quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O legado

Imagens encerramento Rio 2016 - free pic Google
As Olimpíadas acabaram  e muitas situações ocorreram durante o período de preparação e realização dos jogos:
Uma onda descontrolada de indignação tomou forma depois que um suposto provável golpe, trama ou conluio mergulhou o Brasil com os dois pés na lama da recessão, dando fôlego às mais diversas formas de manifestações. A baixa expectativa, a desesperança, o medo, a torcida do contra, o pior sintoma da síndrome de vira-latas, que ostenta suas sarnas como troféu, não foram suficientes para apagar o brilho da realização das Olimpíadas no Brasil. Muitas manifestações manipuladas como esperado e outras tantas sem fundamentos empoderaram a grande massa, dando-lhe força. Viraram os holofotes para a realização da Olimpíadas no Rio de Janeiro diante de toda a corrupção que foi jogada no ventilador, contra  o superfaturamento das obras, falta de pagamento de policiais federais, servidores públicos, problemas estruturais e tantos outros serviços essenciais e de utilidade pública que despertaram o desejo da não realização dos jogos, porém tarde demais. E deram muita ênfase aos problemas que circundavam o evento olímpico. A própria mídia oficial nacional, com sua hipocrisia toda, não media esforços para alimentar esse sentimento antirrealização dos jogos, misturando com suas influências políticas e, ela mesma, depois, se rendeu aos encantos do sucesso dos jogos amenizando seus comentários montados. Uma intensa divulgação da queda de parte da ciclovia Tim Maia em São Conrado, devido a uma forte ressaca, que ocasionou a morte de duas pessoas e abriu os olhos para as obras feitas às pressas e sem qualquer cuidado mais profissional.
O símbolo olímpico chegou e começou a percorrer o País de norte a sul, de leste a oeste. Muitos foram os tombos daqueles que, sem nenhum preparo, carregaram a tocha em seus locais. Uma onça morreu, A tocha andou no asfalto, na terra, nas águas, nos ares. Sofreu tentativas de ser apagada, tramadas pelas redes sociais de maneira aberta. No meu ponto de vista, essa foi uma das maiores falta de respeito para com o símbolo olímpico, os atletas e aos jogos, que eu já tratei em outra postagem. Algumas cidades não engoliram a maquiagem feita pela administração pública, a fim de mascarar a pobreza de seus bairros sem estruturas, para receber a passagem da tocha e promoveram manifestações que acabaram com o evento antes da hora. A segurança da tocha estava em perigo, tanto quanto a segurança dos jogos, depois das ameaças reais de extremistas fundamentalistas com células descobertas dentro da nossa casa, um ineditismo para nosso velho e vilipendiado País.
Depois de muita reclamação quanto à situação dos prédios da vila olímpica, uma maratona de reparos finais e acabamentos de última hora foram feitos para sanar problemas comuns a prédios novos. Boxes sem chuveiros, outros entupidos, assim como vasos sanitários e pias sem água, acúmulo de sujeira, entre outros. Mal sabiam que, ao final dos jogos, os habitantes da vila entupiriam as redes de esgotos com um número inimaginável de preservativos usados. A consciência não deve trafegar em mão única! Como se não bastasse, nos primeiros dias, um foco de incêndio acionou os alarmes. Com a chegada dos bombeiros, concluíram que caixas de papelão deixadas no subsolo e bitucas de cigarro provocaram o pequeno fogo, uma combinação nada agradável para aquele momento.
O COI retirou as religiões africanas do centro ecumênico da vila olímpica! Priorizou as religiões praticadas pela maioria dos atletas (cristianismo, budismo, hinduísmo, judaísmo e islamismo) com cerimônias em português, inglês e espanhol! Alguns torceram o nariz!
Até o mar em Copacabana resolver contribuir para o pré evento com uma ressaca inesperada, invadindo a faixa de areia e a primeira pista da orla, justo no local onde as redes de tv estrangeiras montaram seus estúdios e onde estava a arena de vôlei.
Enquanto isso na Vila Olímpica, a grande fila de lanches gratuitos para os atletas só teve comparação com a quantidade de reclamações quanto à estrutura de alguns apartamentos e infraestrutura do evento.
Novas modalidades foram aceitas pelo COI para os próximos jogos, entre elas o karatê. A seriedade da vigilância do Comitê baniu um atleta indisciplinado.
O ex-jogador e ex-técnico Zagallo, um dos reis do antigo e bom futebol arte brasileiro, emociona-se ao transportar a tocha em cadeira de rodas. Dr Yvo Pitangui, um dos cirurgiões plásticos mais famosos do mundo, também conduziu a tocha e fez desse evento sua despedida terrena, vindo a falecer no dia seguinte.
A equipe chinesa de basquete fica presa em meio tiroteio próximo favela da Maré após desembarque no Galeão. A delegação da Dinamarca é roubada na Vila Olímpica! A falta de segurança chegou a assustar atletas e turistas.
A cerimônia de abertura veio como alento à toda essa tensão e depois do fiasco da abertura da Copa do Mundo. O tema utilizado na cerimônia chamou todo o mundo para a responsabilidade da preservação dos recursos naturais, em que todos nós somos responsáveis. Colocou o dedo na ferida de maneira irreverente. De quebra, mostrou uma história do Brasil mais real, inclusive com crédito a Santos Dumont pela invenção do avião, gerando desconforto nos norte-americanos, e destacou as referências brasileiras de reconhecimento mundial para reforçar nossa identidade de país plural. Mesclou o local com o internacional como forma de tradução da nossa cultura. Um espetáculo emocionante que rendeu excelente manchetes em todo o planeta.
