste norte americana) até o desaparecimento sem pistas nem rastros do vôo MH370, passando por outros decorrentes de falhas humanas ou originados por forças da natureza.
Por isso, a questão segurança é levada até último grau de cuidados e preocupação nessas empresas montadoras, que se utilizam de horas de estudos, ensaios e testes, a fim de alcançarem um modelo, que façam das modernas aeronaves, cada vez mais confiáveis e seguras. De fato, avião é o meio de transporte mais seguro que existe, mesmo sendo uma máquina muito mais pesada que o ar que vence a barreira da gravidade por força dos seus motores e consegue levantar voo. Um exemplo disso são os gigantescos cargueiros; a Aeroflot (russa) ainda possui os maiores e mais pesados do mundo (uma vez vi um gigante com 32 rodas nos conjuntos dos trens de pouso) que transportava partes de outras aeronaves menores.
Por outro lado, desde a última crise mundial, em que as companhias aéreas sentiram sensivelmente seus bolsos afetados, criou-se uma opção de adoção de jatos menores, mais baratos, com uma manutenção proporcional ao custo e que pudesse fazer chegar ao cliente final (passageiro) um produto com valor mais acessível, com redução do preço de passagens aéreas e possibilidades de maiores promoções. Isso no âmbito geral, sem falar das crises internas de cada região do mundo. Foi uma fórmula de driblar a crise, mesmo cabendo à essas companhias aéreas o gasto com novas aeronaves mais modernas, menores e com maior autonomia.
Portanto, a retomada de aviões gigantes por conta de companhias aéreas, que ainda possuem novos jatos menores, é pensada e repensada pra fazer valer a relação custo/benefício. Não adianta ter o produto se não há mercado consumidor imediato. O mundo está globalizado e a utilização de aviões muito pouco provável deixará de existir e, portanto, investimentos e melhorias significativas acontecerão nesse mercado, seja de grande aeronaves, seja em jatos menores. O sonho de encurtar caminhos permanece até que um outro modo de transpor distâncias torne-se realidade. Para isso acontecer, é necessário dar tempo ao tempo e ao desenvolvimento humano até lá. Enquanto isso, apertem os cintos e boa viagem!
Nos vemos, nos lemos!



*imagem Google: AirBus A380 - www.airbus.com