segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Medalha de Ouro!

abertura jogos olímpicos rio 21016
Não há quem não diga que a cerimônia de abertura das Olimpíadas foi emocionante, arrepiante e provocou lágrimas. De certa forma foi um tapa de luva de pelica depois do fiasco da abertura da Copa do Mundo em 2014. Há quem esperasse por um evento pequeno, sem grandes investimentos. E o que foi apresentado foi um megainvestimento em ousadia, criatividade e uma cutucada em todo mundo, uma carapuça para cada cabeça, mostrando a urgência da necessidade e ações globais para melhorar a saúde do planeta Terra diante de tanta exploração e utilização de recursos naturais não renováveis. Aliás, na data de hoje (08/08/16), a Terra entrou no vermelho. Esgotamos hoje os recursos renováveis para o ano de 2016. A cerimônia mostrou que a nova ordem mundial é essa, ou viveremos cada vez mais doentes. Até o secretário geral da ONU, Sr. Ban Ki-moon, aplaudiu de pé a mensagem passada através de uma perfeita interação da tecnologia com a utilização de recursos simples de grande efeito sob as luzes. Até arrisco dizer que se a abertura da Copa fosse feita à noite, teria tido um resultado menos pior.
Particularmente, achei interessante mostrar ao mundo nossas referências locais junto com as referências postais de nosso País. O funk da favela carioca com os nomes internacionais da Bossa Nova e da MPB, a elegância do Hino nacional na voz de um dos magos do samba, Paulinho da Viola, a uber elegância da modelo Gisele Bundchen, que não fez a Garota de Ipanema e sim a Garota do Brasil com sua beleza e charme naturais, desfilando sobre as curvas de Niemeyer projetadas no chão ao som de uma das músicas mais executadas no mundo, de Tom Jobim, não só um dos pais da Bossa Nova como também o nome do aeroporto internacional do Rio onde as delegações puderam chegar graças à magnifica e brazuca invenção de Santos Dumont que voa por autonomia e não por catapulta como a invenção norte-americana. Hey fellas, não se ganha todas, pois não?! A sustentabilidade necessária para manutenção da vida na Terra, mostrar ao mundo os erros do Homem na exploração sem limite desde os primórdios, na subjugação e erradicação de um povo sobre outro. O evento mostrou sim belezas naturais de um país que clama por justiças sociais. De um povo cansado de ter sapos enfiados goela abaixo, que extravasa a dor e afoga as mágoas nos frenéticos ritos populares de origem religiosa e transformados em espetáculos com assinatura brasileira. Uma assinatura legítima, de muitos sotaques, tal qual a formação desse povo de identidade plural, de uma profunda riqueza miscigenada, porém autodepreciada. Dessa forma, mostra que o brasileiro é uma síntese do mundo e que o mundo é uma síntese de Brasil, aqui representado pela cidade, ainda, maravilhosa. O evento mostrou que o belo Sol nasce para todos e nos colocou ao redor da mesma mesa compartilhando do mesmo alimento, sem discriminações, sem rótulos, com comunhão, com trabalho, inovação, novos elementos, alegria e criatividade, com a possibilidade de interação sem agressão. Apesar de muitos não poderem fazer parte dessa mesa devido ao fosso real que existe além das portas do estádio, e que, como outro tapa de luva de pelica, muitos desses  colaboraram voluntariamente para dar voz ao grande coro proposto dizendo que somos capazes de mudanças significativas e as merecemos.
Um megaevento que celebra outros eventos menores de superação, de conquista, de esforços, de trabalho em equipe e que põem à prova que toda forma de dedicação e esforço valem a pena.
Se foi mais barato que o evento da olimpíada anterior, se teve menos recurso, se aconteceram problemas de infraestrutura e organização, se aconteceram problemas com a violência urbana, transtornos de última hora, manifestações internas, se a credibilidade do evento foi questionada, se o legado a ser deixado terá real serventia, se houve medo do terrorismo anunciado e com tantos outros “ses” e “poréns” que possam surgir até o término dos jogos, fica claro que uma grande mudança precisa ser feita, seja aqui ou qualquer outro ponto do planeta. 
Parabéns à toda equipe que teve a genial ideia de fazer um evento que falasse o idioma atual, a cada um que deu seu esforço, cara e voz para que mostrar que é possível! Mostrar que, em respeito ao Olimpo, aqui não é apenas a terra de Dionísio (deus Baco) e sim a terra de muitos, cada qual com suas potencialidades.
Nos vemos, nos lemos!