O velho centro do Rio, a região da praça Mauá, Praça XV e porto, agora revitalizados, transformaram-se num pólo de grandes atrativos. Os antigos armazéns viraram pequenos museus itinerantes dos países participantes dos jogos, um enorme calçadão e boulevard cercado de intervenções urbanas e culturais uniram as praças margeando o antigo porto com vista para a Ilha Fiscal, emoldurada pelo exoesqueleto do Museu do Amanhã e colorida pelo maior mural grafitado do mundo feito pelo artista Eduardo Kobra. Ali, estava a inédita pira olímpica popular, uma miniatura da pira acesa no estádio do Maracanã, icônica, modernizada, atual e ecologicamente correta, acompanhando o tema da cerimônia de abertura. Os jogos começaram, de maneira tímida e, aos poucos, foram ganhando o gosto e o cotidiano de toda a cidade e do País. Surpresas, acidentes, recordes, medalhas inesperadas, despedidas e muita emoção marcaram os dias de jogos, transmitidos quase que ininterruptamente pelas emissoras de tv. O país estava representado pela cidade sede, seu maior cartão postal, de braços abertos, deixando boquiabertos milhares de turistas de primeira viagem com a simpatia e alegria de ser do carioca, com a boa comida, com a fartura de possibilidades gastronômicas e turísticas, intensa vida diurna e noturna,  com o calor do inverno, superior ao verão de muitos países participantes, desmitificando a selva, os índios e animais selvagens soltos pelas ruas.(apesar da maior floresta urbana do mundo cravada no meio da cidade).  Uma cidade grande, extensa, envolta em morros, de cara para o mar, mostrando sem pudor suas mazelas, sua poluição, sua pobreza, seus extremos, sua nudez, sua violência (não somente pelos assaltos, mas sim pela discrepância social de sua área urbana). Quem curtiu as arenas, os estádios na zona oeste e as atrações em Copacabana e Baia da Guanabara, pode perceber os extremos sociais gritantes entre a zona sul e as regiões mais carentes, sem deixar de  se apaixonar pela alegria de viver de seus moradores, todos eles. Pegamos gosto por essa convivência e, por mais caótica que fossem as mudanças  para a cidade se ajustar aos jogos, com o zumzumzum de hordas de pessoas, idiomas e sotaques prá lá e prá cá, ainda era possível dar continuidade à vida que seguia: trabalho, escola, família, afazares, etc. Houve quem torcesse o nariz, mas a unanimidade é burra! Acostumamos, todos nós, a inserir o evento em nosso dia-a-dia! Eu mesmo não resisti à contaminação desse clima e fui ver pessoalmente, quase no fim da festa, toda essa agitação, esse corre-corre, esse calor universal que estava entranhado na cidade. Fiquei emocionado, tanto quanto na cerimônia de abertura. No meio daquela multidão, maior que a população da minha cidade, no meio de uma praça e diante de um telão, meu pensamento viajava solto procurando entender cada olhar ali.
Fizemos um grande espetáculo que teve um ingrediente único, uma especiaria endêmica chamada espírito brasileiro que mescla os mais nobres temperos indígenas, europeus e africanos e se recria. Tempero esse recheado de criatividade, de alegria, de luz, de vida, de uma terra banhada de sol. O mesmo sol que com uma lágrima manteve a chama olímpica acesa, não só no estádio, mas ineditamente nas ruas, sem distinção, perto do povo guerreiro, esperto, malandro, malemolente, festeiro, gentil, herói, que sonha com o advento de um país melhor prá se viver. Pessoas que dividem um imenso espaço público para o ver seu time jogando. Éramos milhares de juízes condenando o jogo de um jogador só, azarando os lances do adversário e aplaudindo os acertos da nossa seleção. Fomos um público que torcia pelos azarões – acredito que por reconhecer neles a inferioridade a que são submetidos ou rotulados e por apoio. Pessoas que vaiam como manifesto unânime e uníssono que quer dizer: “sai prá lá”, um bom agouro que funciona como tensão psicológica sobre o adversário, seja ele quem for. Se não há tempero, não se entende essa salada, esse idioma. Se é torcida é festa, se é festa tem som, som faz barulho e somado a milhares de torcedores no quintal da própria casa, esse som é exponenciado e é assim que sabemos fazer. Ainda mais quando o gol é contra aqueles que nos humilharam tecnicamente na última Copa.
Ganhamos pela gentileza, ganhamos por sabermos que não estamos na melhor fase dos nossos problemas internos, mas temos possibilidades de fazer um evento em escala mundial. Conquistamos o mundo temporariamente e mostramos o que somos. Sem vergonha de sê-los! A tal síndrome de vira-latas! Mostramos que mesmo sem uma raça definida, tal qual é o mesclado povo brasileiro, somos fortes , diferentemente iguais e únicos, fiéis às nossas origens, às nossas tradições e cultura, com características próprias e isso sim é o nosso  pedigree.
Mostramos que não somos o país das bananas e da zona generalizada, pois desmentimos na frente do mundo todo, aqueles atletas do chamado primeiro mundo que tentaram usar nossas fraquezas sociais como escudo de seus atos de vandalismo. O preço da mentira foi alto e gerou uma onda de pedidos de desculpas dos compatriotas e outros turistas ao deixar o Brasil.  O bom espírito fez nações inimigas darem as mãos, outros reconheceram as superações de seus maiores adversários. Num gesto nobre, um atleta doou uma de suas medalhas para salvar uma vida, enquanto a família de outro atleta, salvou várias outras vidas com a doação dos órgãos de seu ente querido morto em acidente durante os jogos. Se no quadro geral de medalhas resultamos modestos, fomos ouro cravejado de diamantes na recepção e simpatia popular. Tudo isso somado ao arrepio do nosso belo hino, do efêmero momento cívico, que deveria correr mais forte em nossas veias e fazer a transformação moral, ética, social e política que precisamos para sermos mais cidadãos, para termos orgulho no dia-a-dia e não apenas em festas. Fazer dessa exceção a nossa regra. O tempero já temos, falta o ponto certo do preparo.
A despedida chegou no tom. Fria, chuvosa e chorosa, sofrendo de abstinência de emoção. A cerimônia de encerramento reforçando nossa cultura, nossos sons e ritmos, exaltando a terra. Reafirmando o recado dado de que somos todos um só mundo e precismos cuidar melhor de nós mesmos! A tristeza pelo fim do evento se concretizou em chuva verdadeira e cenográfica que apagou a chama de forma delicada, recheada de símbolos e entregou o bastão dessa modalidade para outro país, outro idioma, outros sons e temperos do outro lado do mundo.
Ainda faltam as paralimpíadas, mas isso é assunto para outra postagem. 
Nos vemos, nos lemos!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Maravilha !


Elke Maravilha - Google free pic 2014
Os deuses receberam hoje Elke Georgievna Grunnupp, a nossa Elke Maravilha, a personificação da alegria, do bom viver, do deboismo. Uma pessoa que respeitava o próximo sem olhar a cor da pele, a posição social, o grau de instrução ou outra característica diferente da sua.  A inteligência dessa mulher não estava apenas no fato de ser poliglota, mas sim por saber entender o indivíduo como indivíduo. A trajetória artística dessa atriz russa de nascimento (São Petersburgo), de cidadania alemã e brasileira de corpo, alma e coração, manequim, jurada de programas de tv foi marcada pela irreverência de suas roupas, de sua visão do mundo e por sempre falar da liberdade que todos nós temos, mas que por imposições filosóficas, culturais e outras, sempre nos colocamos na posição de reféns de nós mesmos.
Essa visão mais aberta da condição do ser humano ser mais pleno transformou a atriz em musa dos grupos sociais marginalizados pelo preconceito e pelo julgar. Muitas foram as entrevistas controversas em que pregava a liberdade do indivíduo de buscar seu lugar ao sol. Dona e uma sagacidade e ampla visão política do mundo, Elke se destacou pelo brilhantismo de suas ideias, fruto de seu conhecimento do mundo, de suas escolhas, de sua visão. Tinha uma facilidade em abraçar o conteúdo de uma conversa e pinçar elementos que as tornassem mais convincentes e enriquecedores!
Era uma mulher de inteligência proporcional à sua alegria de viver. Naturalmente cativante e encantadora que vai fazer muita falta com seus posicionamentos que tocam fundo na ferida de cada um, sem fazer disso uma lamúria e sim um ato de transformação.
A paz do mundo, segundo ela, ainda está longe, porque a paz nasce dentro de cada um de nós, mas ainda somos pequenos seres minúsculos que não percebemos isso. “Ainda não estamos prontos para a tal da paz”, disse ela em uma entrevista. “A gente não tem liberdade! Na hora da morte eu vou estar livre.”, finalizou uma outra entrevista.
Agora livre, que os deuses, painho e as crianças a recebam de braços abertos!
Nos vemos, nos lemos!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Carioca exportação!

logo jogos olímpicos desenho das montanhas cariocas
Passados 10 dias do início das Olimpíadas Rio de Janeiro 2016, a primeira edição em país da América do Sul, muita coisa já aconteceu e virou notícia mundial.
Desde a abertura, que emocionou e deu um cutucão geral no mundo, distribuindo carapuças sob medidas, chamando a todos para a responsabilidade de cuidar do planeta, justo numa semana em que se esgotaram os recursos renováveis do ano, passando por assuntos pitorescos sobre a maneira brasileira de ser.
A conhecida  simpatia dos brasileiros que se esforçam para ajudar os gringos no dia a dia carioca vem se consolidando como uma característica própria do brasileiro, exceto pelos eternos e institucionalizados malandros que querem levar vantagem em tudo. Nosso cotidiano, experimentado e copiado por milhares de estrangeiros que se permitem a vivenciar um pouco da  nossa maneira durante suas estadias no local.. Ainda mais em terreno carioca, onde algumas características são mais próprias e que causam espanto e ou curiosidade. Deu nos jornais norte-americanos, espantados com tamanho das sungas e biquínis dos banhistas das praias cariocas. Espanto maior que pegar praia em pleno inverno com temperaturas acima dos 27 graus. Espanto que considero falso pudorado, mesmo sabendo que eles são muito mais avessos à interatividade intrapessoal. A proximidade do abraço, dos dois beijos, do tapinha nas costas, do cafezinho forte em copinhos plástico, das comidas de rua, do jeito dançante e musical, da torcida pelos azarões e das vaias como forma de agouro ao oponente. Diferente da frieza do hemisfério norte que desfila seios nus com enormes biquínis na parte de baixo. O desbravamento da capital carioca fundida entre o mar e a montanha, um cenário belíssimo, sinuoso, curvilíneo com as curvas das ondas e de algumas belas mulheres, quente, tumultuado, de amplas avenidas e ruas estreitas, de árvores disputando lugares nas calçadas, cidade com suas feridas expostas, seus odores peculiares. Uma riqueza de sua natureza que ainda sobrevive à poluição. No imaginário de muitos, uma aventura sob os trópicos de tantos mistérios e confusões. Uma mistura da dureza das pedras de suas montanhas e a beleza e mistério das matas que as cercam. Diante de um cenário natural paradisíaco, de um idioma estranho e sotaque curioso, cantado, aspirado, chiado. Trejeitos gingados, riso fácil, cordialidade. Sol, mar, montanha, gente, capivaras, jacarés, micos, garças. A atenção deve ser redobrada, pois é uma cidade grande com seus problemas de ordem social, com a violência característica de grandes centros, tal qual como em qualquer outra megalópole do mundo, seja norte-americana, europeia ou asiática. Importante deixar claro que favela não é rótulo para nada, pois muitos de seus moradores são os que distribuem risos, que oferecem ajuda, são os mesmos que podem estar ao seu lado  nas arenas torcendo e se emocionando com o hino nacional. Enquanto isso tudo é vivido, recordes são quebrados, medalhas conquistadas, disputas acirradas acontecem. O Rio de Janeiro continua lindo, com medalha de ouro para beleza natural, medalha de prata por causa de algumas pessoas que torcem contra, medalha de bronze para infraestrutura e desclassificação total para qualquer forma de violência.
Nos vemos, nos lemos e vamos torcendo!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

à moda de......

imagens de Clark Gable, Elizabeth Montgomery
e bandas anos 80/90 - Google free pic
Eu e as minhas observâncias. Que a moda se repete, todos nós sabemos!
Mas hoje, curiosamente, minha atenção foi chamada para três casos específicos:
Primeiro vi, logo pela manhã, um rapaz com não mais que 18 anos, ostentado um bigode a la 1930, tipo Clark Gable que contrastava com a roupa moderna que vestia.
Depois, após horário do almoço, vi outro jovem na rua, vestido de preto, cabelo descolorido, penteado de forma parecer desfiado e roupas sobrepostas que parecia uma mistura das bandas inglesas dos anos 80 e 90.
No final do dia, parado num cruzamento, passa um jovem de carro e um cabelo que me lembrou a Elizabeth Montgomery, do seriado “A Feticeira”. Loiro e com a pontas enroladas para cima.
Achei curioso, pois os três jovens usando uma moda que teve sua vez. Mas como disse, é cíclico e reinventada com novos artigos e artifícios para a identificação da pessoa com sua “tribo” ou apenas para estar na moda!
E quem já não viu por ai  reinvenções da calça boca de sino, saia balonê, cacharrel, calça Saint Tropez, sapatos de plataforma, camisas ora longas, ora curtas, banana bag, capanga, bolsas masculinas , bolsas femininas gigantes, chapéus, estampas e cores que voltam à moda.
Os bonés são maioria absoluta dos adolescente,geralmente com nomes de clubes de basquete, rugbi ou grupos de skatistas. Alguns maiores que a cabeça, cobrindo as orelhas.
Roupas largas, calças abaixo da cintura exibindo o cós das cuecas. Shortinhos bem apertados e roupas marcando curvas e formas femininas. Correntes, pulseiras, relógios gigantes e celulares que mias parecem um tablet. As ruas se emendam e o caminho se faz longo permitindo espaço para todos.
A moda sim é cíclica, mas os erros não. Penso!
Nos vemos, nos lemos!


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Medalha de Ouro!

abertura jogos olímpicos rio 21016
Não há quem não diga que a cerimônia de abertura das Olimpíadas foi emocionante, arrepiante e provocou lágrimas. De certa forma foi um tapa de luva de pelica depois do fiasco da abertura da Copa do Mundo em 2014. Há quem esperasse por um evento pequeno, sem grandes investimentos. E o que foi apresentado foi um megainvestimento em ousadia, criatividade e uma cutucada em todo mundo, uma carapuça para cada cabeça, mostrando a urgência da necessidade e ações globais para melhorar a saúde do planeta Terra diante de tanta exploração e utilização de recursos naturais não renováveis. Aliás, na data de hoje (08/08/16), a Terra entrou no vermelho. Esgotamos hoje os recursos renováveis para o ano de 2016. A cerimônia mostrou que a nova ordem mundial é essa, ou viveremos cada vez mais doentes. Até o secretário geral da ONU, Sr. Ban Ki-moon, aplaudiu de pé a mensagem passada através de uma perfeita interação da tecnologia com a utilização de recursos simples de grande efeito sob as luzes. Até arrisco dizer que se a abertura da Copa fosse feita à noite, teria tido um resultado menos pior.
Particularmente, achei interessante mostrar ao mundo nossas referências locais junto com as referências postais de nosso País. O funk da favela carioca com os nomes internacionais da Bossa Nova e da MPB, a elegância do Hino nacional na voz de um dos magos do samba, Paulinho da Viola, a uber elegância da modelo Gisele Bundchen, que não fez a Garota de Ipanema e sim a Garota do Brasil com sua beleza e charme naturais, desfilando sobre as curvas de Niemeyer projetadas no chão ao som de uma das músicas mais executadas no mundo, de Tom Jobim, não só um dos pais da Bossa Nova como também o nome do aeroporto internacional do Rio onde as delegações puderam chegar graças à magnifica e brazuca invenção de Santos Dumont que voa por autonomia e não por catapulta como a invenção norte-americana. Hey fellas, não se ganha todas, pois não?! A sustentabilidade necessária para manutenção da vida na Terra, mostrar ao mundo os erros do Homem na exploração sem limite desde os primórdios, na subjugação e erradicação de um povo sobre outro. O evento mostrou sim belezas naturais de um país que clama por justiças sociais. De um povo cansado de ter sapos enfiados goela abaixo, que extravasa a dor e afoga as mágoas nos frenéticos ritos populares de origem religiosa e transformados em espetáculos com assinatura brasileira. Uma assinatura legítima, de muitos sotaques, tal qual a formação desse povo de identidade plural, de uma profunda riqueza miscigenada, porém autodepreciada. Dessa forma, mostra que o brasileiro é uma síntese do mundo e que o mundo é uma síntese de Brasil, aqui representado pela cidade, ainda, maravilhosa. O evento mostrou que o belo Sol nasce para todos e nos colocou ao redor da mesma mesa compartilhando do mesmo alimento, sem discriminações, sem rótulos, com comunhão, com trabalho, inovação, novos elementos, alegria e criatividade, com a possibilidade de interação sem agressão. Apesar de muitos não poderem fazer parte dessa mesa devido ao fosso real que existe além das portas do estádio, e que, como outro tapa de luva de pelica, muitos desses  colaboraram voluntariamente para dar voz ao grande coro proposto dizendo que somos capazes de mudanças significativas e as merecemos.
Um megaevento que celebra outros eventos menores de superação, de conquista, de esforços, de trabalho em equipe e que põem à prova que toda forma de dedicação e esforço valem a pena.
Se foi mais barato que o evento da olimpíada anterior, se teve menos recurso, se aconteceram problemas de infraestrutura e organização, se aconteceram problemas com a violência urbana, transtornos de última hora, manifestações internas, se a credibilidade do evento foi questionada, se o legado a ser deixado terá real serventia, se houve medo do terrorismo anunciado e com tantos outros “ses” e “poréns” que possam surgir até o término dos jogos, fica claro que uma grande mudança precisa ser feita, seja aqui ou qualquer outro ponto do planeta. 
Parabéns à toda equipe que teve a genial ideia de fazer um evento que falasse o idioma atual, a cada um que deu seu esforço, cara e voz para que mostrar que é possível! Mostrar que, em respeito ao Olimpo, aqui não é apenas a terra de Dionísio (deus Baco) e sim a terra de muitos, cada qual com suas potencialidades.
Nos vemos, nos lemos!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Temporada de caça!

montagem autor imagens free do Google
Não sou a pessoa mais indicada a falar do Pokémon Go que estreou nesse mês de agosto no Brasil. Mesmo porque utilizo Windows Phone e essa plataforma ainda não tem o jogo disponível em sua loja e também porque não me atrai muito esse tipo de joguinho.
Mal começou e já é possível ver uma horda de gamers ou hunters andando em grupos pela cidade atrás dos "monstrenguinhos" japoneses. Parece que acumula-se pontos e transforma isso em dinheiro de alguma forma. Ouvi um adolescente dizer que somente no dia de ontem tinha conseguido R$50,00. Sinceramente não sei se é tal informação procede. Parece que alguns pontos são chamados PokeStop e ai sim vc ganha PokeBolas e itens prêmios o que vc provavelmente  teria que pagar para continuar jogando. Aliás, essa postagem lida daqui a pouco tempo será motivo de risada da minha parte pela total desinformação.
Li uma postagem em rede social  que nessa cidade, os pontos onde mais se concentram tais criaturas estão próximos da igreja matriz, do santuário e das maiores igrejas evangélicas em alguns bairros, no obelisco no início da Peixoto, na praça Rozendo Pereira Leite e na praça do Lions Club. Será? Pode ser, pois a pouco ainda vi um grupo de cerca de 7 rapazes (pareciam ser bixos da universidade) em frente a igreja matriz procurando algo através de seus celulares. Li matérias de pessoas em outros países que sofreram acidentes sérios e até mesmo fatais por não prestarem atenção ao trânsito e aos locais onde andam para seguir tais criaturinhas, capturá-las e somarem seus pontos. Incrédulo fiquei quando li sobre uma provável desistência de trabalho de um jovem no exterior para caçar pokemons, pois ganharia muito mais que seu salário atual. Como? Seria marketing?
Há quem mantenha os pés atrás por causa do uso liberado da câmera do celular que pode ser usado para outros fins ilícitos.
Tudo bem que eu não curta, mas para quem curte é bom ter uma dose de sitocômetro e simancol e evitar constrangimentos de qualquer espécie ou provocar qualquer tipo de incidente ou acidente.
Só espero não ver pista de atletismo, raias e quadras invadidas durante os jogos olímpicos por aqueles que não perdem uma chance de capturar os monstrinhos da maior febre de jogos da atualidade.
Nos vemos, nos lemos e quem quiser que cace a vontade!


terça-feira, 2 de agosto de 2016

Despensa do vizinho!

Alimentos - fonte Google free pic













Li uma matéria sobre como reconhecer um produto contaminado. No caso, o alho que foiimportado da China e que estaria contaminado com metais pesados.
Daí pensei cá com os meu botões.
Se houvesse uma política mundial séria quanto à produção de alimentos de ampla abrangência e seriedade no cultivo, mesmo com algum intercâmbio entre nações, fazendo disso um comércio, tais ações de cuidado não seriam necessárias.
Pensando por um lado não globalizado, meu organismo é sul americano acostumado e formado sob influências naturais que ocorrem no hemisfério sul do planeta, adequado à altitude, longitude, latitude da minha região. Acostumado às variações climáticas, ao grau de salinidade e pH de todos os elementos que cercam meu canto, acostumado com a água que consumo e os frutos da minha terra, ao ar que respiro. Corpo que responde e se transforma com todas as informações que obtenho dos formadores naturais dos elementos que me alimentam, que são misturados e processados de acordo com toda gama de fatores que contribuem para tal.
Então eu penso. Apesar de absurda a  proposta que sugere reconhecer um alimento contaminado , por que comer um alho que vem da China, que é uma região totalmente diferente a que meu organismo está acostumado a responder? Entendo que somos formados a partir do carbono, mas vivemos regionalidades diferentes que podem (acho) interferir nos desdobramentos funcionais dos organismos,
Não falo aqui das interferências geradas pelo stress da vida moderna e demais enfermidades que ocorram por situações outras.
Seria um caso de xenofobia alimentar? Citei o alho chinês por causa da matéria lida, mas poderia ser a laranja americana, o vinho chileno, o azeite italiano, o açúcar argentino entre outros. 
Alimentar-se é preciso, óbvio, mas fico pensando em alguns momentos se a própria natureza não teria um jeito de "aprisionar" o indivíduo ao seu nicho, como forma de preservação da saúde da espécie. Não falo das experiências do viajar e do conhecer, mas sim, de adoção de tais práticas no dia-a-dia. Daquilo que se torna cotidiano e não esporádico. Da eterna troca da exceção pela regra.Pensemos, de barriga cheia!
Nos vemos, nos lemos!


*em tempo: 
Dispensa é do verbo dispensar. 
Despensa é local onde se armazena provisões!